segunda-feira, 6 de julho de 2020

[4638] Persistências no Mindelo, mas com progresso

Caizim dos despejos - Ainda activo, pelo menos em meados dos anos 60 do século XX - Talvez Foto Djibla

A caminho do Alto de Santo António, 1999  - Foto Joaquim Saial

2020 - Fotos Zeca  Soares


[4637] "Missa Papae Francisci" composição de Ennio Morricone para duplo coro, orquestra e órgão

Sendo o nosso blogue sobretudo um lugar do Mindelo, de São Vicente e de Cabo Verde, parece despropositado surgir esta peça no Pd'B. Mas dada a excepcional qualidade do compositor (que muitas horas ouvimos ao longo da nossa vida), fiquemos com esta missa dedicada ao Papa Francisco, como homenagem ao Totói que nos deixou quase ao mesmo tempo que Morricone.

[4636] O funeral do Totói, antigo craque do Mindelense e velha glória do União de Tomar, visto por Adriano Miranda Lima

Praia de Bote agradece ao amigo Adriano Miranda Lima este texto sobre uma figura estimável dos nossos dois países que mesmo na morte é mais um motivo para nos unir.

Totói - Foto Rádio Hertz - Tomar (pormenor)
Tendo falecido na noite do passado dia 3 de Julho, aos 81 anos, foi hoje [5 de Julho de 2020] a enterrar o jogador Totói, de seu nome oficial António Eduardo Fortes, antigo craque do Mindelense e velha glória do União de Tomar.

O corpo esteve esta manhã em câmara ardente na Igreja de Santa Maria do Olival, onde foi celebrada missa, com a presença de centenas de tomarenses, dentro e fora do templo, antes do longo cortejo fúnebre que iria organizar-se em direcção ao cemitério local, em Marmelais, arredores da cidade. A cidade não olhou para o intenso calor e esteve significativamente representada na hora do adeus ao seu ídolo.

O pároco foi de exemplar eloquência na exaltação das qualidades humanas, morais e cívicas do falecido, assim como do precioso legado que deixa à cidade como futebolista e como técnico dos vários escalões e camadas de formação do clube local. Interpretando o sentimento geral da cidade, foi de particular veemência na descrição das virtudes do Totói como ser humano, destacando a sua grande capacidade de relacionamento e a simpatia e naturalidade com que tratava toda a gente, independentemente da idade e condição social. Aliás, bastava olhar para os semblantes carregado de quantos assistiram às exéquias fúnebres, para se perceber que o sacerdote não falava em vão.

Durante o acto religioso, a filha mais velha usou da palavra de forma emotiva, recordando o pai extremoso e o dedicado chefe de família, dizendo que até ao fim da sua existência ele será sempre o seu fiel guia, inspirador e companheiro.

O cortejo fúnebre entre a Igreja e o Cemitério levou à frente uma comitiva do União de Tomar, com representação dos vários escalões do clube. O curioso foi ter-se visto, logo no início do percurso, uma camisola da Selecção de Futebol de Cabo Verde aberta e pendurada numa haste ladeando a estrada. Pareceu-me um gesto anónimo, pois não vi que alguém estivesse identificado com a iniciativa, mas interpretei-o como querendo sinalizar que o Totói era um homem de coração grande e ancorado em todos os lugares. De facto, acredito que até ao fim da vida ele nunca deixou de ser um mindelense autêntico, do mesmo modo que soube ser um tomarense dedicado e comunitariamente envolvido e comprometido. A popularidade de que gozava não era produto de qualquer artifício publicitário, resultava simplesmente da sua forma natural e autêntica de ser e de se dar.

No funeral, estiveram presentes, entre outros nomes ligados ao Futebol, o treinador Manuel José, seu compadre e antigo colega no União de Tomar, e também o actual técnico do clube Santa Clara, João Henriques, natural de Tomar. 

