domingo, 16 de setembro de 2012

[0246] AINDA A QUESTÃO DO CRIOULO X LÍNGUA PORTUGUESA

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA NOS DESAFIOS DO MUNDO GLOBAL - a regionalização e o debate sobre o crioulo (3.ª Parte)

José Fortes Lopes


Romancista e poeta Almeida Garrett (Portugal)
Como vimos no artigo anterior (2.ª parte), parece haver um propósito, mais ou menos disfarçado, de eliminar o bilinguismo em Cabo Verde erradicando paulatinamente dos nossos hábitos a língua portuguesa, que herdámos e com a qual convivemos durante quinhentos anos, substituindo-a por um crioulo oficial e padronizado em função do dialecto santiaguense e da assimilação progressiva dos outros crioulos, condenados assim ao desaparecimento.

É provável que seja o inconsciente colectivo a aconselhar o refúgio no crioulo, pela constatação de que a maioria dos cabo-verdianos, inclusivamente as elites, demonstra notória dificuldade em se exprimir correntemente em português. Mas se tivermos em conta que antigamente o cenário linguístico era bem melhor, correspondente a uma situação de bilinguismo em que, todavia, o crioulo era largamente dominante, só se pode concluir que a causa principal da presente situação é a falência do sistema de ensino. Pretender-se, com uma reforma arrevesada, mascarar a resolução de um problema eminentemente técnico, é como tapar o sol com a peneira. Porém, o problema do domínio do português em Cabo Verde perseguirá eternamente os cabo-verdianos se ele não for atacado de raiz e resolvido definitivamente. Estou certo de que se a língua portuguesa for expulsa pela porta, ela retornará sub-repticiamente pelas janelas. Os especialistas linguísticos deveriam, por conseguinte, antes do salto no escuro, debruçar-se com muita seriedade e rigor sobre o problema do português em Cabo Verde, apresentando pistas e soluções para a sua resolução. A questão que se coloca e levanta dúvidas aos cépticos da metodologia seguida no processo da oficialização do crioulo, é se esta será mesmo uma solução, como apontam e advogam os “especialistas”, nos quais se incluem os chamados Fundamentalistas. Ou seja, a questão é saber se o mais conveniente é mesmo o retorno umbilical ao crioulo, como poção mágica para os problemas linguísticos bicudos de Cabo Verde, a contento dos que vêem a língua materna como o regaço para o sossego da sua inquietação identitária. Esta é uma dúvida fundamental.

O(s) crioulo(s) de Cabo Verde conviveram naturalmente, ao longo dos quinhentos anos, com a língua portuguesa, de tal maneira que os laços umbilicais e o permanente vaivém entre as duas línguas foram e são a única e verdadeira fonte de enriquecimento do crioulo. A prova disso é o facto de mais de 90% do léxico de todos os crioulos cabo-verdianos terem origem portuguesa. Nunca o crioulo, nem mesmo durante os momentos mais altos da perseguição salazarista, esteve realmente ameaçado, pois, ao mesmo tempo que se alimenta do português, está fortemente enraizado nas diversas ilhas, com os seus diferentes cambiantes. Portanto, independentemente da questão da oficialização do crioulo, aproveitar a oportunidade para eliminar a língua portuguesa da convivência dos crioulos é tirar a estes o húmus onde crescem e florescem, é privá-los do único substrato linguístico capaz de lhes fornecer uma futura gramática e um léxico minimamente credíveis. Por conseguinte, é falso o argumento da necessidade da instauração imediata do monolinguismo em Cabo Verde para proteger o crioulo. A língua portuguesa é e será um elemento de referência estruturante e o tronco de onde emana a seiva vivificante do crioulo. Daí que seja essencial voltar a ensinar bem o português, investir fortemente nesta língua para que qualquer cidadão possa falá-la correcta e correntemente, assim como o faz o brasileiro, o angolano o moçambicano ou o santomense, que não parecem querer prescindir da herança linguística que receberam e é ponte disponível para ligação com o mundo. Fechar-se no crioulo e romper com a língua portuguesa só pode conduzir à atrofia do crioulo: o protecionismo nunca deu bons resultados. Infelizmente, muitos teóricos que advogam esta tese parecem convencidos de que o crioulo foi gerado espontaneamente, através de uma auto-criação, devendo portanto ser preservado numa espécie de éter.

