sexta-feira, 15 de agosto de 2014

[1044] Um comandante de veleiros de 17 anos... falso, obviamente!


Nota para os visitantes do Pd'B: Aqui fica a introdução e um excerto da última "Crónica do Norte Atântico", terminada hoje, bem cedo, em continuação da de Julho. Para não maçarmos os leitores do "Terra Nova", mais alguns casos de deportações de que temos conhecimento (e que dariam para terceiro artigo), serão divulgados no livro "Crónicas do Norte Atlântico".

DEPORTAÇÕES PARA CABO VERDE, NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX – ALGUNS EXEMPLOS (2/2)

Vimos na passada crónica alguns casos de proibição de entrada de cabo-verdianos nos Estados Unidos da América e de deportação de gente das ilhas para o território de origem. Continuamos no presente texto o relato com outros exemplos dessa atitude de um dos países mais rígidos do mundo no dito aspecto – embora contraditoriamente formado por uma população de "muitas e desvairadas gentes"… E, de igual modo, com deportações de Portugal para Cabo Verde e desvio posterior para os Açores…

(...) Um capitão de veleiros com 17 anos

Voltamos a ouvir falar de deportação para Cabo Verde, quando o falso capitão da escuna "John R. Manta", de seu nome João J. Barros, apenas com 17 anos de idade, é preso. Entregue à guarda do marshal Howard C. Arnold, prevaricava não só por usurpação de cargo como por transportar onze patrícios cabo-verdianos clandestinos, factos que aconteceram em meados de 1928. O "John R. Manta" fora rebocado desde Vineyard Haven por um barco da Guarda Costeira e ao ser revistado e removida a carga, haviam sido encontrados os ilegais que revelaram que haviam pago bilhete e que em três ocasiões tinham recebido ordem para se esconderem. Juntamente com o falso capitão de veleiro foram presas mais três pessoas: um passageiro, o piloto e o imediato (um deles, provavelmente, o verdadeiro capitão do navio), este sentenciado a dois anos de prisão. Em Dezembro de 29, já com seis meses de cadeia cumpridos, permitiram ao jovem Barros que saísse do país, embora ficando ainda à guarda do marshal até que ele próprio ou o governo português se encarregassem de comprar o bilhete de regresso. (...)

1 comentário:

Torne este blogue mais vivo: coloque o seu comentário.