Trata-se de uma transcrição de um texto de Francisco Mantero, de 1910, reproduzido no Boletim da Agência Geral das Colónias, n.º 36, de Junho de 1928. Caro leitor, leia a parte onde se fala de Cabo Verde e veja o que perdeu, por ter nascido tão tarde...
O gajo que escreveu isto devia ser pendurado numa árvore pelos pés, para que o sangue lhe afluísse mais intensamente ao cérebro. Mas calculo que essa operação lhe resolveria o problema, pois que não está em causa a lucidez mental mas sim o respeito por si próprio.
ResponderEliminarVolto de novo a este assunto. Há uma confusão de datas. O Boletim é de Junho de 1928 mas no texto aparece o ano de 1910. Em que ficámos?
ResponderEliminarSe se reporta ao ano de 1928, compreende-se porque foi quando começou a era Salazarista, ou pelo menos o seu advento. Se se reporta a 1910, como não traz o mês, tanto pode ser ainda na vigência da democracia como na da república, implantada em 5 de Outubro desse ano. Mas, sendo do tempo da monarquia, havia já luzes polvilhando as mentes que seriam o bastante para impedir este autêntico aborto mental. Reinava em Portugal D. Manuel II, um príncipe em toda acepção da palavra. Havia liberdade de expressão e nada impedia que a inteligência e a verdade se afirmassem em liberdade. Portanto, isto só pode ser, de facto, do tempo salazarista. É claro que o Estado Novo só começou em 1933, sob a batuta de Salazar, mas os germes da ditadura já estavam inoculados nas mentes servis, depois de ele ter passado pelo ministério das finanças.
Adriano, tu não leste o que escrevi como introdução.
EliminarBraça,
Djack
Desculpa, Djack, só agora é que reparei que se trata de transcrição em 1928 de um texto de 2010. De facto, não dei toda a atenção à tua introdução.
EliminarConclui-se então que o gajo que escreveu isto tinha vendido a sua consciência ao cacau, ou a sua alma ao diabo.
Então, lembrei-me do romance "Equador" de Miguel Sousa Tavares e fui à wikipedia e encontrei esta passagem que passo a transcrever:
"Quando, em Dezembro de 1905, Luís Bernardo é chamado por El-Rei D. Carlos I a Vila Viçosa, não imaginava o que o futuro lhe reservaria. Não sabia que teria de trocar a sua vida despreocupada na sociedade cosmopolita de Lisboa por uma missão tão patriótica quanto arriscada na distante ilha de São Tomé. Não esperava que o cargo de governador e a defesa da dignidade dos trabalhadores das roças o lançassem numa rede de conflitos de interesses com a metrópole e não contava que a descoberta do amor lhe viesse a mudar a vida. O protagonista conhece o amor, quando está em São Tomé, como governador.
O anterior governador português de São Tomé era uma pessoa bem vista pelos donos das roças, pois pactuava com o monopólio e o uso da escravidão como força laboral, de modo a ter os maiores rendimentos a preços mais baixos."
Pois, Luís Bernardo, um idealista, não pactuava com a exploração do seu semelhante, isto é, com a escravidão, ao contrário do seu antecessor. Este era da estirpe do gajo que escreveu o texto publicado no Boletim.
Com os meus comentários anteriores, não quero ofender quem pense de modo diferente. Mas não podia deixar de exprimir o meu pensamento, estando em causa a exploração do homem e o atropelo à dignidade humana.
ResponderEliminarMas não acredito que alguém de boa mente, sobretudo se for cabo-verdiano, desminta ou conteste o que escrevi.
ResponderEliminarTenho as minhas convicções forjadas quando sai da minha terra porque acabava de terminar o 1° Ciclo liceal com notas altas e ninguém me pode ajudar a ficar (queria desenvolver o Conjunto Cénico Castilho, e continuar os estudos que continuei fora). Dizia eu, foi fora que senti profundamente a injustiça de terem levado um meu primo ("voluntàrio à força") que faleceu logo no ano seguinte.
ResponderEliminarComo diz o Adriano, o responsàvel desta escrita assassina devia ser pendurado pelos pés.
Estou convencido que aquilo era uma outra forma de racismo e escravidão perpetrada pela raça branca sobre a negra. Naquela época ainda aquela gente (branca) em todo o mundo ocidental pensava e agiam assim.
ResponderEliminarFelizmente neste particular esse nosso mundo mudou, muito embora ainda há muito coisa por fazer
Bom em 1910 tinha-se acabado de sair da Escravidão havia meio século tanto em Portugal como nas colónias. O sistema perdurou por muito tempo e as sequelas estavam ainda frescas. Reparem a alegada 'boa vida' que levavam os escravos em STomé de acordo com as palavras do articulistas. Felizmente mudam-se os tempos...
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