domingo, 5 de novembro de 2017

[3232] Significado da mostra bibliográfica a ver entre 2 e 16 de Dezembro no Fórum Municipal Romeu Correia em Almada, Portugal (ver posts anteriores)

As obras presentes nesta exposição constituem sinal da notável produção literária da geração de escritores que colaboraram na revista "Claridade", editada na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, Cabo Verde (9 números, 1936-1966). 

Primeiros excertos do romance "Chiquinho" de Baltasar Lopes, este ano em 70.º aniversário, foram precisamente publicados nos volumes 1 e 3 da mesma, cerca de uma década antes de o livro ser dado à estampa, em Lisboa. Manuel Lopes, António Aurélio Gonçalves, Jorge Barbosa, Henrique Teixeira de Sousa, João Lopes, Nuno de Miranda, Aguinaldo Fonseca, Jorge Pedro, Onésimo Silveira e Corsino Fortes são alguns dos nomes mais representativos publicados pela revista. Manuel Ferreira surge pelo convívio que teve com os "claridosos" e pela sua ficção de temática próxima.

Por limitações de espaço expositivo, houve que fazer uma selecção de apenas sete autores e 40 livros (e, de vários deles, suas subsequentes edições) que, pela primeira vez em Almada, oferecem uma ideia bastante clara da literatura cabo-verdiana que entronca, em nomes e ideia, na celebrada revista das ilhas verdianas.

3 comentários:

  1. Quarenta livros é obra, Djack! Estás a ombrear com os maiores coleccionadores de obras cabo-verdianas e ainda por cima com o mérito de promover a sua divulgação entre o mundo lusófono. Esta iniciativa é deveras louvável e é sem dúvida oportuna porque surge no âmbito do 70º aniversário do emblemático romance Chiquinho. O interesse particular desta iniciativa é ela envolver obras que revestem um valor histórico próprio; diria que são “clássicas” por despontarem com o Movimento Claridoso, que na literatura cabo-verdiana ganha foros de autêntico classicismo na medida em que inaugura uma expressão cultural e estética muito própria dentro do espaço lusófono, ao mesmo tempo que assinala o despertar da consciência identitária do povo cabo-verdiano. Uma consciência identitária que, a meu ver, correspondia a uma forma singular de ser, sentir e expressar o seu sonho de felicidade.
    Parabéns, Djack! Obrigado, Djack!

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    1. A ideia inicial era expor 70... 70 anos de "Chiquinho", 70 livros de "claridosos". Contudo, esbarrei com um contratempo que é só haver quatro expositores, cada um deles com espaço apenas para 10 livros. Mesmo assim, será uma bela mostra e pelo que sei, pouco usual. Pode ser que um dia a coisa seja mais lata. Veremos!...

      Tu sabes bem como é... o vírus cabo-verdiano está cá, nada a fazer.

      Braça bibliófila,
      Djack

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  2. Fanàstico !!!
    Ê quanto posso dizer deste facto de ter, no estrangeiro(?), uma colecção e participar com ela nessa exposição.
    Poucos de nôs temos tantos e tais obras, sobretudo uma pessoa que, a cada vez que parte tem de se desfazer de muita coisa que não pode consigo deslocar e que leva o coração despedaçado.
    Um imenso obrigado pelo interesse, pela paciência, pela competência e pelo amor à nossa (de ambos e dos outros) terra Cabo Verde.
    Braça significatica bem pertod

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