sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

[3478] José Inocêncio da Silva (1894-1967), algumas memórias no Pd'B (2)

Este opúsculo foi publicado pelo Grupo Académico Progredior, em 1946. Aqui o Pd'B sabe pouco deste grupo, ligado ao Liceu Gil Eanes, excepto que um dos seus membros era Celso Cândido da Silva Fernandes, homem de Santiago que faleceu cedo em Lisboa, em 1980. Seja como for, são 14 interessantes páginas com uma biografia de JIS da autoria de Belmiro Vieira e reprodução de críticas de jornais portugueses (e até de um do Brasil) à obra "Rumo Novo".

Mais saborosa para os nossos dentes de rato de biblioteca e de bibliófilo é a dedicatória a uma mademoiselle cujo nome JIS escreveu com três palavras mas cuja identificação, por termos quase a certeza de que ainda está viva, não reproduzimos. Podemos no entanto dizer que foi esposa de um deputado português de esquerda, de grande prestígio, esse sim, já falecido.

Sabemos que numa viagem do Orfeão Académico de Coimbra a Cabo Verde (por volta de 1960) os orfeonistas e alguns docentes, entre os quais o professor progressista Paulo Quintela (professor de Línguas Germânicas, homem de teatro e tradutor), estiveram na casa de JIS no local onde ele escreveu esta dedicatória, a Vila Inês (a que ele por graça designa como "castelo" e assim se chamava em honra da esposa, D. Inês Silva), no Lameirão. Há uma foto desse encontro no Arquivo do Djô Martins. E se não nos enganamos, um dos estudantes era o Manuel Alegre que entretanto descobriu o Bana… A dita mademoiselle, provavelmente, também era integrante do grupo e daí o contacto.

Quanto ao Lameirão são-vicenteino, penso que os habituais frequentadores do Pd'B (os falantes e os mudos envergonhados) sabem onde fica: para os lados do Mato Inglês e Pé de Verde, num local de razoável acesso, pois é atravessado pela estrada que vai do Mindelo para a Baía das Gatas.


Oferta amistosa do biografado à simpática académica de Coimbra mademoiselle (três palavras no nome) com votos sinceros dos melhores êxitos no seu curso e vida longa.
Castelo da Vila Inês (Lameirão)
Em São Vicente de Cabo Verde, 10.9.1960
Autógrafo de José Inocêncio da Silva

3 comentários:

  1. Fiquei curiosa quanto ao Grupo Académico Progredior...
    Quando ao "castelo" de Djô Fei, que se avista desde a estrada, ele ainda lá está, mas em ruínas...

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    1. Já alguém me tinha dito isso... É uma pena, ninguém lhe pegar e preservar essa memória. Quanto ao Grupo Académico Progredior, só posso dizer que... "- Também eu!". Mas é que não encontrei nada sobre o assunto. No entanto, lá na terra, muitas pessoas devem ter ainda conhecimento do que foi esse grupo. Numa próxima ida ao Mindelo...

      Braça ignorante,
      Djack

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  2. Djack, descobres tudo, rapaz. És um "esgrovetador" de primeira classe.
    Quanto a esse "castelo", conheci-o nos seus tempos áureos, quando o nosso Djô Fei defendia o reduto do cimo das suas ameias, brandindo valentemente a sua espada de madeira de acácia contra os sarracenos que gritavam Allahu Akbar nos terrenos em redor.
    É incompreensível que o "castelo" tenha caído em ruínas. Se calhar o casal não deixou descendentes. Mas, alto lá! A dona Inês Silva, esposa do nosso herói, era madrinha da minha mãe. Será que, invocando essa condição, posso candidatar-me à posse do castelo? É que se assim for, requisito um pelotão de atiradores ao meu ex-regimento aqui aquartelado em Tomar, instalo-me lá com essa tropa e quem sabe possa ainda vir a escrever uma qualquer gesta heróica, na senda do capitão Ambrósio. Ah-ah-ah-ah....

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