Para comemorar o Dia do Arquitecto, a Ordem da classe homenegeou ontem o seu confrade Nuno Portas, natural de Vila Viçosa, na sala D. João VI do Palácio da Ajuda.
O seguinte texto foi copiado do site da OA
O Saber e a Curiosidade
O saber e a curiosidade intelectual de Nuno Portas permitem-lhe navegar com segurança e conforto, numa multiplicidade de espaços, onde procura oportunidades para descobrir novos caminhos.
Esta curiosidade, aliada a um certo sentido de aventura, levaram-no da crítica da arquitectura e do cinema à história e teoria da arquitectura, do urbanismo e da cidade; do exercício projectual à prática do planeamento, passando pelo desenho da cidade; do centro histórico à cidade explodida; da consciência social à intervenção política; de Lisboa a Madrid; do Porto a Milão; de Paris ao Rio de Janeiro; de Cabo Verde ao Japão; de Bruxelas ao Vale do Ave.
Entendendo as diferentes realidades e contextos sabe intervir com oportunidade, no local e no tempo certo, produzindo obra e material científico inovador.
Este percurso, apoiado por uma grande capacidade de trabalho, um saber profundo e obsessivamente actualizado e por uma generosidade, frontalidade e solidariedade com os seus companheiros de aventura, marcou indelevelmente a arquitectura e o urbanismo português e internacional, a partir do início dos anos 60.
Apesar desta complexidade e riqueza temática pode-se subdividir este percurso em três períodos relativamente distintos.
A partir dos finais dos anos 50, desenvolve uma acção pioneira na crítica da arquitectura e funda o Núcleo de Pesquisa de Arquitectura, Habitação e Urbanismo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil onde desenvolve, de forma inovadora, estudos sociológicos e métodos computadorizados de suporte à investigação e produção urbanística e arquitectónica. Inicia a carreira docente propondo abordagens projectuais interdisciplinares e tem um contributo decisivo na divulgação internacional dos arquitectos portugueses da geração de 60.
Após o 25 de Abril de 1974 assumiu o cargo de Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, instituindo políticas de habitação que valorizavam o processo de participação pública e o direito à cidade. Criou o programa SAAL (Serviço Ambulatório de Apoio Local), fomentou o desenvolvimento das cooperativas de habitação e contribuiu para a formação de Gabinetes de Apoio Local, em particular dos centros históricos. Iniciou o processo de revisão da legislação urbanística portuguesa. Após esta experiência política, parte para Madrid onde foi consultor urbanístico e coordenou o processo de planeamento dos 25 municípios que constituem a sua Área Metropolitana.
Em 1983, regressou a Portugal, como professor de Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, sendo presidente do seu Conselho Científico até à sua jubilação. Em 1990, regressa à política e foi eleito para uma autarquia onde desenvolveu um processo urbanístico que combina a gestão urbana com o planeamento territorial.
Estas experiências estão patentes na produção de diversos textos e intervenções que visam a inovação da prática do planeamento e do projecto urbano, com ressonância em várias instâncias e publicações europeias. Simultaneamente, tem investigado a cidade difusa do Noroeste Português contribuindo de uma forma decisiva para a interpretação e definição de políticas adequadas ao ordenamento deste complexo sistema territorial.
Manuel Fernandes de Sá
in Nuno Portas, Prémio Sir Patrick Abercrombie UIA 2005. Lisboa: Ordem dos Arquitectos e Caleidoscópio, 2005
Em 20.10.2012, com o pintor e escultor Espiga Pinto, também natural da sua terra, na Câmara Municipal de Vila Viçosa, onde foram ambos agraciados com a Medalha de Mérito Cultural
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Nuno Portas
(Vila Viçosa, 1934)
Frequentou o curso de Arquitectura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (ESBAL), obtendo o seu diploma na Escola Superior de Belas-Artes do Porto (ESBAP) em 1959.
Na qualidade de professor, leccionou “Projecto” na ESBAL e, em 1983, transferiu-se para o curso de Arquitectura da ESBAP, tendo participado na fundação da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde viria a assumir funções como Professor Catedrático a partir de 1989. Actualmente é Professor Jubilado.
Tem regido cursos em Universidades Europeias e Latino-Americanas, desde 1965.
Foi distinguido com os títulos de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro (1998), pelo Instituto Politécnico de Milão (2005) e pela Universidade do Minho (2012), foi elevado a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2004), recebeu o Prémio Sir Patrick Abercrombie de Urbanismo da União Internacional de Arquitectos (2005) e a Medalha de Mérito Cultural (2013).
Vou me indagar desse pessoal da Vila Viçosa com carinho
ResponderEliminarSim, Djack, tudo está ligado, muito ligado.
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