Senador Augusto Vera-Cruz |
O texto foi redigido (ou acabado) pelo ilustre Senador Augusto Vera-Cruz a 1 de Março de 1925, mas só foi publicado na "Gazeta das Colónias" um mês depois. Chama-se "Cabo Verde, abusos a corrigir" e não é preciso apresentá-lo. Basta lê-lo, para se ver como esta figura foi tão importante para a sua terra e ainda hoje é tão digna de servir de exemplo.
Em fundo, os "amigos" ingleses de Portugal e um governo central fraco. Era a época do presidente-escritor Manuel Teixeira Gomes (1860-1941) que exerceu a sua magistratura em clima de instabilidade entre 6 de Outubro de 1923 e 11 de Dezembro de 1925. Seguir-se-lhe-ia Bernardino Machado, por pouco tempo, até que se deu o golpe de 28 de Maio de 1926. Entretanto, Cabo Verde ia continuando na mesma...
Talvez sejam estes os muros de que o senador fala. Foto feita a partir de um navio, vendo-se os quintalões com carvão dentro. Na Western Telegraph, esvoaça o pavilhão britânico... |
Que falta faz, hoje, um Senador destes...Infelizmente, já não se fabricam homens desta têmpera...Orgulho-me de ter morado numa rua que tinha o seu nome, rebaptizada depois do 5 de Julho, vá-se lá saber poerquê!!!
ResponderEliminarEste é um grande personagem da história mindelense e caboverdiana. Nestes tempos modernos homens desta têmpera já não se produzem com tanta frequência
ResponderEliminarIsso foi temporariamente, durante aquele período de loucura comum a todas as revoluções e a todas as grandes mudanças de identidade... Mas depois, a razão voltou e já pelo menos em 1999 a rua tinha recuperado o nome antigo e certo. "5 de Julho", bom e necessário designativo de artéria mindelense, passou a ser o da Rua do Telégrafo. A história acabou bem, afinal, ou os mindelenses não fossem gente com cabeça...
ResponderEliminarMas voltando ao assunto do longo e lúcido texto do senador, verifica-se aqui uma sabedoria e activismo que não teve paralelo em sua vida. Ele percebeu o que faltava ao Porto Grande e à ilha mas ninguém o ouviu, ninguém quis saber. Lisboa ficava demasiado longe e a Praia também... E Dakar e as Canárias foram ganhando, à conta do laxismo luso e praiense...
Braça senatorial,
Djack
A resposta anterior, foi para o Zito. Ao José, só posso dizer que tanto em Cabo Verde como em Portugal, Europa e outras paragens, parece que os genes degeneraram. Cada político, mais matreco que o anterior... Poucos se salvam, na desgraça actual.
ResponderEliminarBraça desencantada,
Djack
E eu, que tenho tanta documentação sobre a chamada "Concessão Blandy", não sabia como a coisa tinha acabado. Vi agora, através do texto do senador que, afinal, depois do entusiasmo inicial então gerado, não deu em nada.
ResponderEliminarBraça com zero,
Djack
Quando o senador se refere aos muros levantados em boa parte da cidade, deve estar a aludir aos muros dos "quintalona" de carvão. Um desses muros percorria grande parte da Rua do Telégrafo e escondia, entre essa rua e o mar um avião que tinha caído anos antes e um local onde se jogava basquetebol. Nada mais havia nesses espaços, que me lembre.
ResponderEliminarBraça com alguma memória,
Djack
Folgo em saber que, pelo menos, a toponómia, acabou por reponder às exigências histórico-sociais da cidade e dos seus habitantes...Não há nada como designar coisas, lugares e pessoas pelos seus nomes de baptismo!
ResponderEliminarMas, voltando ao texto do senador, o que aqui sobressai, para além do abandono dos interesses da ilha pelas autoridades competentes (locais e nacionais) é a velha sacanice dos nossos velhos aliados, coisa antiga e recorrente... Os rapazes, quando se encheram, deram o fora. Deixaram o golfe e o cricket, mais o gin&tonic, o whisky e os quintalões vazios... De resto, nickles...
ResponderEliminarAqui, não foram amigos de Peniche, foram amigos do pocket... deles.
Braça carvoeira,
Djack
A História do Império Britânico e da presença de britânicos noutros impérios está repleta de episódios semelhantes ao que aconteceu no Mindelo: quando a vaca deixou de dar leite, foram-se embora e deixaram a vaca oca!
ResponderEliminarNão é por acaso que os EUA são o paradigma da religião "cifrónica" (de cifrão, claro)...God Save the Queen...and My Wellfare!
Djack, creio que o reparo do Zito sobre a toponímia não se referia à Rua do Telégrafo mas sim à rua Senador Vera Cruz, a não ser que eu tenha interpretado mal. Lembro-me do nome desta rua mas já não exactamente do local onde ficava.
ResponderEliminarQuanto a este post, que eu só agora vejo, por pensar que o PdB estava no defeso, não há palavras para classificar o seu grau de importância. Importância histórica.
Políticos e governantes deste quilate já não há. O molde foi deitado fora e não se sabe por onde anda ou se é possível resgatá-lo do obscuro anonimato.
Quanto aos ingleses, é um facto que lhes devemos a criação da cidade do Mindelo, mas não o fizeram senão para encher os bolsos, como sempre o fizeram por todas as paragens do planeta onde fincaram a sua lança. Mas a culpa nem sequer é deles por toda a situação que o Senador descreve e denuncia. A culpa foi do governo central, seja republicano ou
monárquico, para quem Cabo Verde não passava de uma pobre colónia especialmente vocacionada para
degredo político.
Mas não nos admiremos se o privilégio do monopólio consentido indevidamente aos ingleses, e com prejuízo para a colónia, não tivesse por trás conluios sedeados nos bastidores do governo central ou mesmo com a sua directa anuência. Ontem como hoje, os políticos portugueses tendem a chafurdar no monturo de inconfessáveis interesses privados. Com honrosas excepções, claro. Excepções em que pontificam com letras de ouro um Sá da Bandeira e um Fontes Pereira de Melo.
Sim, eu percebi bem o que o Zito disse e expliquei-lhe que a rua dele voltou a ter o nome antigo (Rua Senador Vera Cruz) e que a de 5 de Julho passou a ser a antiga do Telégrafo. Ou seja, já temos duas ruas 5 de Julho: uma que deixou de o ser (a do Zito) e outra que passou a sê-lo (a do Telégrafo).
ResponderEliminarA Rua Senador Vera Cruz é a que fica no enfiamento da Rua da Luz. Ou seja, se estivermos na Rua Senador Vera Cruz e caminharmos para a Rua de Lisboa e a atravessarmos, passamos a estar na Rua da Luz, a caminho da Pracinha da Igreja. Estou a ver que tens de voltar urgentemente ao Mindelo...
Braça toponímica,
Djack
é bon saber a realidade e a historia dess sancente que eu amotanto. graças a deus BDP existe ou que ia fazer sem vocêx que me da a conhecer tudo o passado da minha terra sancente? obrigado porque hoje vou dormir mais sabe du que ontem.tchenta d'nha Bia
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