Na verdade, quem pode provar e garantir que a maioria dos cabo-verdianos, depois de uma atabalhoada e pretensa reforma/revolução, conseguirá exprimir-se integralmente em crioulo, como língua estruturada gramaticalmente e propiciadora de um raciocínio e discurso formal, coerente e abstracto, com vantagem em relação ao português? Como disponibilizar todo um acervo livresco, documental e bibliotecário convertido subitamente num suposto crioulo erudito e à altura das múltiplas exigências da literatura, da filosofia e das ciências? Será que de repente vai haver literatura abundante e generalizada em crioulo? Quem vai fazer todo este trabalho e com que meios e dinheiros? Que aliciantes verdadeiros levarão os cabo-verdianos a ganhar hábitos de leitura e escrita em língua restringida aos seus estreitos horizontes? Como correr o risco de lançar Cabo Verde numa experimentação linguística na ausência de respostas às inquietações acima referidas? Tenho, e como eu muitas pessoas, sérias dúvidas sobre esta matéria e assiste-nos todo o direito de as expor. Limitando-se até hoje à pura retórica política, nenhum “especialista”, nem o governo, nem os acérrimos defensores daquilo que chamam a oficialização do crioulo, até hoje responderam a qualquer das dúvidas aqui colocadas e a outras mais.

Num país onde o fosso entre os ricos e os pobres aumenta de dia para dia, há uma elite a viver desafogadamente, pelo que a supressão oficial da língua portuguesa em nada a afectará, pois que continuará a cultivar-se com o acesso à literatura e aos meios multi-media sofisticados expressos naquele idioma e em outros, imediatamente disponíveis em casa ou via internet, enquanto o seu poder de compra lhe faculta ainda estágios e turismos linguísticos e a possibilidade de ver os seus filhos prosseguirem formações universitárias em vários países e em várias línguas estrangeiras. Portanto, uma sociedade dual e a duas velocidade estará em gestação, uma que domina o português e/ou línguas estrangeiras, e uma outra “indigenada”, confinada ao horizonte do crioulo, já que nem ao português terá acesso. Este é o cenário muito provável que a nova elite dominante oferece a um país que não pode dar-se ao luxo de experimentalismos e devaneios sem sentido. 

Escritor Henrique Teixeira de Sousa (CV)
A falácia da migração total para o crioulo fica ainda mais desmontada quando se verifica que as elites que dominam o português, ao exprimirem-se actualmente em crioulo, mais de 90 % dos termos são plagiados directamente do português erudito e artificialmente crioulizados, denunciando assim uma total impossibilidade de se abdicar da língua portuguesa. Para mais, não deixa de ser preocupante esta flagrante miopia estratégica que é rejeitar a língua portuguesa em Cabo Verde num momento em que se assiste à ascensão vertiginosa do Brasil como país emergente na economia global, depois de há muito se ter afirmado como a primeira potência regional na América do Sul. Só pode honrar e prestigiar a lusofonia ver o Brasil aspirar-se a uma potência global através da sua participação cada vez mais activa na política mundial, desde a sua inclusão no clube dos G-20 às suas pretensões a futuro membro permanente do Conselho de Segurança. Esta perspectiva brilhante para o Brasil eleva a língua portuguesa à condição de língua de trabalho num mundo globalizado, ganhando assim, e inesperadamente, vigor e importância. Não se pode esquecer também as grandes potencialidades económicas de Angola e de Moçambique e a sua crescente influência mundial. É neste contexto que são bem oportunas as seguintes e recentes declarações de duas figuras do mundo lusófono: Xanana Gusmão, ex-Presidente do Timor, ao jornal Correio da Manhã (1): “Temos orgulho em falar português. A Língua Portuguesa é um dos nossos grandes factores de independência e afirmação, neste contexto asiático e com vizinhos tão poderosos. Por isso, pretendemos reforçar o ensino do português”; Pedro Pires ex-Presidente Cabo Verde, ao jornal A Nação (2): “é necessário que exista um esforço da comunidade académica, da sociedade civil e dos governos dos países lusófonos para elevar o estatuto da língua portuguesa no campo da pesquisa. Para além de uma língua de cultura, o português deverá ser uma língua de tecnologia e caberá aos países mais avançados e mais populosos como Brasil, Portugal, Angola e Moçambique trabalharem para fazer da língua portuguesa uma língua de cultura, mas sobretudo uma língua de ciência e tecnologia. As investigações nos mais diversos domínios vão precisar de ser em língua portuguesa. É um esforço que deve ser feito”. É assim que, olhando o problema numa perspectiva global e de longo prazo, querer forçar os cabo-verdianos a numa experimentação aventureira afastando-os do bilinguismo só pode levar a concluir que quem dirige os destinos de Cabo Verde traz o passo desacertado com a realidade e a história.

