O jornal é "O Luso", de Honolulu, Hawai (parece estranho, não é?, mas é verdade!...), de 18 de Dezembro de 1886 (respigado deo "Jornal do Commercio"), a três anos do final do reinado de D. Luís... E, como se vê, tanto era mau o tratamento dado a São Vicente de Cabo Verde, como à Madeira e aos Açores. É ler, minha gente, é ler, e comparar com tempos mais modernos...
Fico parvo. Jà é sina, mà sina a nossa. E continua com particular prejuizo para o Porto Grande e Mindelo.
ResponderEliminarAgora temos o australiano.
Braça
Até parece um fenómeno atávico!!! Não estou convencido de que as causas sejam exógenas!!!
ResponderEliminarBraça
Zito
Uau isto não conhecia. Fico pasmado quando leio isto. Parece uma sina nossa, o eterno subdesenvolvimento parece perseguir-nos. 100 anos depois apesar do aparente crescimento material actual sofremos de problemas tão ou mais graves, que o digam nós nestes dias atribulados.
ResponderEliminarBem, as culpas têm de ser assacadas apenas ao governo português de então, que não esteve à altura de apetrechar o Porto Grande e de lhe afectar outras condições (porto franco) para que pudesse competir com Las Palmas. E começou aí, paulatinamente, o início da perda da influência do Porto Grande. Isto é genético, meus caros, em matéria de governação, ontem como hoje, Portugal se enreda na mesma teia de constrangimentos e incapacidades próprias. E é engraçado que o problema tivesse tido eco em Honolulu.
ResponderEliminarIsto é, para além de incompetência, também é, puro Racismo. Um tal Australiano veio acrescentar mais uma lenha nesta fogueira.
ResponderEliminarQue gerações futuras tenham isso em conta, para que no ano de 2743 a realidade esteja bem diferente.
Um Abraço de Gerações
Marcos, eu até acho que a questão do racismo não se coloca aqui. Pelo contrário, seria do interesse do nacional que o Porto Grande de S. Vicente continuasse em alta projecção das suas capacidades, em virtude dos dividendos que daí advinham para a Fazenda Nacional. O problema deveu-se à incapacidade, já então manifesta, de gizar uma governação capaz sob a égide do regime liberal consagrado pelo constitucionalismo monárquico. Os dois partidos dominantes à data, o Partido Progressista e o Partido Regenerador, cuidavam mais dos seus interesses pessoais do que os imperativos nacionais, dando razão a que Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, assim como Guerra Junqueiro, escrevessem os textos recriminatórios que fizeram história, tanto pelo seu conteúdo literário como pela sua pertinência política. Infelizmente, o problema se mantém na actualidade, e volta e meia circulam na net textos daqueles homens de letras. Portanto, na altura caberia a Portugal tomar as mesmas providências que a Espanha tomou relativamente ao porto de Las Palmas, que roubou ao Porto Grande o protagonismo que teve até certa altura no apoio à navegação transatlântica entre a Europa, a América do Sul e a África do Sul. Por conseguinte, o problema nada teve a ver com racismo (aliás, seria absurdo) mas sim com incapacidade de visualização estratégica.
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