Fotografia gentilmente enviada ao Pd'B por Artur Mendes, sobretudo destinada à "sabiduria" de Valdemar Pereira que decerto terá algo a dizer sobre ela - e sobre elas, as empregadas cabo-verdianas dos ingleses do Telégrafo. Não esquecendo o encarregado das ditas, Pipi de Cacala, ali ao lado do british gentleman. A foto é de 1930, da autoria de A. Rosa. A merecida moldura e o passe-partout foram colocados pelo Pd'B.
ResponderEliminarLembro-me desta fotografia pois um exemplar fez parte da colecção do meu pai a quem perguntava os nomes das pessoas e o "porquê". Infelizmente, o que foi conservado até ele (o pai) deixar este mundo foi, logo de seguida, parcialmente apoderado por um coleccionador que ficou "de as recuperar" para me devolver mas o mal já estava feito.
Estas eram algumas das muitas criadas que estavam adstritas aos diversos serviços dos funcionários Western: havia as cozinheiras, as criadas de quarto e as "das águas". Cada "snhor" tinha três criadas. Depois havia-as para serviços comuns nomeadamente a distribuição da água(*), lavandaria, passagem a ferroe mess, etc.
Não tenho ideia de ter visto Nhô Pipi de Cacai no Telegraph mas sei que ali esteve como "empregado dos ingleses" e, entre outras coisas era gerir esse pessoal que tinha, obrigatoriamente, de usar lenço e avental.
Rica lembrança nos traz o Djack, graças ao AMendes.
V/
(*) Como sabem, os ingleses montaram o pipe line a partir do cais da Miller's onde os vaporins de Vascônia atracavam para descarregar a água que consumiam. As criadas iam todos as manhãs carregar quanto fosse necessário para o consumo.
Gente de diazá que naturalmente ninguém conheceu. É a primeira vez que ouço falar do Pipi de Cacai.
ResponderEliminarSegundo o Artur Mendes, o nominha era "Pipi de Cacala". O Val chama-lhe "Pipi da Cacai". Eu não chamo nada, porque tal como o Adriano não o conheci nem tinha ouvido falar dele, até agora.
ResponderEliminarBraça em dúvida,
Djack
Gent de temp de Caniquinha!!!!
ResponderEliminarOLÁ ARTUR...BELA FOTOGRAFIA!
ResponderEliminarZito
Vamos repor o verdadeiro" nominha" do nosso mordomo:
ResponderEliminarPIPI DE CACALA.
Lamento, Artur !!!
ResponderEliminarE se eu te disser que Pipi de Cacai foi o marido da minha madrinha?
Não tenho dùvidas nenhumas. Nunca ouvi este nominha "Cacala".
Sorry, rapazim.
Mais ainda A madrinha era costureira, conhecida por Nha Funchinha de Pipi de Cacai e era mãe de Edgar (Argentina), Doris (Dakar) e Alexandra Pina Santos (ainda em S.Vicente)
EliminarEntão?
O Val parece que está a falar de quem conheceu pessoalmente. Eu é que não boto faladura porque não conheci nem nunca ouvi esse nome.
ResponderEliminarMoi aussi...
EliminarRendo-me à National Valdemar Enciclopédia .... ( Não falha uma)!
ResponderEliminarAproveito para tentar vender:
Relógio O.Mega ( de Las Palmas) comprado na Casa Azev... que ainda mantem hora certa de Telegrafo!
Base de licitação: 300 E.
MEU PAI ERA AGENTE OFICIAL DA OMEGA...NÃO VENDIA IMITAÇÕES E O SENHOR ARTUR MENDES DEVIA SABER DISSO...
EliminarJOSÉ MANUEL FARIA DE AZEVEDO
O Pd'B colocará uma imagem do dito cujo, logo que ela lhe chegue. Ainda para aqui anda um Cauny Prima, comprado, acho eu, ao Benvindo, prenda da passagem da 4.ª classe. Trabalhava tão bem como a sineta do Gil.
ResponderEliminarBraça com tic-tac,
Djack
E quês minininha? Ninguém ta conchês?
