terça-feira, 30 de janeiro de 2018

[3471] O renovado "Liceu Velho", ex-Liceu Gil Eanes e ex-Escola Preparatória Jorge Barbosa

Texto de José Fortes Lopes no seu Facebook

Admira-me o pouco entusiasmo da notícia da re-inauguração do edifício do ex-Liceu Gil Eanes também conhecido por Liceu Velho (autêntico templo da educação e da cultura cabo-verdiana do século XX que foi uma universidade 'avant la lettre'). Por ali passou toda a nata cabo-verdiana que brilhou no século XX. O restauro aconteceu graças à cooperação portuguesa, mais uma vez, após anos de denúncias de abandono e intensas pressões da parte de um pequeno núcleo de ex-alunos (presto aqui uma homenagem aos blogues Esquina do Tempo, Praia de Bote e Arrozcatum, pelo número de artigos e posts dedicados a esta matéria nos últimos cinco anos). 
Apesar da presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros português, não li nenhuma notícia ou artigo relevante, tirando o blogue MindelInsite e Notícias do Norte, todos obviamente com sede em S. Vicente, na imprensa cabo-verdiana, que se diz nacional. Se o edifício se situasse noutros sítios, outros galos cantariam!!
'Posto' aqui algumas fotos da amiga Celeste Fortes do acto inaugural.
Admirem a beleza interior deste edifício, um dos poucos e raros ex-libris da cidade do Mindelo e da ilha de S. Vicente!!!
Nota importante: Aqui já é a sede da Reitoria do Polo da Universidade de Cabo Verde no Mindelo, e julgo que vai ter uma utilização justa, à altura da dignidade deste edifício e da sua história.




6 comentários:

  1. Ficou lindo. Temos agora um edifíco digno sede da Reitoria da Unicv. Melhor utilização não podia haver

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    1. De facto, o nosso amado edifício ganhou outra dignidade. Só me faz pena ter desaparecido o sino. A gente ainda amava mais o sino que o edifício. Era ele que nos libertava, ahahahaha. Chegar a hora de um professor entrar e o sino tocar, garantindo-nos que ele não vinha e que podíamos ir jogar futebol ou contar anedotas na pracinha do Liceu, era o máximo.

      Braça com ding dong, ding dong...
      Djack

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    2. Até que enfim !!!
      A Comunicação Social não fez eco por se sentirem envergonhados (uns) ou raivosos (os que preconizavam seu desaparecimento).
      Ganhamos o edificio.

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  2. Belo edifício, sem dúvida. Vejo que a recuperação foi graças à cooperação portuguesa. É realmente intrigante terem silenciado, a nível central, a inauguração do novo edifício. MAS SABEMOS QUE NÃO É POR ACASO. Texto muito bem elaborado do José Lopes.

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  3. O edifício está magnificamente restaurado. Aqui as fotografias dão conta disso. Lindo!
    Grande e nobre estabelecimento de ensino, onde passaram gerações e mais gerações de cabo-verdianos. Escola que deu gente de alto gabarito, que ainda hoje se distingue (os vivos) e se recorda em boa memória, aquela que já nos deixou. O antigo Liceu de Gil Eanes é património nacional
    da Educação.
    Não querendo maldizer,infelizmente hoje temos uma comunicação social, muito mais virada para festivais e "fait-divers" do que para a reflexão sobre uma matéria desta qualidade.

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  4. E isso mesmo, Ondina. A comunicação social não consegue (ou intencionalmente não quer) separar o trigo do joio. A memória do liceu Gil Eanes será sempre uma pedra no sapato dos etnocentristas. Questionam por que foi instalado em S. Vicente e não em Santiago, e até poderão ter razão em perorar sobre este assunto, com o argumento de que capital (de um país) é capital, ainda mais se está na ilha mais populosa. Eu até lhes concedo direito a especular sobre isso. Só que àquela época a realidade social, cultural e económica do território se localizava na ilha de S. Vicente. Se lermos o pensamento de geógrafos conceituados, verificamos que a condição que então oferecia a ilha de S. Vicente aconselhava a que o estabelecimento de ensino secundário fosse nela instalado. E a História demonstrou quão acertada foi a escolha. De resto, que interessa agora ignorar a História? Ainda por cima, quando se sabe que o crescimento da ilha de S. Vicente foi mais fruto do empreendedorismo privado do que favores do governo central

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