quinta-feira, 14 de novembro de 2013

[0620] Nem mais! Sim, visão estratégica é isto!

Notícia OJE/LUSA

Cabo Verde deve receber, a 20 deste mês, 15 mil toneladas de milho, a primeira produção oriunda do terreno comprado em 1985 pelo Estado cabo-verdiano no Paraguai para a produção de cereais que chega ao arquipélago.

O projecto, denominado "Ilha Verde", nasceu em 1985, quando Cabo Verde comprou um terreno no Paraguai para a produção agrícola fora do país, com vista a suprir as necessidades internas de cereais devido à fraca produção nacional.

Além do milho, estão a ser cultivados no Paraguai produtos como trigo, arroz, soja, cana-de-açúcar, mandioca, feijões e frutas, entre outros, que serão transportados posteriormente para Cabo Verde, onde servirão de matéria-prima para outras unidades de transformação agroindustrial. 

Durante uma visita à Unidade de Armazenamento de Cereais, instalado no Porto da Cidade da Praia, o primeiro-ministro cabo-verdiano destacou que o "Ilha Verde" é uma "grande referência para o empresariado cabo-verdiano", virado para o país, mas também com ambições de transformar os produtos agrícolas e exportá-los para o mercado oeste-africano. 

"O que se está a projectar à volta desta propriedade no Paraguai é trazer cereais e desenvolver um pólo industrial no domínio agroalimentar para o mercado nacional e para a diáspora", afirmou. 

"Mas também há a intenção de Cabo Verde se poder inserir no espaço da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), aumentando a nossa capacidade industrial e de exportação e, consequentemente, gerar milhares de postos de trabalho e garantir mais rendimentos para as pessoas, além do efeito fundamental na nossa soberania alimentar", disse. 

Para José Maria Neves, o projecto "Ilha Verde" contém "uma visão e uma grande capacidade" de empreendimento, constituindo-se como uma iniciativa "ousada", mas também de "grande persistência e paciência" dos empreendedores.    

7 comentários:

  1. Esta produção de bens em regime extraterritorial tem o seu quê de "lança em África (!)" mas suscita-me uma duvida que gostaria de ver resolvida: o milho, o arroz, o feijão e o que quer que seja, há-de chegar às ilhas em navios que, lógicamente, vão cobrar um frete de ida-e-volta pois, assim à primeira vista não vislumbro o que é que poderão carregar, de volta...É como fazer uma corrida de taxi ao quilómetro: como não haverá passageiros para o regresso, tem que se pagar os dois percursos...Será isso rentável?!

    ResponderEliminar
  2. Estava a gizar um comentário bem favorável quando li o do Zito. O meu comentário, que mantenho, vai no sentido de aplaudir uma ideia que tem muito de original, cabendo perguntar se é exclusiva de Cabo Verde. Que é uma ideia capaz de oferecer solução para o suprimento das necessidades de abastecimento em cereais, parece evidente que poderá ser. Mas claro que são pertinentes as interrogações do Zito, muito pertinentes mesmo. É que para lá da originalidade e, porventura, virtude, da ideia, todos os custos têm de ser sopesados. Isto significará perguntar se o custo de transporte compensa mesmo ou se por trás da ideia estará o primado de algum interesse privado com lucros chorudos e inadmissíveis para certo empresariado. É desconfortável colocar dúvidas perante uma solução desta natureza e de outras que visam resolver o grave problema alimentar de Cabo Verde, mas elas são legítimas e só podem contribuir para o esclarecimento cabal a que o povo tem direito. Mas oxalá tudo tenha sido bem pensado e equacionado e estejamos perante uma solução tão luminosa nas suas vantagens económicas para Cabo Verde que até causa estranheza nunca ter sido antes ponderada.

    ResponderEliminar
  3. Bom em relação a este assunto estou tão perplexo que não consigo comentar. Para além desconheço os pormenores desta operação ou investimento, que data dos anos 80 quando o primeiro ministro era Pedro Pires, pelo que as minhas duvidas são imensas. Como é possível que só agora falem desta questão?
    Tirando isso dou o benefíco da dúvida a este projecto, esperando que não seja outra publicidade enganosa ou propaganda política mas sim algo que beneficiará todo Cabo Verde. Se tal for o caso boa sorte a esta iniciativa

    ResponderEliminar
  4. Lembro-me de ter ouvido a noticia de compra de terrenos na América Central pelo nosso Governo e, desde então, tive dúvidas sobre se seria rentável. Isso ficou na minhas abissais e agora aparece.
    Li os três comentários acima e... continuo a ter dúvidas, precisamente sobre o custo dos cereais na medida em que os barcos so têm cargo num sentido.
    Não sento técnico não condeno mas, se fosse chamado eu diria "fabriquem a "bombas eólicas, como as que fabricava o Toi Bintim e exploram terrenos. Não terrenos arroz mas teremos milho, feijões, etc."
    Como não temos petróleo devemos ter ideias. E falar não é proibido.

    ResponderEliminar
  5. Já agora, não me parece despiciendo perguntar o que é que as "nossas" terras do Paraguay produziram nestes ultimos mais de...vinte anos!!!

    ResponderEliminar
  6. 'That is the question' Zito. Já chegamos no ponto. Obviamente que essas terra devem ter produzido um pouco, a pergunta que se coloca é quem geriu os benefícios e como foram distribuídos durante mais de vinte anos. Mas como dificilmente em Cabo Verde se questiona sobre as finalidades das coisas e se prestam poucas contas ninguém vai-se lembrar de questionar isso. Continuo perplexo

    ResponderEliminar
  7. SEM MAIS COMENTÁRIOS:
    http://www.jsn.com.cv/index.php/nacional/253-praia-jose-maria-neves-visita-projeto-ilha-verde

    ResponderEliminar

Torne este blogue mais vivo: coloque o seu comentário.