ResponderEliminarDjack, em primeiro lugar, o Cauny Prima. O nome já se me tinha varrido da memória e eis que o trazes à vida, tu que guardas saudosa, meticulosa e carinhosamente todas as coisas da memória, as grandes e as pequenas. E não é que me fizeste lembrar um que me foi oferecido quando fiz o 2º ano do liceu? Esse relógio andou no meu pulso até aos 28 anos e nunca fiz questão de o substituir por nenhum outro, por melhor e mais sofisticado que fosse, e tendo eu possibilidade económica de o fazer. Aliás, esse relógio só desapareceu do meu uso por me ter sido roubado. Estava eu no Regimento de Évora e tudo aconteceu no dia em que ia partir para Moçambique com a minha companhia (eu já era capitão). Logo de manhã bem cedo, fui tomar banho na instalação que servia o quarto que eu ocupava. O quarto não tinha casa de banho privativo, pelo que se tinha de ir de roupão à instalação balneária situada no corredor e que apoiava os ocupantes de 3 ou 4 quartos. Ao entrar para debaixo do chuveiro, reparei que me tinha esquecido de tirar o relógio e então pousei-o em cima de uma prateleira próxima. Mais tarde, e já de saída do quarto, reparei que tinha deixado o relógio na casa de banho, fui lá mas ele já não estava no sítio. Como era um sábado, eu era o único oficial ocupante daquela ala da Messe, visto que os outros tinham ido de fim-de-semana. Eu só lá estava porque o embarque para Moçambique calhou precisamente num sábado, como me lembro bem. Perguntei a uma empregada que fazia a limpeza dos quartos e da casa de banho e ela afirmou nada ter visto. Mas era a única pessoa que tinha, e teve, acesso ao local. E pronto, não quis acusar ninguém, até porque estava com um pé no estribo. Fiquei sem o relógio da minha saudade, que não tinha outro valor senão o afectivo, e não pouco. Convenço-me de que ainda hoje o teria (tal como o Djack) se não tivesse acontecido o dito roubo.
ResponderEliminarQuanto àquelas menininhas, é claro que nunca vi nenhuma.
Eu também tenho um relógio... que não vendo porque foi-me deixado pelo patriarca que fez questão disso. como aqui se contam historias das coisas mais interessantes dos tempos de dias-hà, é ocasião de falar da delicadeza dos british.
ResponderEliminarO meu avô trabalhava pelos ingleses (no gofe, parece-me) quando o meu entrou para a Western aos 17 anos e ali ficou até o encerramento ao cessar a concessã de 99 anos.
Quando Hermínio Pereira completou 50 anos de serviço houve uma cerimonia com todo o protocolo (discurso, dring's e bafas) e o Supervisor lhe entregou um Ómega automático "em nome de Sua Majestade Britânica, Elizabete II". Imaginem !!! Como se a Bebeta tivesse tempo para se lembrar de um modesto funcionário da ilha do Porto Grande. Pois bem; não é bazofiaria de mnine de Soncente. Foi assim.
E desde há algum tempo o relógio se encontra no seu estojo para ser entregue ao descendente que mais se interessar pela Família cabo-verdiana e por Cabo Verde.
Por isso não vendo.
Et voilà !!!
ESSE, QUE É OMEGA SUIÇO, SE CALHAR ATÉ FOI VENDIDO PELO MEU PAI...~
EliminarZito
Voltando as assunto da fotografia:
ResponderEliminarAs "brincadeiras" "arrozianas" e "botianas" provocam "meximentos", na memória dos tempos e dos lugares da nossa infância vivida na Soncente, em coisas ouvidas dos nossos idosos a quem devemos lembrar sempre pelo sacrificio que tiveram (sobretudo em tempo de Guerra) para nos fazer homens responsàveis que não se meteram nas drogas e que souberam (ou sabem) apreciar um Gin/tonic ou um gruguinha de Sintantom sem exageras. E viva a oralidade que agora toma novo incremento para que a geração futura saiba (se ela se interessar) ou se relembre.
