sexta-feira, 30 de junho de 2017

[3037] Prestes a cumprir o sonho da sua vida, o nosso amigo Adri está a caminho de São Vicente

Caros amigos, companheiros, colaboradores e comentadores. O nosso comum amigo Adri pediu-me para anunciar na melhor gazeta de São Vicente (o Praia de Bote, claro!...) que levantou todo o dinheiro que possui em bancos portugueses, suíços e americanos e que está de malas aviadas para cumprir o maior sonho da sua vida: ter um veleiro (se possível com motor), ainda por cima matriculado em São Vicente.

É que tendo eu descoberto este anúncio que entretanto lhe enviei, e que está de acordo com o que pretende, ele não pensou nem um minuto, pegou na massa, despediu-se da família e está já no aeroporto de Lisboa à espera de voo para São Pedro. Na pressa, esqueceu-se de adquirir um boné de pala com emblema com duas âncoras cruzadas, absolutamente necessário para comandar um vaso daquela categoria. Mas o Pd'B vai comprar um no Costa da Rua das Portas de Santo Antão que seguirá por correio expresso e talvez chegue ao Porto Grande antes dele. Em contrapartida, queremos uma viagem de borla de Cacilhas até às Berlengas... e volta!...

Pd'B deseja uma boa viagem ao valente marinheiro de Infantaria e cá o aguardamos para o mês que vem, em Cascais, por altura da sua entrada triunfal no Tejo com um carregamento de mangas, bananas, papaias, café do Fogo e grogue de Santo Antão. Uma salva de palmas para o grande nauta!!!!! Clap, clap, clap!!!

Diga-se ainda que o "Santa Maria" é o ex-"Bita", muito conhecido de outro excelso navegante das nossas relações, monsieur le vice-amiral Val de Tours que nele viajou diazá na munde "incognitus" de Cabo Verde para Cape Vert... (mas que falta de imaginação) Mas ele que fale que ele é que sabe contar bem a stóra.

O "Santa Maria" (ver nome junto à popa), ex-"Bita", aguarda o seu novo dono, atracado ao cais acostável de São Vicente

8 comentários:

  1. Estas Frotas desapareceram todas no mar das Ilhas deixando muitas Saudades. O Santa Maria foi dos últimos a afundar na Baía do Porto Grande nos finais dos anos 80 se não me engano tendo como último proprietário o Sr. Abílio

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    1. Ó Zeca, tu queres é ficar com o navio e por isso andas a espalhar esses boatos falsos e maldosos, mas o Adri vai chegar primeiro. Para não perderes tudo, vou-lhe dizer para te fazer imediato e vou comprar um boné também para ti, mas só com uma âncora, claro!...

      Braça portograndense,
      Djack

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    2. Não, Djack. Vou fazer uma parceria com o Marcos Soares para pedir o apoio do Comandante Jacques Cousteau a fim de tentarmos resgatar o "Bita" do fundo da baía. E é possível que volte a navegar, eu capton e o Zeca imediato, sim senhor.

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    3. O Bita era diferente, porque tinha um Mastro e meio, ou seja o Mastro da popa tinha metade da altura do Mastro da frente, e alem disso era irmão do Gilica. O Santa Maria era outra coisa, acabado de ser restaurado e tinha um novo motor e estava equipado com sacos para enjoou

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    4. Grande transformação então. Nesse caso, passou a ser um navio bem diferente. E teve mais que um motor, como se vê no anúncio da venda, altura em que tinha um novo.

