sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

[0297] Documentário sobre a grande pianista D. Tututa estreia em breve

Do blogue parceiro "ESQUINA DO TEMPO"...


"Dona Tututa" vai ter antestreia mundial no Sal no dia 6 de Janeiro de 2013

Epifânia Évora ama a música e o piano, tanto quanto é possível alguém o fazer. Ao longo da sua vida, transformou dor e alegria em melodias e cantou-as, rompendo convenções. Para esta nonagenária cabo-verdiana,  filha do "inventor da coladera" e mãe 14 vezes, a vida só faz sentido com aplausos. Terá ouvido todos os que merece?

Das noites quentes e gloriosas do Café Royal no Mindelo de outrora, à vida familiar na inóspita Ilha do Sal, vamos viajar pela biografia - ora coladera, ora morna - desta apaixonante mulher e celebrar com ela a cultura singular de um país de músicos, que carinhosamente a trata por "Dona Tututa”.

Realizado por: João Alves da Veiga
Produzido por: Pedro Canavilhas
Filmado por: Leandro Ferrão, Miguel Figueiredo, Pedro Canavilhas
Editado por: Miguel Figueiredo

PRAIA DE BOTE participou marginalmente neste documentário com oferta de um documento do seu arquivo que aqui se reproduz (Diário Popular de 25 de Abril de 1952) e duas fotos do velho Café Royal (uma das quais também se publica). Contributo modesto mas sentido, em homenagem à grande diva do piano mindelense.


Foto Joaquim Saial - Antigo Café Royal. À porta, o último dono, Sr. Tchuna, já falecido

4 comentários:

  1. Todos lembramos do Café Royal mas cada um tem algo de especial num cantinho da sua memória com ou sem a D. Tututa como figura de destaque. Ê que além da tardes com a D. Tututa a deliciar-nos com as suas interpretações, acompanhada do irmão (violão) ou do Muchim de Monte (violino) e mais outros, havia os gin tonic antes do almoço (para alguns) e os encontros à tarde. Nunca esqueci algumas figuras que por esse Café passaram mesmo furtivamente. Eram pessoas que conhecia de tradição e que havia de ver sem me dizerem antes quem eram. Cito três:

    - Fernando Quejas na véspera da sua partida para Lisboa onde fez o que sabemos e que não preciso trazer aqui. Todos ficaram maravilhados com essa voz da rádio que se ouvia. No dia seguinte um seu tio (Aguiar, da Alfândega) disse ao meu pai "e ela estava um pouco constipado";

    - Carlos Lacerda,. Sim o jornalista, politico e não sei que mais, que se exilou na Europa depois de tanto atacar gente graúda corrupta, para não ser preso ou mesmo cilindrado.

    - Adhemar de Barros, o célebre Governador a quem a Cidade de S. Paulo tanto deve. Também, segundo consta era o politico mais corrupto do Brasil.

    Esses dois últimos passaram pelo Royal de dia, sem música, porque os respectivos barcos (da Companhia Loyd Brasileiro) saia antes da hora da morna.

    Tudo isso era qonde SonCente era sabe. Por isso lembrar é reviver. Também revivemos com D. Tututa a quem desejo longos anos de vida.

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  2. Boa Val, dizem quje "recordar e viver ou morrer duas vezes"! Era criança ou adolescente, mas ainda lembro-me dos acordes suaves que evolavam do Cafe Royal nas noites quentes de ternura e saudade e abraçavam a nossa cidade ate o mar, saidos como petalas brancas dos leves dedos da D. Tututa. Morava perto e com essa publicaçao do Bloger, tudo veio de volta.
    Aproveito para parabenizar o Praia de Bote por + um ano de trabalho intenso em prol da divulgaçao de assuntos pertinentes ao nosso Mindelo e faço votos para que no ano 2013 haja maior colaboraçao por parte dos amigos do Praia de Bote e venham mais visitantes.
    VIVA O ANO 2013 E QUE SEJA O VEICULO PERFEITO DE MUDANCAS BOAS PARA TODA A HUMANIDADE.
    Nita Ferreira

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  3. Não tenho memória da D. Tututa e das suas actuações no Café Royal. Como só comecei a entrar em Cafés e Botequins a partir de 1961 (18 anos), e mesmo assim poucas vezes, não me lembro dela no Royal. De resto, só uma ou outra vez, e sempre de dia, entrei lá para tomar um sumo qualquer.
    Bem-haja, D. Tututa!

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  4. Boas lembranças tenho do Café Royal. Ponto obrigatório da cidade para mim. Tchuna era meu Tio preferido, de quem herdei muita aparência física e laivos de algum humor. O primeiro espaço de Mindel onde parava à chegada para o cumprimentar e a derradeira paragem antes de ir para o Aeroporto para dele me despedir. Mesmo se tivesse de beber com amigos, ja homem adulto e a pagar, era sempre com parcimónia que o fazia. O olhar prescrustante do meu Tio, atrás do balcão, servia de moderador. Tinha sempre uma piada inesperada e fugaz sobre a cidade e suas gentes, como quem não quer dar importância. Furtei-me durante algum tempo a entrar no novo Royal por razões óbvias. Ainda bem que mudaram a posição do balcão.

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