No rescaldo da recente morte da cantora boavistense Celina Pereira, a poetisa Carlota de Barros (natural do Fogo) escreveu este poema que simpaticamente nos enviou e que temos o prazer de reproduzir no Pd'B. Ver AQUI post 4690.
ADEUS CELINA
Gerado na saudade
meu pensamento hoje
tece em silêncio palavras
bordadas a prata e
cerzidas de ternos sorrisos
para me despedir de ti Celina
minha eterna Diva.
Que melancolia fininha esta
que flui em tristes sorrisos
e adormece no meu poema
onde ouço a tua voz cristalina
cantar-me Avé-Maria do Morro
e Força de Cretcheu
onde antes foste música
no Palácio de brilhos
entre luzes, espelhos
e tantas vozes amigas
para o meu Sonhu Sunhado ?
Efémera é a vida Celina
mas os instantes que juntas vivemos
foram eternos para te recordar hoje
com o pensamento gerado
nesta saudade que tanto me entristece
e que tento fazer dela música só música
para te dizer um adeus como sempre te vi
entre a alegria do canto e a vibração
de um violão ou as fantasias das teclas
de um piano mágico.
Adeus Celina.
Viverás sempre alegremente onde houver
etéreos pianos violas vilões ou violinos
e crianças seguindo-te de olhos deslumbrados
entre contos fascinantes e trinados cativantes.
Onde houver música e crianças ver-te-ei sempre
minha eterna Diva de Avé-Maria do Morro
nas tuas longas vestes africanas
de olhos verdes luminosos
enviando beijos crioulos
aos teus amigos mais amigos.
Adeus Celina
minha eterna Diva de Força de Cretcheu.
Carlota de Barros
Lisboa, 18 de Dezembro de 2020
Lindo e tocante poema de homenagem à Celina. Parabéns à poetisa Carlota de barros.
ResponderEliminarBela homenagem. Parabéns, Carlota de Barros!
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