- Deves lembrar-te de um negociante de bordo, alto, magro, branco, bem míope, que usava boina preta e se chamava Jom de Laura, que morava porta a porta com os Ets.Serradas, Rua Sà da Bandeira. Ele tinha um irmão, rapazim (rapagão) sport, jogador de ténis no Castilho, guarda de saúde de profissão, que se chamava Armando de Laura.
- Escusado perguntar se te lembras de Leça Ribeiro (Associação Comercial, o ùnico jornal que tinhamos, Fábricas de tabacos e sabão depois da Praca Nova), Raul Ribeiro (idem, idem, aspas), Néné Ribeiro (da Vascônia) e Djindja Ribeiro (Banco Nacional Ultramarino - Praia)
- Talvez te lembres do Comodoro Daniel Duarte Silva (Capitão dos Portos, guarda-redes do Sporting do Mindelo), do (então) Capitão de Infantaria Raul Duarte Silva (Administrador do Concelho do Mindelo), mas lembras-te de certeza do nosso Dr. Adriano Duarte Silva, Deputado, Juiz, Professor do Liceu, Benfeitor vilipendiado pelo PAIGC.
Penso, a 90%, que te lembras dessa gente toda mas o que talvez não saibas é que
"falode falà cma eje mnine tude ê irmom de Pipi de Cacai que tinha como patronimico Pina Santos.
Boa Páscoa de lembranças de "gente intigue"
Braça pa tude gente
Caro Valdemar ( permita-me o "nominha" o Enciclopédico" ...
ResponderEliminarA letras 123 - Falais no nome do Capitão Raul Duarte Silva ( Administrador Concelho de S:V) ... Acaso sabeis que, o PRIMEIRO julgamento do Dr. Baltazar Lopes da Silva, 27 anos... Foi precisamente contra o SR Administrador.... ? Corria o ano de 1934... mais propriamente no dia 17 de NOV. A audiência correu provisoriamente no Palácio.
NHÔ BALTAS VENCEU A CAUSA....
Gente grande perdeu!
Pois, Artur, deste episôdio lembro-me muito vagamente mas é um de vàrios em que Nhô Baltas ganhou.
ResponderEliminarAo contràrio do que se vê hoje em dia naquela terra onde os causidicos sô ponderam o dinheiro (estão-se nas tintas pelo direito) naquele tempo de diasà os advogados tinham orgulho em defender uma causa, mesmo quando não havia compensação monetària. Sabiam que seria, de qualquer forma, um "acontecimento" na Morada, no Monte Sossego, Chã d'Alecrim ou Ribeira Bote. Era como telefone àrabe e corria como rastilho.
Uma anedota que contavam, ainda andava eu no liceu, que:
- A ùnica pessoa que "destabilizou" Dr. Baltazar foi Gabirel Mariano (sexto anista no Gil Eanes) que defendia (oficiosamente) uma causa.
Uns diziam que ele não quis amachucar o sobrinho e outros afirmam de pés juntos que foi mesmo mérito do futuro jurista. E era como nas partidas de futebol onde uns eram do Mindelense e outros da Micà. No fim era so parôdia.
Do Gabriel prôriapente dito... falamos uma outra vez com imenso agrado.
Caro Amigo,
ResponderEliminarNo primeiro venceu a causa contra os mais poderosos da época ( Igreja incluída)...Bem que merecia um post... assim o "dono" o entenda"...
O último, perdeu ... Quase o vi chorar foi .na defesa (indefensável) do inglês que matou o saudoso Schofield.... penso mais pela morte do "velho" do que pelo destino do "bife"....
....
Pra amainar o ambiente : - Quando o guarda Raspa trouxe o desgraçado do inglês preso para "Estaçon", a Capitania estava em obras de pintura... pendia uma corda que servia para amarar o balde de tinta... aí um "boice" abusado, tirou o balde e imitou uma forca de filme de Cow Boy... My God... quando inglês vê a forca, desata a correr e a gritar pela rua abaixo. e .o Raspa á rasca... sem saber o que fazer.... A sorte dele´foi o inglês refugiar-se na "Estaçon"... Aì o nosso guarda suspira de alivio - "Louvar a Deus, bô tchegá na casa!.
( mal contado, mas dá pra entendê)
Saudações Leoninas