Cabo Verde, pela exiguidade do seu território e da sua população, pela inexistência de matéria-prima, pela sua débil economia e grande atraso tecnológico, e sobretudo devido à ausência, até hoje, de estratégias adequadas para o desenvolvimento, dificilmente encontrará uma ou várias das aplicações-chave para a passagem de um país totalmente dependente da ajuda internacional para a um país viável, e no melhor dos casos emergente. Uma aplicação-chave é o termo que define o conjunto de estratégias que fizeram o sucesso, outrora, do Ocidente, nomeadamente o mundo protestante impelido pela Revolução Científica, o Iluminismo e o Reformismo, e de que se aproveitam hoje os países ditos emergentes como a China, a Índia, Singapura, o Brasil, etc. É difícil definir as aplicações-chave determinantes para fazer migrar Cabo Verde do estatuto de um país subdesenvolvido para o de um país emergente. Este é o grande problema que tem desafiado os sucessivos governos dos últimos 35 anos. Problema cuja solução constituirá talvez uma utopia, segundo os mais pessimistas.

Mas é bom que os cabo-verdianos o saibam e tirem as devidas ilações desta crise mundial, no sentido de que é necessária uma tomada de consciência da pesada responsabilidade que têm em cima dos seus ombros: terão que ser, efectivamente, os senhores dos seus próprios destinos, com todas as responsabilidades implícitas, assumindo todos os riscos e os proveitos da sua soberania. E isto implica necessariamente serem eles próprios a criar condições para a sustentação da sua economia. Não há lugar para os estados viverem eternamente da ajuda ou caridade internacional: os povos dos países em crise começaram a pensar egoistamente nos seus próprios problemas. Ou se encontra a solução para o desenvolvimento de Cabo Verde ou ele se inviabiliza como estado soberano. Esta é a dura realidade e o dilema que até mesmo estados desenvolvidos vêm já experimentando amargamente, como é o caso da Grécia, o que não deixa de ser um oportuno alerta para Cabo Verde. É também uma realidade para a qual os políticos deveriam sensibilizar o povo, invocando a seguinte máxima de um grande político mundial: “Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela” (John Kennedy).

