quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
[4705] Mais uma morte a lamentar na cultura de Cabo Verde. Faleceu Teresa Lopes da Silva, viúva de nhô Balta
2020, ano a todos os títulos maldito. Faleceu mais uma personalidade da cultura cabo-verdiana, num rol que já levou só neste mês algumas das mais significativas. Foi agora a vez de Teresa Lopes da Silva, viúva do advogado, professor e escritor Baltasar Lopes. É toda uma espécie de ínclita geração que vai acabando aos poucos. Dia de tristeza para as ilhas, nomeadamente Santo Antão e São Vicente.
Dela nos ficou uma dedicatória e um autógrafo, na edição catalã de "Chiquinho": Edicions La Campana, Barcelona. 2003. O livro foi oferecido ao Dr. Celso Celestino que por sua vez no-lo ofereceu com nova e muito simpática dedicatória. Foi este o segundo exemplar que tivemos, dos 14 que até agora chegaram ali às prateleiras da estante da nossa biblioteca cabo-verdiana. Uma boa memória de ambos, neste triste dia de final de 2020.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2020
[4704] Um poema inédito de Carlota de Barros dedicado à saudosa Celina Pereira (ver post 4690)
No rescaldo da recente morte da cantora boavistense Celina Pereira, a poetisa Carlota de Barros (natural do Fogo) escreveu este poema que simpaticamente nos enviou e que temos o prazer de reproduzir no Pd'B. Ver AQUI post 4690.
ADEUS CELINA
Gerado na saudade
meu pensamento hoje
tece em silêncio palavras
bordadas a prata e
cerzidas de ternos sorrisos
para me despedir de ti Celina
minha eterna Diva.
Que melancolia fininha esta
que flui em tristes sorrisos
e adormece no meu poema
onde ouço a tua voz cristalina
cantar-me Avé-Maria do Morro
e Força de Cretcheu
onde antes foste música
no Palácio de brilhos
entre luzes, espelhos
e tantas vozes amigas
para o meu Sonhu Sunhado ?
Efémera é a vida Celina
mas os instantes que juntas vivemos
foram eternos para te recordar hoje
com o pensamento gerado
nesta saudade que tanto me entristece
e que tento fazer dela música só música
para te dizer um adeus como sempre te vi
entre a alegria do canto e a vibração
de um violão ou as fantasias das teclas
de um piano mágico.
Adeus Celina.
Viverás sempre alegremente onde houver
etéreos pianos violas vilões ou violinos
e crianças seguindo-te de olhos deslumbrados
entre contos fascinantes e trinados cativantes.
Onde houver música e crianças ver-te-ei sempre
minha eterna Diva de Avé-Maria do Morro
nas tuas longas vestes africanas
de olhos verdes luminosos
enviando beijos crioulos
aos teus amigos mais amigos.
Adeus Celina
minha eterna Diva de Força de Cretcheu.
Carlota de Barros
Lisboa, 18 de Dezembro de 2020
domingo, 27 de dezembro de 2020
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
[4696] Morreu esta madrugada na sua ilha o antropólogo cabo-verdiano e figura de alta cultura Moacyr Rodrigues, mindelense e são-vicentino
Moacyr Rodrigues, figura de intelectual à antiga (e isto é um elogio), finou-se esta madrugada. "Mnine de Soncente", filho de famoso piloto da Capitania dos Portos e irmão de Titina, grande voz cabo-verdiana de sempre, ficará para a história das ilhas, entre outros motivos, por ter sido um dos valorosos obreiros da elevação da morna a Património da Humanidade (outra, foi Celina Pereira, desaparecida há dias).
Conheci-o exactamente no dia 28 de Julho de 1999. Andava eu a deambular pelo Mindelo em busca de um exemplar de "Chiquinho", de Baltasar Lopes (nessa altura ainda não tinha nenhum), sem conseguir encontrar um único nas limitadas papelarias que então ali havia. Em desespero de causa, comecei a pensar adquiri-lo em segunda mão a alguém que dele quisesse prescindir, quando me disseram que o Moa editara em 1997 a obra através da sua editora Calabedotche. Conseguido o número de telefone, contactei-o e marcámos encontro no Centro Cultural do Mindelo (Antiga Alfândega), onde estivemos uma tarde inteira à conversa (lembro-me como se fosse agora, vê-lo apontar para uma porta e dizer "Ali era um dos locais de trabalho do Jorge Barbosa"), tendo-me ele levado o ambicionado livro que me ofereceu, autografou e no qual escreveu simpática dedicatória.
Encontrámo-nos ainda noutra ida a São Vicente e algumas vezes em Lisboa. Sujeito de grande cultura e sabedoria, fazia-me "manha" pelo conhecimento que tinha das coisas do Mindelo, nossa terra comum, dele por nascimento, minha por adopção. Morreu mais uma grande figura das ilhas, neste mês aziago que tem levado do nosso convívio tanta gente de valor, na área da cultura cabo-verdiana. Ficam os seus livros e poderá ficar o seu nome a baptizar o Centro Cultural do Mindelo. A ideia é do meu amigo salense Ildo Fortes e aqui a deixo com a paternidade que se impõe.
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
sábado, 19 de dezembro de 2020
[4691] A 3 de Dezembro, faleceu nos EUA Teobaldo Virgínio, o escritor de Santo Antão
Só agora nos chegou a notícia de mais uma desaparição no mundo das letras cabo-verdianas. Prosador e poeta nascido na ilha de Santo Antão e com obra significativa alicerçada nela, Teobaldo Virgínio deixa um enorme vazio.
Na nossa biblioteca cabo-verdiana existem três livros deste autor, um deles chegado há dias, "Distância", de 1963. Os outros dois são "Beira do Cais" (contos, também de 1963) e "Folhas de Vida" (poesia, 2010, autografado por Teobaldo e oferta de um amigo da ilha). Deste, reproduz-se o poema "Cais".
CAIS
Maré que parte,
maré que chega
Vai e vem de mar,
na praia que rola
Rola, rola e rala,
moinho que não é vento
Vai e vem de corrente
na argola do cais
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
domingo, 13 de dezembro de 2020
[4681] "Tartaruga de Ouro 2020" do blogue Praia de Bote atribuída a José de Brito
[4680] Um homem que fez o que devia ser feito
Perguntou-lhe um jornalista do "Correio da Manhã" se ele se considerava um herói. A resposta, foi que tinha feito o que devia ser feito e que se não o fizesse ficaria para sempre de mal com a sua consciência. O homem chama-se José de Brito. De início, não se sabia de onde era natural mas assim que o ouvimos falar, com aquele sotaque e aquele apelido, achámos que não "enganava" ninguém. E de facto confirma-se, é um patrício nosso, já está desvendada a sua origem. Quanto ao resto, é uma PESSOA. Presidente da República de Portugal já o felicitou.
De pescador em Cabo Verde a herói em Portugal: José Brito salvou homem de morrer afogado no rio Tejo em Lisboa
Foto "Correio da Manhã" |
sábado, 12 de dezembro de 2020
domingo, 6 de dezembro de 2020
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
[4676] Alfred J. Gomes, advogado cabo-verdiano de sucesso nos EUA, será motivo de artigo de Joaquim Saial no "Terra Nova" de Dezembro
E enquanto o texto se vai escrevendo, aqui ficam as Boas Festas do causídico para os nossos leitores, "directamente" de New Bedford (e do passado).