Praia de Bote dará o seu contributo a estas comemorações, segundo se espera, com o apoio da Embaixada de Cabo Verde e da Câmara Municipal de Almada (prejecto entregue, a aguardar aprovação). Para além disso, sairá este mês no jornal "Terra Nova" o primeiro de dois textos nossos de estudo inédito dos aspectos artísticos das capas de uma dezena de edições de "Chiquinho" (a segunda parte será publicada em Janeiro no mesmo jornal e talvez depois num só bloco, noutro periódico cabo-verdiano).
Entretanto, aqui ficam também pela primeira vez dois modestíssimos mas curiosos contributos alusivos ao "Chiquinho": imagem da casa de Lisboa onde a primeira edição foi "fabricada" e um desdobramento da capa da 2.ª edição (igual à terceira, que só mudou de cor, para verde).
A maternidade lisboeta da 1.ª edição de "Chiquinho"
O prédio é modesto, situa-se muito perto do Museu Militar (seta da direita) e logo da estação de caminhos-de-ferro de Santa Apolónia, ali à beira do rio Tejo - que, como sabemos, não desagua em Lisboa mas sim no Mindelo... A casinha (também assinalada com seta) está intimamente ligada a Cabo Verde, por um cordão umbilical feito de papel e letras. Não a investigámos ainda devidamente, isto é, com todos os matadores de certezas. Mas a certeza parece certa, quase certa. Há ainda a possibilidade de a morada ser apenas do escritório da tipografia e esta na altura se situar noutro lado. De qualquer modo, é o sítio. O endereço exacto é: Calçada do Forte, 10 - 1.º, Lisboa.
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A capa da 2.ª edição (1961), totalmente vista
Muitíssimas vezes passei ao lado da casinha sem saber que ela foi o berço gráfico do Chiquinho. Imaginem como o mundo é pequeno. Passei muitas vezes por lá e vou continuar a passar porque, como bichinho de biblioteca, ia de vez em quando ao Arquivo Militar que está mesmo ao lado, incluso na imensa área onde está o Museu Militar e mais acima o Estado-Maior do Exército. Foi nesse arquivo que recolhi material para escrever sobre o Dr. Baptista de Sousa, médico militar, e outras figuras também militares. Desembarco na estação de caminho de ferro de Santa Apolónia (vindo de Tomar) e é só meia dúzia de passos para entrar no portão do Museu Militar que é o mesmo que dá acesso àquele Arquivo. Sem saber que o ADN gráfico do Chiquinho foi criado ali mesmo pertinho. Da próxima vez que por lá passar, vou espetar-me frente à "casinha" para a mirar bem. Talvez até vá cunquir à porta para dar uma palavrinha a quem lá estiver. Felicito o Djack pela sua incansável remagem pelas águas cabo-verdianas.
ResponderEliminarInteressante!Após ler o Praia de Bote, projectei passar pela dita rua para desvendar a ligação com Cabo Verde. Agora está tudo explicado e é notável o marco.Obrigada caro Joaquim Djack.
ResponderEliminarVotos de Festas Felizes a todos. Somente para dizer que na minha recente passagem por Lisboa e obrigatória ida ao Chiado havia uma feira ao ar livre de livros, revistas e outras coisas de interesse. Perdido entre muitos livros antigos consegui comprar, por 20,00 euros, um exemplar desta segunda edição do Chiquinho mas em muito bom estado. Presente de Natal para uma muito veterana e distinta Professora Cabo-Verdiana de Português que adora livros.
ResponderEliminarExactamente o que me custou a minha, embora depois a tenha visto por 15 euros (claro que o estado de conservação também conta). Boa compra, boa compra. A tua amiga irá deliciar-se com a releitura, pois sendo quem é, decerto já leu o livro do Mestre. Quando cá voltares, avisa com alguma antecedência para combinarmos uma almoçarada.
EliminarBraça e bom ano novo
Djack