Pois a questão que se coloca à economia cabo-verdiana imbrica directamente com a sobrevivência do país, à semelhança de muitos outros países incomparavelmente mais desenvolvidos, neste mundo de hoje que se revelou uma selva globalizada e planetária, que suscita interrogações sobre como se inserir e beneficiar de uma parte deste enorme bolo que é a economia mundial globalizada. Sendo de excluir sectores como agricultura ou indústria pesada, restam os serviços, sector que engloba vários subsectores, os tais nichos de mercado, altamente competitivos envolvendo mão-de-obra altamente especializada, assentes nas novas tecnologias, no saberes e na ciência. Assim, perante a carência de potencialidades mais exploráveis, o turismo, parece ser a área estratégica em que Cabo Verde deve continuar a apostar. Nesse sentido, uma estratégia de sucesso terá que assentar na formação dos jovens no domínio por excelência de línguas estrangeiras (inglês, francês, espanhol, mandarim, língua maioritária na China), expressão oral e escrita fluentes, assim como na elevação do nível cultural e intelectual e no melhor conhecimento do mundo, transformando cada jovem num potencial cidadão do mundo. Nesta perspectiva, o português em vez de relegado para condição de língua estrangeira, deverá, pelo contrário, merecer prioridade no investimento, por todas as razões anteriormente enunciadas e por ser suporte e alavanca imprescindível para a aprendizagem das línguas dominantes no mundo, nomeadamente o inglês: o futuro de Cabo Verde só pode-se construir num bilinguismo assumido politicamente e socialmente, num quadro em que os crioulos das diferentes ilhas viveriam em democracia e harmonia e evoluiriam livremente, sem intromissão política ou administrativa. Não é possível conceber Cabo Verde enclausurado num monolinguismo autoritário, onde imperaria um crioulo eleito. Por isso, condenar os jovens ao fecho umbilical no crioulo é condenar Cabo Verde ao isolamento ou uma espécie de provincianismo, representando uma marcha em sentido inverso ao movimento no mundo, um retrocesso sociológico e uma aventura desastrosa, danosa para qualquer estratégia de desenvolvimento. Para além disso, poderá saldar-se em perdas potenciais de competitividade económica, numa perspectiva de inserção de Cabo Verde no comércio mundial. Como fazer negócios com os outros quando se está limitado comunicacionalmente, não podendo compreender as outras línguas nem exprimir noutra língua senão no crioulo? Estas verdades de La Palisse deveriam nortear a visão das pessoas que dirigem qualquer país hoje, e no caso de Cabo Verde reveste-se de uma importância capital, a exigir bom senso em vez de voluntarismo pacóvio.

É também importante que se perceba que, para além dos custos invisíveis e imateriais da implementação actual do crioulo que vêm sendo apontados, acrescem custos reais e aí ninguém talvez tenha feito as contas ou imaginado que elas se terão de fazer com rigor inadiável e imprescindível. Há um conjunto de implicações sérias que não podem deixar de ser colocadas no tratamento de uma questão em que só o máximo rigor, cuidado e seriedade devem pautar a conduta dos responsáveis políticos, não podendo haver amadorismo nem entusiasmos nacionalistas em matéria tão extremamente sensível como uma reforma/revolução linguística. Assim, deve-se de se perguntar quem vai pagar a monumental factura, que se prolongará pelo tempo fora, da erradicação da língua portuguesa e da conversão integral da vida do país num determinado crioulo oficial, a solução pelos vistos minimalista escolhida pelo regime. Toda a literatura e publicação disponíveis em português ou noutras línguas serão convertidas no crioulo? No final, será Portugal, a ex-potência colonial, que pagará ou ajudará a pagar o programa revolucionário de erradicação da língua portuguesa de Cabo Verde? Ou serão os outros, os parceiros, países amigos doadores, como por exemplo os EUA ou a China, a pagar os custos do aventureirismo? Ao excluir-se voluntariamente da lusofonia com a adopção do monolinguismo crioulo, Cabo Verde deixará de falar oficialmente o português, isolando-se da comunidade lusófona e ficando numa situação similar à da Guiné Equatorial, como país observador?

As questões que precedem ainda não estão respondidas, mas em matéria de língua ou outros encargos de soberania, é irrealista, para não dizer patético, imaginar que a cooperação internacional ou algum país mecenas possam sempre assegurar as despesas de outrem que não se prendam com gritantes prioridades de desenvolvimento ou assistência humanitária. Sem querer ser adivinho da consciência alheia, a resposta que vier só poderá ser esta: “Quem quer luxo que o pague!”

Espera-se que no debate sobre a relação língua portuguesa/Crioulo, Onésimo Silveira, um patriota no verdadeiro sentido da palavra, detentor de enorme prestígio intelectual, com experiência internacional e uma vivência cosmopolita, um dominador exímio do português e de línguas estrangeiras, continue a usar todo o seu capital de prestígio e uma pedagogia de bom senso para colocar as autoridades perante as suas responsabilidades. As tomadas de posição corajosas têm contribuído ao desbloqueio de debate sobre a Regionalização em Cabo Verde. Espera-se que não seja levado por um discurso politicamente correcto, consensual, mas que assuma as suas responsabilidades na defesa e preservação da herança cultural de Cabo Verde, ameaçada por tendências fundamentalistas, esconjurando estas três grandes ameaças: a eliminação dos crioulos maternos das ilhas periféricas à ilha capital; a erradicação do português em Cabo Verde; a eleição de um crioulo padrão artificialmente clonado e baseado no da ilha de Santiago. É preciso que outros cabo-verdianos, residentes e na diáspora, que possam opinar e reflectir sobre a problemática da língua, na multiplicidade das suas envolventes (culturais, sociais, políticas, económicas e internacionais), acordem e façam ouvir a sua voz, no sentido de contrariar soluções ditadas por impulsos primários e voluntaristas que só podem ter consequências irreversíveis e nefastas sobre o futuro de Cabo Verde. Que o Senhor Presidente da República, professor universitário e homem de cultura, sensível às questões regionais do país, zelador dos interesses estratégicos de Cabo Verde no mundo, jogue um papel de moderador junto das partes envolvidas no processo de oficialização do crioulo. 

