O castilhense Val |
A notícia que hoje divulgamos é de Novembro de 1931. O miúdo Val nasceu pouco após, a 9 de Fevereiro de 1933. Nestes primeiros anos 30, como codê da família, ainda nem sabia o que era uma cachupa ou uma bola de futebol, quanto mais jogar com ela, nem suspeitava que ia ser homem do Castilho, apaixonado para sempre pelo prestigiado clube mindelense e figura de proa do grupo de teatro do mesmo - digamos antes, pai. Tinha pois passado pouco mais de um ano desde que um grupo de jovens e uma comissão de senhoras tiveram a simpática (e nobre!) atitude que abaixo se pode ver.
A título de curiosidade, duas notas contemporâneas da anterior:
Daniel Duarte Silva |
1 - À época do nascimento de Val era presidente da câmara municipal de São Vicente o mindelense e oficial da Armada Daniel Duarte Silva que exerceu o cargo de edil entre duas temporadas de outras funções, como capitão dos portos. De facto, o militar cabo-verdiano dirigiu a Capitania entre 1927 e 1931 e entre 1934 e 1936. Foi nesse meio tempo que passou pela câmara de S. Vicente, altura em que, ainda de fraldas, se apresentou ao Monte Cara (ulime, já m'tchegá) o futuro vice-cônsul monsieur Váldêmarrrr, o grande castilhense de Tours... o tal mnine motivo do post de hoje.
2 - Chegou nesta mesma altura a Ponta do Sol, Santo Antão, a primeira camioneta que a ilha viu, propriedade do prestigiado empreendedor Manuel Lopes da Silva. Nesta altura, nem sequer a estrada entre Ribeira Grande e Ponta do Sol era transitável por veículos deste tipo...
"Mnine"simpatico e grande amigo da familia Frusoni.Recordo os velhos tempos com saudade.Um abraço
ResponderEliminarDesta é que não contava !!!
ResponderEliminarAmigo Djack esqueceu que na nossa terrinha que Deus Nossenhor esfringanhou no Atlântico só se homenageiam os mortos (ou os quase...). E ainda estou vivinho da costa.
Vamos dizer que a homenagem vai para o Presidente do Castilho nessa altura sr. Aguinaldo "Tuca" Fonseca, dirigente dinâmico que tinha participado na fundação do Grémio Sportivo Castilho (Dez.1923). Se bem parece, no grupo dos "históricos" estavam os Srs. António (Toi Pombinha) Gomes, António Semedo, Joaquim Stoessel de Sousa, Miguel Monteiro, José Pereira (sapateiro), etc. Na altura o meu pai, também sócio fundador, era na altura defesa direito a equipa de futebol, pedestrianista (1500 Ms) e golfista da agremiação que tem por patrono (António Feliciano de) Castilho.
Já agora, porque não posso sair, quero associar todos os que me ajudaram na aventura da reorganização da Secção de Futebol e (devido a isso) a criação do Conjunto Cénico Castilho. Uma e outra secção a viver ainda.
Não vou perdoar esta brincadeira do Djack e espero me vingar num duelo. Escolho como arma uma cavala fresc e o ponto de encontro serà na Rua de Praia de Bote. Escolho como padrinho "Gongom".
A sorte que ele tem é não estar entre nós a Cleonice.
Merci beacoup - e - rendez-vous na "Boca de Tubarão"
Braça
Homenagem a mortos só com "Ó Djosa quem mandóbe morrê?" tocado pela banda municipal. Mas ainda ca tchegá tempe de substituir Djosa por Val... heureusement!!!
ResponderEliminarTói Pombinha m'conchel na diazá. Comprei na sua loja muito material escolar e livros de aventuras e romances. António Semedo não, mas acho que foi o pai do nosso amigo comum António Castilho Semedo que é "Castilho" por causa do... "Castilho". Dos outros, talvez tenha conhecido algum mas não relaciono os nomes com as caras.
Quanto ao duelo, já que fui desafiado com uma luvada na cara, escolho as armas:
De um lado (o meu), um prato de moreia frita; do outro (o do desafiador), um prato de cavala de escabeche. Em ambos os lados, um bom copo de grogue. Entretanto, peço a ajuda do Brito-Semedo que leva um coco com o qual dá na carola do Val. Enquanto o adversário está desmaiado, não só despacho o prato de moreia frita como o de cavala de escabeche. Deixo apenas o copo de grogue do adversário, como prémio de consolação... A validar o combate, o dono do Boca de Tubarão.