Uma imagem que guardarei sempre do Totói reporta-se ao já longínquo ano 1965, quando, numa noite dos princípios de Novembro, pela primeira vez o vi em Tomar, sem, no entanto, ainda o conhecer pessoalmente. Ia na rua Infantaria 15, impecavelmente vestido, trajando um elegante fato e sobretudo. Naquele tempo, havia certo primor com a indumentária. Entretanto, saí de Tomar, com destino a Angola, e só alguns anos volvidos regressaria à cidade, estabelecendo então com ele uma grande amizade, fomentada naturalmente pela nossa dupla condição de mindelenses e adeptos fervorosos do futebol. 

Descansa em paz, Amigo Totói. E até sempre!

Tomar, 5 de Julho de 2020
Adriano Miranda Lima

sábado, 4 de julho de 2020

[4635] Amanhã, 5 de Julho. No 45.º aniversário da independência de Cabo Verde, os parabéns do blogue que acompanhou quase 10 deles



[4634] Morreu ontem à noite, em Tomar, o antigo jogador Totói, velha glória do Mindelense e do União de Tomar

[4633] Nos 45 anos da independência de Cabo Verde, aquele que foi realmente a sua primeira universidade: o Liceu Gil Eanes, de São Vicente

[4632] No 45.º aniversário da independência de Cabo Verde, o 5 de Julho de 1975 visto pelo "Diário de Lisboa"






[4631] E porque a história da diáspora dos cabo-verdianos nos EUA não foi só feita de baleeiros, aqui vai a de Frank. J. Silva, falecido em Fevereiro de 1945 - o qual, no entanto, também trabalhou com navios

[4630] Como terá acabado este negócio aeronáutico?


[4629] Um/a estrangeiro/a de língua francesa observa Cabo Verde, algures depois da independência

Não sabemos quem é a pessoa, de língua francesa, mas pelo seu postal não totalmente datado sabemos que o escreveu após a independência do país. Foi fazer formação (desconhecemos qual) de três semanas às ilhas do Sal, Santiago e São Vicente (oito dias em cada uma). Entre outras considerações, achava e com razão que as ilhas tinham algo de brasileiro mas também um não sei quê de português. Ou seja, percebeu boa parte do mistério crioulo do arquipélago e dos seus habitantes "gens charmants à tous les niveaux"...



[4628] Amanhã, 45 anos de Cabo Verde independente


Para os que gostam das coisas da História, aqui fica o decreto de nomeação do último representante do Governo de Portugal em Cabo Verde antes da independência.


sexta-feira, 3 de julho de 2020

[4627] 9.º exemplar de "O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo" de Germano Almeida chega ao Pd'B

Chegou hoje, depois de algumas semanas de ansiosa espera, o 9.º exemplar de "O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo", de Germano Almeida, destinado à nossa biblioteca cabo-verdiana. Sendo que os anteriores eram todos portugueses (e ainda nos faltam pelo menos duas edições...) e que uma variante cabo-verdiana está encaminhada através de amigo em S. Vicente, esta é uma edição francesa, "Éditions Sépia", Saint Maur, 1995. Aproveitou-se para a capa (e muito bem) uma pintura do artista mindelense Manuel Figueira, de colecção privada. Trata-se da representação de um jogo de uril (ou ouril ou ouri, como também lhe chamam). Veio o livrinho de Noisy le Sec, comuna da Île-de-France, a 5 km de Paris. E veio bem, para junto de 8 irmãos seus - ou quase, porque os anteriores falam português e este tem língua da Gália...




quarta-feira, 1 de julho de 2020

[4625] Coisas que não lembram ao Diabo...

Imagine que morava na Rua da Avenida; ou na Avenida da Rua. Ou que residia no Beco da Praça; ou na Praça do Beco. Suponha que habitava numa casa do Terreiro do Largo; ou no Largo do Terreiro. Pois segundo o autor da legenda deste postal, houve no Mindelo o "Largo da Praçinha". Assim (com cedilha e tudo), tal qual... mas a coisa pegou e ainda hoje temos memória dela - embora com mais estilo. Enfim, sai um "viva a Pracinha d'Igreja"!!!










[4624] Memórias: Cabo Verde: O Poema Diferente (1995) – Parte II

[4623] Memórias: Cabo Verde: O Poema Diferente (1995) – Parte I