segunda-feira, 3 de maio de 2021

[4888] O pensamento de Onésimo Silveira, relativamente a Portugal

Do excelente e insubstituível livro "Onésimo Silveira - Uma vida, um mar de histórias", de José Vicente Lopes, ed. Spleen, Praia, Cabo Verde, 2016:

"Contrariamente aos meus antigos colegas de luta de libertação, sempre entendi que, com Portugal, estamos 'condenados' a viver em paz e em progresso. Só agora é que se começou a ver Portugal como um parceiro, realmente. Falta a muita gente em Cabo Verde, coragem para caracterizar, historicamente e do ponto de vista político, as nossas relações com Portugal. São relações em que intervêm muitos aspectos do tipo colonial, mas são também relações de muito afecto e solidariedade. Os cabo-verdianos têm de interiorizar o seguinte: nenhum outro país no mundo gosta mais de Cabo Verde do que Portugal. Portugal e Cabo Verde estão ligados pela história e pelo sangue. E isso não é conversa, é a mais pura realidade."

2 comentários:

  1. Permito-me comentar um ponto do excerto publicado. Concordo com tudo mas não vejo que nas relações entre Portugal e Cabo Verde depois da independência deste "intervêm muitos aspectos de tipo colonial". Ou então seria necessário explicitá-los para se poder compreender melhor a asserção.

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  2. De regresso à página do Praia de Bote após um tempo distantes por motivos diversos. É com muita saudade que lembro OS ,um amigo e companheiro de causas, a democracia e a Regionalização. O pensamento de OS é ímpar, quando comparado com os outros colegas, em matéria de relações com Portugal. Falei initimamente com ele sobre esta questão no anos 90 e mais tarde e notei uma grande abertura de espírito. Não era mais o homem dos discursos inflamados nem das recriminações mas sim buscando factores comuns a Portugal e CV. De resto em 2017 na apresentação do livro sobre Regionalização em Lisboa tomou posição nesta matéria que faria virar Cabral de avesso e poria osamigos vivos do Paigc em polvorosa. OS era um pragmático e realista, e estou convencido que se pudesse fazer tudo de novo ou renascido teria feito mais e melhor. De resto como Embaixador em Lisboa deu um grande contributo na questão do EE de CV junto à UE. Tivesse tido mais meios políticos teria contribuído para tirar CV das situações complicadas em que se meteu. Mais um que se foi sem poder realizar muitos sonhos possíveis e exequíveis, entre outros a Regionalização.

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