segunda-feira, 27 de setembro de 2021

[5455] Primeiro a trasladação dos ossos; depois, uma bela jantarada... em Maio de 1913

2 comentários:

  1. Estranho procedimento. Mas dá para concluir que o corpo do estudante ficou inumado no cemitério da Conchada, Coimbra, não tendo sido trasladado para a terra natal.
    O lauto jantar que se seguiu parece algo insólito, mas pode elucidar sobre a estima e consideração que os companheiros nutriam pelo falecido. Afinal, não é acontecimento assim tão invulgar. Na América há sempre bons repastos em casa dos falecidos que são fornecidos pelos familiares. E em Cabo Verde parece que a moda está a entrar também, embora com prática mais mitigada: uma canja, um grogue...
    Há dias um amigo disse-me, e com razão, que a vida é também morte ou ambas as situações interligadas numa relação próxima e comprometida, sendo difícil ou impossível ligar as pontas entre as duas realidades. Porque os vivos não se desligam das memórias dos entes queridos que faleceram. Enquanto existirmos eles permanecem inteiros na nossa memória.

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    1. O rapaz devia ser bem visto pelos colegas e faleceu imprevistamente no final do curso, sem o ter completado. Estávamos no longínquo 1903, em que tudo era difícil, quanto mais levar o corpo de alguém de Coimbra para que fosse enterrado em Santo Antão. Mas os camaradas de estudo não o esqueceram e dez anos depois mudaram-no de uma campa vulgar para um jazigo apropriado, no cemitério da Conchada, suponho que com lugar para futuros estudantes que não tivessem jazigo de família. E no banquete de jantar, deve até ter havido speech e brindes com champanhe ou bom vinho em memória do Benjamim Ignácio.

      Braça com Hip, hip, hoorray!, pelo santantonense Benjamim,
      Djack

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