sexta-feira, 10 de setembro de 2021

[5343] Feira do Livro de Lisboa


7 comentários:

  1. Registo a notícia, Djack, e agradeço o teu cuidado. É mais uma oferta de leitura que fica em aberto, entre muitas outras que estão em stand by, sabe-se lá para quando. Chega-se a uma altura da vida em que se acumulam na estante inúmeros livros a aguardar a vez, sem que o tempo permite acudir a todos. Pior ainda quando acontece a releitura de livros que nos cativam para sempre. Neste momento, é o caso do livro de Saramago intitulado O ano da morte de Ricardo reis, que para mim é o que mais me marcou. Estou quase no fim da releitura e o meu encantamento é o mesmo da primeira leitura.
    Outra leitura que ao mesmo tempo me tempo ocupado é a biografia de Salazar escrita por Franco Nogueira. Ora, isto para dizer que nunca tinha lido essa obra de Franco Nogueira por uma simples questão de preconceito político. Admiti que o autor se limitava a fazer um panegírico de Salazar. Depois de já ter lido os 3 primeiros volumes, quase 1.500 páginas, não estou certo de que o tenha feito. Utiliza muita objectividade e rigor na sua abordagem, não se coibindo até de denunciar algumas fragilidades ou defeitos do biografado, mas mais ao nível da sua condição humana do que como estadista. A obra é de extrema utilidade na medida em que é um repertório condensado de dados e informações de extrema importância e que não é fácil ter à mão senão mediante consultas e pesquisas dispersas. Franco Nogueira é de um rigor e exactidão irrepreensíveis nos dados que põe à disposição do leitor. É um facto que enaltece a acção de Salazar como estadista, mas como não o podia fazer se a sua obra de restabelecimento das finanças do país e outras medidas no campo da economia, pelo menos o que é dado ler até a esse III capítulo (fim da II Guerra Mundial), foi merecedora de reconhecimento e apreço por políticos estrangeiros insuspeitos das democracias europeias?
    Contudo, peca por passar praticamente ao lado da repressão política: presos políticos, tortura, deportações e encerramento no campo de concentração do Tarrafa. Ora, Nogueira não tinha de o fazer, praticamente não fazendo uma alusão explícita ao lado odioso do que foi a política do estado Novo. Estou agora curioso de saber se o autor da biografia vai continuar a manter o mesmo critério a partir do IV volume, cuja leitura vou em breve iniciar.

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    1. Ninguém é completamente mau e também ninguém é completamente bom. As pessoas devem ser julgadas pela sua melhor percentagem de "bom" ou de "mau". O FN foi uma das personalidades que passaram pelos governos do Estado Novo que mesmo depois de ele ter terminado deixaram obra interessante para os historiadores.

      Djack

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  2. Quis escrever no tocante ao citado livro de Saramago: é o que mais me marcou ... acrescento: "da produção literária do autor"

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  3. Contudo, contudo, Djack, conforme disse num dos meus comentários anteriores, tenciono adquirir livros de Germano Almeida que ainda não li, e eles são O mar da lajinha e do Monte Cara se vê o mundo. É que ler o Germano significa para mim recarregar a bateria da minha boa disposição porque normalmente rio-me do princípio ao fim sempre que leio os seus livros.

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    1. Disso não há dúvida. Acontece-me o mesmo. Mas a risota no nosso caso deve ser maior, porque conhecemos bem a idiossincrasia mindelense e sabemos que o que o Germano escreve retrata um meio que e MESMO assim.

      Braça mindelense,
      Djack

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  4. Isso mesmo, Djack, é exactamente por essa costela genuinamente mindelense do Germano que me rio à brava e me divirto quando o leio. Ele nasceu na Boavista e a sua família de origem é de lá, mas ao transferir-se, ainda novinho, para o Mindelo, bebeu a "água do Madeiral" como ninguém. Para o leitor que não conhece, esta expressão "beber água de Madeiral" é uma metáfora que alude a uma espécie de baptismo (consentido) para se tornar mindelense de gema, sendo que mindelense de gema é, sobretudo, ter-se acentuado espírito de humor e ser-se descontraído, embora por vezes pisando o risco e mandando às urtigas o bom senso e o sentido das conveniências. Eu é que nem por isso me considero um mindelense de gema, talvez por uma certa pronunciada idiossincrasia pessoal.

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