Braça com taça feita de metade de um coco cheia de cimbrom,
Djack
É com o maior prazer e alegria que me associo a esta homenagem a um Val vivinho da costa...Aliás, homegear as pessoas depois de mortas só dá gozo aos vivos e dos mortos normalmente só se diz do melhor...Acho que devemos honrar as pessoas em vida para que com elas possamos interagir e podermos com elas partilhar as emoções do momento, de uma forma sã, frontal, amiga, participada...Não há nada mais reconfortante do que abraçar um amigo do peito, pessoa grada ou ignorada, mas amiga, bem viva, com os corações batendo em uníssono ao compasso de uma felicidade extrema...Pâ bô, Val, quel braça de quebrá costela!
ResponderEliminarZito...
Atenção, atenção!!! A homenagem é ao Val e ao Castilho, não esquecer. E é bom reforçar a ideia de solidariedade do clube relativamente ao hospital - que, naquela época remota, devia estar pelas horas da... morte. Será que o Castilho de hoje ainda tem estas preocupações?
ResponderEliminarJá agora, aqui o Pd'B deve dizer que embora procurados insistentemente na net, não foram encontrados emblemas decentes do Castilho, do Derby ou do Amarante. Coisa estranha, com a excepção do Mindelense que tem um bom logótipo nos ares siderais da rede. Num próximo post mostraremos o que o Pd'B possui em depósito, relativamente a este assunto... emblemático.
Braça perguntativa e procurativa,
Djack
SORRY, MR. DJACK !!!
ResponderEliminarPeço desculpas em não ter falado sobre a extraordinària e feliz iniciativa do Castilho e das senhoras devido a surpresa mas...
Lembro-me do antes da chegada da Infantaria 7 a catastrôfica situação em que se vivia pois andava sempre atrás do meu pai que comentava com os amigos. O Hospital era considerado (quase) um lugar onde se ia morrer. O único remédio disponível era o purgante de sulfato de sódio e morria-se de uma doença horrível conhecida por "dor de barriga d'home". Pouco depois da chegada do Engenheiro Humano (Dr. José Baptista de Sousa) e sua equipa passaram a saber que era a apendicite.
A verba para a alimentação era pouca, quem comprava metia o dedo no mel, os cozinheiros retiravam "um czinha pa eje" e quando chegava no prato do paciente era "pouco, frio, mal feito".
Portanto quaisquer tostões angariados com a manifestação eram bem vindos.
***
Obrigado ao Castilho de dias-hà, às Senhoras, ao Praia de Bote e ao menino de Ponta de Praia e ao Zito que também deve se lembrar de muita coisa.
Aproveito a dica para referir que meu tio e padrinho Manuel José de Faria, era o primeiro sargento vago-mestre do R.I. 7, oriundo de Leiria, minha cidade natal...Foi ele, de resto, o responsável pela ida para S.Vicente da minha família, nos princiios da década de 40 do sec. XX, numa aventura que terminou, in felizmente, em 1977...
EliminarEle sabe, ele sabe!
ResponderEliminarDigam lá se não mereceu a homenagem. Claro que sim!
Braça valdemárica,
Djack
Palmas para o Val. Este mnin de Soncent e cabverdian de gema que ama tanto a sua Terra. Val é um exemplo de cidadania activa mesmo estando longe da Terra Natal. Precisamos do Val e de muitos Vals
ResponderEliminarCom um computador que tem estado manhoso, a dar-me negas, como que a querer proporcionar-me uns tempinhos sabáticos, ainda pude ouvir, a dobrar a esquina da rua da Praia, os ecos das palmas ao meu amigo Val. Palmas justas a que me associei logo com muito gosto e entusiasmo, porque o menino Val merece tudo, com ou sem bênção do capitão dos portos, do Tói Pombinho e de outra gente de grata lembrança na nossa terra. Mais a mais, o Val está vivinho da Silva e valente e lutador como nunca, e é pois nestas alturas que temos de aplaudir.
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