Djack, estou no Algarve e pouco tenho ligado o computador, razão por que não tenho comentado. Além do mais, a triste situação que o Putin criou ao povo da Ucrânia desarma a minha vontade e disponibilidade para o nosso habitual convívio neste blogue. Nenhuma guerra faz sentido, seja onde for ou seja quem for. Por isso, deixo aqui este poema que escrevi antes da guerra do Iraque, em 2003, porque para mim o drama do povo ucraniano é o mesmo que o que passou o povo iraquiano.
(Poema feito antes da invasão do Iraque)
AS POMBAS DE BAGDAD
Sois mansas e meigas de verdade, Vós, pombas livres de Bagdad, Aladas sobreviventes da Babilónia, Que te libertastes do tempo e da história, Para escutardes o eco do verbo divino Na trajectória do vosso voo sibilino, Entre a memória dos zigurates E as margens do rio Eufrates.
Sois vós, símbolos vivos da bondade, Que, por trás das mordaças da cidade, Pressentis a alma sombria dos vilões E o temor das garras dos falcões, Vós que, ao alto voando, presenciais As coisas puras e essenciais Que as consciências abjectas sonegam E os corações malignos segregam.
Mensageiras entre a terra e o céu, Como é comovente a vossa afeição Pelo serviço do Senhor da Criação! Vós que te libertastes do tempo, Voai até à congeminação da história E explicai-lhes que é infame e inglória A arte de semear ventos e mais ventos Sem acautelar tormentas e tormentos!
Djack, estou no Algarve e pouco tenho ligado o computador, razão por que não tenho comentado. Além do mais, a triste situação que o Putin criou ao povo da Ucrânia desarma a minha vontade e disponibilidade para o nosso habitual convívio neste blogue.
ResponderEliminarNenhuma guerra faz sentido, seja onde for ou seja quem for.
Por isso, deixo aqui este poema que escrevi antes da guerra do Iraque, em 2003, porque para mim o drama do povo ucraniano é o mesmo que o que passou o povo iraquiano.
(Poema feito antes da invasão do Iraque)
AS POMBAS DE BAGDAD
Sois mansas e meigas de verdade,
Vós, pombas livres de Bagdad,
Aladas sobreviventes da Babilónia,
Que te libertastes do tempo e da história,
Para escutardes o eco do verbo divino
Na trajectória do vosso voo sibilino,
Entre a memória dos zigurates
E as margens do rio Eufrates.
Sois vós, símbolos vivos da bondade,
Que, por trás das mordaças da cidade,
Pressentis a alma sombria dos vilões
E o temor das garras dos falcões,
Vós que, ao alto voando, presenciais
As coisas puras e essenciais
Que as consciências abjectas sonegam
E os corações malignos segregam.
Mensageiras entre a terra e o céu,
Como é comovente a vossa afeição
Pelo serviço do Senhor da Criação!
Vós que te libertastes do tempo,
Voai até à congeminação da história
E explicai-lhes que é infame e inglória
A arte de semear ventos e mais ventos
Sem acautelar tormentas e tormentos!
Tomar, 5 de Março de 2003
Adriano Miranda Lima
São tempos muito maus, estes que vivemos. A obscuridade espreita e é preciso iluminar o caminho e desimpedi-lo.
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