sábado, 11 de junho de 2011

[0067] Baltasar Lopes da Silva... ainda... e sempre

(clique na imagem)
O PRAIA DE BOTE divulga hoje um postal ilustrado editado pela Associação de Solidariedade Cabo-Verdiana (França) em 1989, ano da morte de Baltasar Lopes.

Trata-se de uma oferta do nosso amigo cabo-verdiano Luiz Silva (França) que nos conta a história do mesmo. Ela aqui vai:

«A nossa Associação organisou na altura na Cité Universitaire em Paris um homenagem a Baltasar Lopes, certamente  o  intelectual cabo-verdiano que melhor soube compreender o sacrificio dos nossos emigrantes por Cabo Verde a todos niveis, sem deixar de referir o seu romance Chiquinho, com a presença de muitos lusófonos e em especial cabo-verdianos. Sobre a obra de Baltasar Lopes falaram Alfredo Margarido, Michel Laban e Luiz Silva. Declamaram os seus poemas, Conceição Legot, de Angola. Também esteve presente o conjunto Voz de Cabo Verde dirigido por Paulino Vieira que acompanhou a nossa diva de pés nus, a Cesária Evora, e ainda Morgadinho, Jovino dos Santos, Dulce Matias e outros. Foi seguida dum cocktail pago pela delegação da Fundação Calouste Gulbenkian de Paris, dirigida na altura pela Doutora Maria de Lourdes Belchior que fora colega e amiga de Baltasar Lopes, durante os seus estudos em Portugal.»

Ao Luiz Silva, uma das vozes de Cabo Verde que mais têm divulgado a cultura das ilhas em França, o nosso agradecimento. 

1 comentário:

  1. Adriano Miranda Lima13 de junho de 2011 às 20:26

    Baltasar
    Essa fina saudade de Passárgada
    que percorreu teus dias
    ninguém a entendeu senão tu
    como algo entretecido por mãos de anjo
    quando o sol, a terra e a chuva fizeram as tréguas
    Alguns pensaram que era simples desejo de evasão
    fuga contumaz sem rasto de remorso
    trancando a porta de regresso
    Mas como poderia evadir-se
    quem estava preso no ventre de sua mãe?
    E depois filho de coração terno
    quem poderia mais tarde acalentar a dor de sua mãe
    e cuidar-lhe um dia de uma mortalha lavada?
    Alguns fingiram não perceber que apenas sonhavas com
    um Beijo
    um beijo da mãe-água no seio da mamãe-terra
    depositado na esquina da eternidade
    selando promessa de felicidade
    Este poema que o não é
    pode ser remissão do meu pecado
    ou tardia poção sacrificial
    por não ter também compreendido
    ou partilhado
    a veemência da tua fina saudade
    Baltasar
    Hoje não é já a Parssárgada que nos persegue
    nas nossas intermináveis noites de vigília
    É esta infinita saudade que nos deixaste.

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