A suspensão imediata de todo o processo de oficialização do crioulo para uma posterior reflexão, pelo menos no quadro de um verdadeiro debate sobre a Regionalização, deve ser uma exigência, um imperativo nacional.

3 comentários:

  1. Nunca o crioulo se poderá colocar contra o português ou vice-versa. Cada um tem o seu próprio espaço. Conviveram os dois harmoniosamente ao longo de séculos, criando laços de terna relação em amistoso convívio. Quem disser que uma é língua do escolarizado e outra é língua do analfabeto, estará a ver o problema com chocante superficialidade. E cometerá o pecado de ignorar que os dois falares conseguem, de forma similar, exprimir os mais belos sentimentos guardados na alma dos dois povos – o fado e a morna. Só duas línguas portadoras do mesmo ADN etnolinguístico conseguiriam realizar sínteses tão semelhantes da expressividade do sentimento de dor, tristeza, amor e saudade. Se duas línguas conseguem descer ao fundo da alma do mesmo jeito, como pode uma ser de escolarizado e outra de analfabeto? Ler e exprimir a alma através do canto não será uma virtude tão prodigiosa como escrever um poema?
    O que eu quero dizer é que as duas línguas têm papéis distintos na vida dos cabo-verdianos. Uma herdámo-la com os tratos formais adequados para podermos comunicar para lá das nossas fronteiras com os povos diferentes que a falam e que dela não abdicam. É a língua que nos permitirá também o acesso a outras línguas dominantes no mundo. Outra é a língua que, por sua natureza rebelde, só viceja na nossa alma e no nosso coração, se não a travestirmos com roupagens esquisitas. Deixemo-la, pois, livre e solta no chão das nossas ilhas como é o seu jeito peculiar. Bem dizia a Gabriela do romance do Jorge Amado: “não, sapato não, sinhô Nacib”.

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  2. Por mais este trabalho, felicito o prof. José Lopes, um dos tantos irmãos que exercendo no estrangeiro se prontificam desinteressadamente a dar o seu valioso contributo para as causas da sua terra natal. - O trabalho que hoje nos apresenta, baseado em elevado raciocínio, traduz o sentimento da maior parte dos filhos das ilhas atlantinas que não desejam hipotecar os falares que ouviram no berço e que lhes serviram para se formarem e exercer em qualquer parte do planeta. Muitos séculos atrás espíritos de elevada cultura e eméritos professores, em busca da perfeição, trabalharam (e continuam a trabalhar) para o que serviu de base (a lingua portuguesa) na construção do crioulo e muito raro será aquele que dará a sua adesão a uma marcha difícil e de forma indecisa de lusofobos. Como as divagações não têm corpo a réstia de luz de uma lamparina de purgueira deixará de iluminar e o raciocínio contribuirá para a derrota de perspectivas vazias. Esperemos pelo triunfo da razão.

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  3. Pelas raízes se alimentam as plantas e os crioulos - todos os crioulos e não apenas os de Cabo Verde - ou os papiamentos, se assim quizermos chamar-lhes...Com a ablação das raizes se consegue a morte das planta - de todas plantas...
    Quanto ao resto já em 11 do corremte disse o que penso sobre o assunto e sería fastidioso vir aqui repetir, se não as palavras, os conceitos.
    Aproveito, entretanto, o espaço, para saudar o Prof. José Lopes pela extraordinária lucidez e solidez do seus argumentos...Notável, sem dúvida!

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