quarta-feira, 28 de junho de 2017

[3033] Tanta coisa se pode sacar de um simples postal...

Dado que alguns dos posts hoje colocados são algo extensos (por exemplo a entrevista a Nuno de Miranda e o recorte da "Capital"), amanhã não haverá posts, para os nossos visitantes poderem "mastigar" melhor o que hoje aqui deixámos. 

Para rematar, fica o verso de um postal ilustrado curioso. Yvonne escreve para madame Cempez (?), a partir de São Vicente, em 1 de Outubro de 1916, dizendo-lhe que está a ter uma boa e bela viagem e dirigindo-lhe um beijo. O carimbo de São Vicente coincide com o do paquete onde ela estaria em trânsito e o postalinho é "carimbado em alto mar", como ali se pode ler. 

A Royal Mail Steam Packet Company "The RMSPcoy" refere-se ao navio "Araguaya" que fazia a carreira Southampton-Buenos Aires. Era carimbar a correspondência bordo e depois despejar a mala em São Vicente. Daí, lá iam cartas e postais para o mundo...

Quanto à parisiense Rue de Flandre, passou depois a avenida em... 1994 Ver AQUI

Quanto ao veículo da mensagem, era editado pelo Costa da Rua do Ouro, 295, Lisboa. Às tantas, alguém do Mindelo subiu a bordo com uma colecção de postais, com a qual deve ter feito bom negócio. Se, pelo contrário, a menina (ou senhora) Yvonne o comprasse em terra, não levaria o carimbo do navio. Achamos nós... Pode ser tudo ao contrário, claro.

Esqueci-me de aludir ao selo inglês, mais um sinal de que o postal partiu mesmo de bordo para o Mindelo e daí então para o destino.

Já viu o nosso visitante, o que se pode tirar de um simples postal?


7 comentários:

  1. Quanta evolução !!!
    De um simples "Caminho" passou a Avenida, uma das maiores de Paris.
    E o endereço sem o côdigo de cinco digitos indispensàveis. Por vezes até com o "codex" com dois ou três algarismos.
    Que dizer das viagens em barcos super apetrechados. Uns quinze dias no alto com divertimentos diàrios... Ao chegar jà se tinha gozado a metade dos "congés".

    ResponderEliminar
  2. Cada objeto de história postal conta um pedaço de história, alguns são verdadeiros achados, este é um dos exemplos. Cabo Verde e S. Vicente tem
    algumas peças do correio marítimo que são verdadeiros tesouros. Parabéns pelo post Djack.

    ResponderEliminar
  3. Também dou parabéns ao Djack, embora ele dispense isso de um assíduo frequentador deste espaço como eu. Mas a verdade é que o Sherlock Holmes não faria melhor em trabalho de pesquisa, análise, comparação, dedução e conclusão. O Djack é mestre em soltar a língua a um simples postal. E em muito mais peças que ele encontra nos muitos baús que desencanta na penumbra dos arquivos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E amanhã iremos até à Rua de Matijim (ou mais oficialmente de Santo António), onde em Julho de 1948 não havia só botequins e vendedeiras por todo o lado. Nesse mês, desenrolava-se nessa artéria típica do Mindelo grande azáfama que metia o teu primo Nuno, torpedos e muito mais. Agora deita-te a adivinhar ou então pergunta ao Nuno o que de facto se passou nesse maravilhoso local, nesse mês e nesse ano, ahahahahahah

      Braça são-vicentina enigmática,
      Djack

      Eliminar
  4. E falaremos de novo da homenagem que o PR de CV prestará em breve a nhô Césa Marques da Silva, com novos pormenores cedidos pelo nosso vice-cônsul privativo de Tours...

    Braça medalhada,
    Djack

    ResponderEliminar

Torne este blogue mais vivo: coloque o seu comentário.