quarta-feira, 29 de setembro de 2021

[5464] Figura típica do Mindelo de diazá: o Sr. André


3 comentários:

  1. Deste não me lembro de o ter visto. Repare-se que ele merecia o tratamento de "senhor", o que pode significar que no mundo de alienação em que vivia não abdicava de certa postura.
    Quem conheci dos meus tempos de menino e moço foi o "Mário doido", em crioulo, "Mar dod". Esse andava em estado andrajoso, com roupas esfarrapadas. Munido de uma lata de folha, batia às portas traseiras das casas (portões) para pedir comida. Após o pedido, fazia um pé de dança e entoava uma cantiguinha em voz quase sumida.
    O Djack perscruta o mundo da realidade cabo-verdiana, mas também encontra signos para chegar ao submundo, o dos deserdados. Também são dignos da nossa atenção, merecendo a nossa compaixão.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Gente digna, apesar de tudo e por vezes até com alguma grandeza. Conheci alguns como este, mas este não, que deve ser pessoa fotografada na primeira metade do século XX.

      Braça sem pirraça,
      Djack

      Eliminar
  2. Deste não tenho ideia. No meu tempo haviam, além de outros, o "Silvestre-plà-vidre" e o "Jom Buze" antes do Mário de que fala o Didi.
    Ê paradoxal dizer que eram boa gente. Tinham seus tiques e eram respeitados, o que nem sempre era corrente.
    O Silvestre não podia ver uma garrafa inteira e logo lhe reduzia a po'. O João, que vivia no Albergue, vinha à cidade pedir esmola sempre com o mesmo refrain: - Esmola p'amor de Deus porque não encontrei que fazer. E quando lhe propunham pilar um milho retorquia: - Não tenho tempo e se tiver tempo, não tenho modo.
    Eram boa gente; não eram violentos. E levavam qualquer coisa. Uma vez por semana.

    ResponderEliminar

Torne este blogue mais vivo: coloque o seu comentário.