      Braça com peixes voadores,
      Djack

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  2. Djack, aceito este valente repto mas com uma condição. O Bita só pode usar vela, motor nem pensar. E eu só o trato por Bita porque se mudou de nome foi já após a minha saída de Cabo Verde. Para mim será sempre o Bita. E não te preocupes com a indumentária porque mando tingir de azul o meu uniforme militar de cerimónia, que é cinzento. As âncoras cruzadas, essas sim, aceito porque não tenho nada igual à mão.
    E já agora vou fazer-te uma revelação, Djack. Viajei nele, no Bita, em 1956, logo após o fim das aulas no liceu, para passar férias em S. Antão. A minha mãe já lá se encontrava com os meus irmãos, (eu era então o único que já frequentava o liceu) e se não menciono o meu pai é porque ele na altura estava fora de Cabo Verde.
    Lembro-me muito bem de que a viagem foi numa sexta-feira à tarde, pelo que dois tios meus me acompanharam no que seria para eles um fim-de-semana em S. Antão. A viagem era só até o Paul, pelo que teríamos de fazer depois o percurso terrestre até Ribeira Grande.
    Tudo bem planeado, mas só que no meio do canal o mar ficou agitado e o rapazinho Adriano, então com 13 anos, começou a sentir o estômago às voltas. Os meus tios deixaram-me naquela cabine ou camarote que se vê ao centro do navio, enquanto andavam pelo convés a gozar as delícias da paisagem marítima e da navegação. Nem um nem outro tinha problemas de enjoo, ao contrário do sobrinho, que se não seguiu uma carreira de marinheiro foi precisamente por não ter estômago para tal. Um “lofa” por completo. Mas fui fazendo um esforço enorme para não dar parte de fraco, tentando driblar as convulsões estomacais o mais que podia. Mas por fim fui vergonhosamente derrotado e não pude conter o vómito, sem tempo sequer para me dirigir para o exterior e soltar o dejecto para as águas do canal. Só que, por vergonha, não quis sujar o chão do espaço interior onde me encontrava. E o que é eu vi mesmo a jeito de servir saco de enjoo? O chapéu do tio mais velho que estava pousado em cima de uma mesa. Esse meu tio, então com uma idade jovem, pouco mais de quarenta anos, oficial da Alfândega no Mindelo, usava chapéu de feltro em certas circunstâncias, que no caso até poderá ter sido para se proteger do sol enquanto visitava S. Antão. Ora, agarrei o chapéu e vomitei para dentro dele.
    Quando o meu tio regressou à cabine e viu o estado do chapéu… nem uma palavra lhe saiu da boca, embora o visível desapontamento estampado no seu rosto. O outro tio, mais jovem, riu-se à socapa. Mas imaginem agora a vergonha por que passou o rapazinho que teria dado tudo para ser marinheiro!
    O episódio viria a ser objecto de muita risada pelo tempo fora e ainda há poucos anos eu e o tio mais jovem o recordámos e rimo-nos com gosto.
    Quanto ao tio mais velho, morreu de um súbito ataque cardíaco em 1977, em Lisboa. Perseguido e ameaçado de prisão por militantes do PAIGC só por ter aderido a um outro partido na altura criado, teve que deixar Cabo Verde com a esposa, uma madeirense, embarcando com armas e bagagens para Lisboa nos finais de 1974. Este meu tio, um homem que eu recordo pelo seu carácter, pelo seu aprumo moral e pelos princípios que cultivava, não escondia a amargura pelo exílio a que foi forçado.

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    1. Grande, grande e divertidíssima história. Quanto ao remate, isso tem a ver com as canalhices que já conhecemos, que atingiram muita gente boa e não têm perdão.

      De qualquer modo, cá te espero na torna-viagem, em Cascais ou em Belém.

      Braça com escuna,
      Djack

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  3. O Amigo Adriano então vai despir a fada de Marechal e vestir a de Almirante, para comandar as forças liberais independentistas sediadas em Mindelo. Bom em que século estamos.
    Queremos o nosso marechal em Mindelo para hastear a independência da Praia depois de amanhã dia 5 De Julho.
    O nosso Salvador, Salvador Mascarenhas, líder da manifestação contestatária do 5 de Julho está a aguardar impaciente pelo marechal secundado pelo irmão do Didi Jon ah ah ah ah.

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