NOTA: O texto que se divulga a seguir, não foi encomendado. Disso jamais precisaria o PB, pois funcionará desde que haja apenas um leitor não no Mundo, mas em todo o universo (incluindo Marte, obviamente). No entanto, o nosso amigo e colaborador Adriano resolveu escrevê-lo pois, na sua inteligência, generosidade e interesse, percebeu que este blogue funcionará muito melhor se os cerca de 50 cliques diários (por enquanto, pois em 2023 estimamos que serão 8.382.909) se transformarem em pelo menos oito ou dez comentários. Um comentário implica outro e por ai adiante, todos ganham, no gozo que dá alimentar este pedaço de areia virado para o Monte Cara. Mas o homem escreveu, está escrito e aqui se dá à leitura.
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Foto Joaquim Saial - Escada do penúltimo piso (Meteorologia) para o último (sala dos sinaleiros) da Torre de Belém, antes do restauro (clique na imagem) |
Meus caros conterrâneos, mninas e mnines d’Soncent:
«A Praia de Bote, no genuíno coração do Mindelo, é de facto a praia da cidade, onde no entanto poucos tomam banho. Sítio de catraeiros, lojas de aprestos marítimos (em desaparição), vendedeiras de fruta e legumes, botequins com cheiro a grogue, mancarra e tabaco americano, pescadores e seus botes, plurim d’pêxe, contrabandos vários, patifes de navalha afiada e também gente boa… Começa na velha Alfândega (hoje Centro Cultural do Mindelo) e acaba na Torre de Belém (ou ao contrário…). É dela, da cidade e da ilha onde se situa que o Blogue PRAIA DE BOTE trata.»
Em poucas mas sugestivas palavras, é esta a linha editorial do blogue PRAIA DE BOTE. Iniciado a 7 de Fevereiro de 2011, o seu proprietário é Joaquim Saial (mestre em História de Arte pela Universidade Nova de Lisboa). É português e reside em Almada, mas é cabo-verdiano de coração, dos mais autênticos que conheço. Viveu quase três anos da sua adolescência em S. Vicente, filho do patrão-mor da Capitania dos Portos, tendo frequentado a quarta classe, a admissão aos liceus e dois anos lectivos no Gil Eanes, tempo suficiente para aprender a falar crioulo com toda a fluência e tornar-se um genuíno mindelense. Tanto que captou e assimilou a alma da cidade e esta nunca mais dele se desapossou, antes pelo contrário, ela “cangou” o seu espírito pela vida fora. A ponto de o Joaquim a manter intacta e sempre presente no seu quotidiano, e de a redescobrir a par e passo, como poucos cabo-verdianos de nascimento o fazem.
Através do PRAIA DE BOTE, o Joaquim, carinhosamente alcunhado de “Djack de Capitania” pelos antigos colegas, tem dado à estampa muitos e interessantes factos e figuras da história da ilha de S. Vicente, alguns pouco conhecidos ou divulgados, graças ao seu interesse, empenho e constante trabalho de pesquisa. No meu caso pessoal, muita coisa sobre a minha ilha natal só passei a conhecer por intermédio do PRAIA DE BOTE.
No entanto, apesar das visitas ao Blogue serem bastantes, poucos são os comentadores. Muito poucos mesmo. Mais comentadores iriam certamente acrescentar-lhe interesse e valor.
Por isso, apelo aos mindelenses a quem envio este mail que venham espairecer no PRAIA DE BOTE, para ajudar a dimensionar o Blogue e torná-lo um espaço partilhado por mais malta.
Um grnde abraço
Adriano Miranda Lima
(abraço retribuído pelo PB)