Eis uma preciosidade que o PRAIA DE BOTE muito se orgulha de divulgar, por obra e graça do seu colaborador Adriano Miranda Lima que ao blogue a ofereceu: o patacho "Ildut", de velame desfraldado, cortando os mares, toda garbosa.
Grandes tempos, de coisas boas e más, como sempre. A pior de todas, o quase inevitável naufrágio. Nos últimos meses, temos conhecido, na nossa investigação diária, inúmeras escunas e barcas da carreira de Cabo Verde (EUA-CV). A maior parte naufragou, algures no vasto Atlântico, perto nas ilhas ou no regresso aos States, já perto de terra, com perda de vidas e carga. Muitos capitães se celebrizaram pelo seu heroísmo, sabedoria ou desgraça e pela tentativa quase sempre gorada de introduzir emigrantes ilegais na terra do Tia Sam. Multas e prisão eram vulgares entre eles e os seus passageiros.
Pouco sabemos do "Ildut". Os dados disponíveis são escassíssimos. Pensamos até que ela terá sido aplicada na cabotagem apenas em Cabo Verde ou eventualmente em solitária viagem a Dacar. Contudo, esta rara fotografia agora cedida por AML dá aos leitores do PB pelo menos a sua corporização, facto que muito agradecemos ao ofertante.
Grandes tempos, de coisas boas e más, como sempre. A pior de todas, o quase inevitável naufrágio. Nos últimos meses, temos conhecido, na nossa investigação diária, inúmeras escunas e barcas da carreira de Cabo Verde (EUA-CV). A maior parte naufragou, algures no vasto Atlântico, perto nas ilhas ou no regresso aos States, já perto de terra, com perda de vidas e carga. Muitos capitães se celebrizaram pelo seu heroísmo, sabedoria ou desgraça e pela tentativa quase sempre gorada de introduzir emigrantes ilegais na terra do Tia Sam. Multas e prisão eram vulgares entre eles e os seus passageiros.
Pouco sabemos do "Ildut". Os dados disponíveis são escassíssimos. Pensamos até que ela terá sido aplicada na cabotagem apenas em Cabo Verde ou eventualmente em solitária viagem a Dacar. Contudo, esta rara fotografia agora cedida por AML dá aos leitores do PB pelo menos a sua corporização, facto que muito agradecemos ao ofertante.
"Ildut" (clique na imagem) |
Segundo ouvi a alguém, mas não me lembro quem, o Ildut era um navio de matrícula francesa e que foi adquirido por um armador cabo-verdiano.
ResponderEliminarGostaria de acrescentar ainda duas coisinhas. A fotografia aqui presente consta de um quadro de parede que andava pendurado na casa do capton João Pedro Martins e que hoje é pertença de um dos seus filhos, o tal que eu referi em comentário anterior que é meu cunhado e médico de profissão. Outro dos seus filhos, o mais velho, seguiu as pisadas do pai e fez o curso de capitão de marinha mercante na Escola Náutica de Paço de Arcos. Há muitos anos que ele é capitão ao serviço de uma companhia estrangeira. Mas não sei se já está aposentado ou não.
Meu pai nasceu neste barco e tem o nome do dono...José ildut Ramos
EliminarOs meus agradecimentos ao SR. Joaquim Saial pelo excelente blogue.
ResponderEliminarA minha avó contava muitas histórias do Ildut. Que pena, era eu ainda criança e, não sabia o valor que estas narrações tinham. Ficaram no meu imaginário o nome Ildut e o Ribeira Brava, este último, parece ser um grande palha-bote que o João Lopes, comprou para ajudar a tirar São Nicolau do isolamento. No inicio dos anos 90, vi a foto do Ribeira Brava na residência presidencial em são Nicolau. Na altura, era presidente da câmara, o Sr João De Deus Lopes, mais conhecido por Di Deus. Fiquei um bocado desiludido, pois, criei a imagem de que eram, do tipo caravelas.
Obrigado pela participação, caro anónimo. Será sempre bem-vindo. Quanto ao blogue, é claro que aqui S. Vicente está em grande plano mas Cabo Verde também, obviamente.
ResponderEliminarBraça
Djack
O capitão João Lopes será o capitão João de Jesus Lopes da Silva que em 1932 tinha a escuna "Braford E. Jones"?
ResponderEliminarBraça
Djack
O Ildut não era uma escuna, era um palhabote. A escuna tem um mastro de traquete que enverga velas de arte redonda. Este erro, ou ignorância, é frequente entre os americanos, que não conhecem o palhabote (o palhabote Ernestina é conhecido nos EUA por "schooner") embora o nome do palhabote seja de origem anglófona: "pilot boat" - o navio dos pilotos. E a "desgraça" do palhabote não acaba aqui: ele é, também, confundido com o lugre, o qual além do gurupés tem três mastros, e não dois. (A. S. Magalhães).
ResponderEliminarMuito obrigado pela correcção de nomenclatura que é de facto recorrente na literatura jornalística americana.
ResponderEliminarApareça sempre,
Braça,
Djack
O palhabote ou escuna 'Ildut' era propriedade de Sr Zezinho- José manuel Lopes, armador que também respondia pelo 'Manelica'. Ambos, primeiro 'Ildut' e depois 'Manelica', fizeram por largos anos a ligação Sal-São Nicolau- São Vicente e vice versa.
ResponderEliminarObrigado pela informação, caro Carlos.
EliminarApareça sempre que é muito bem-vindo, tanto mais que é um gil-eanista.
Braça,
Djack
A grande diferença entre um palhabote e uma escuna está na mastreação e não no velame, enquanto a escuna, pode aparelhar com dois ou mais mastros, sendo o da mezena o mais alto de todos os demais, o palhabote apresenta dois mastros complementados com mastaréus (extensões aos respectivos mastros) nos quais costumam envergar gavetopes (tipo de vela latina pequena dimensão)
ResponderEliminarNovos agradecimentos pela achega preciosa.
EliminarBraça,
Djack