sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
[1294] Concurso n.º 29 do Praia de Bote. Barcos, barcos e mais barcos...
"Gilica" |
Em Cabo Verde houve um veleiro de madeira; houve outro electrónico: um terceiro era navegador; um quarto era risonho e havia ainda um que era rei.
Adapte o que estes cinco barcos "eram" aos seus nomes verdadeiros, pela mesma ordem que aqui apresentamos. O concurso termina pelas 22h00 de amanhã, hora de Lisboa. Só vencerá quem acertar nos cinco nomes e não há ajudas.
Por exemplo, o barco era "passarão"
então...
"Passarão" - Gavião dos Mares
[1293] Cricket? Talvez sim, é quase certo!...
Sabemos da influência britânica na ilha de São Vicente, ponto assente, indiscutível. Entre os sinais dessa influência, uns mantêm-se bem arreigados nos hábitos locais mas outros têm-se esbatido um pouco. A prática do cricket é um deles. Hoje, apresentamos um postal de um italiano enviado em Agosto de 1903 a uma sua familiar, a gentilíssima signorina Margherita Orsini, residente em Nápoles. Vemos nele duas imagens, uma de uma mãe segurando o filho junto ao peito, frente à sua casa, e um grupo de miúdos que se divertem. Ao longe, uma mulher transpora uma selha à cabeça, pelo que está a vir ou vai para a lavagem de roupa. Quanto aos miúdos, não estarão a imitar os beefs britânicos? Não estarão armados em "cricketeiros"?
[1292] Arsénio de Pina fala de tentações...
O presente texto, tal como o anterior que publicámos, já tem uns tempos. Mas, mais uma vez, também este não perdeu a actualidade e é sempre bom relê-lo.
Arsénio de Pina |
Há gente que me critica acusando-me de abusar da escrita. Para mim, escrever é exprimir factos que me preocupam ou interessam que presumo úteis e de interesse para os outros, e isso é um enorme prazer. Hoje irei abordar um pouco da História que não nos ensinaram na escola e da que nos querem impingir, por estar convencido de que o passado é património comum e a coragem de ontem um crédito incobrável.
A única maneira de sabermos o que realmente significa ser cabo-verdiano é através da História. Não é assunto menor, uma vez que, tal como sucede no caso de uma pessoa, a memória de uma nação é a base da sua identidade. Sem memória, uma nação não existe, ou só existe com base em mitos. É pois justo render homenagem à memória, tanto individual quanto colectiva.
Alguns dos nossos governantes têm demonstrado uma certa tendência em reescrever a nossa História desprezando, ou tendo em menor conta, a memória dos nossos maiores, os monstros sagrados da cultura, da ciência, da verticalidade, da integridade moral e ética, do caracter e honradez de outros tempos. É obvio que essa tendência e atitudes não podem agradar aos que ainda conservam ou conhecem a memória destes, e, com razão e justificadamente, barafustam, porque, não obstante o reconhecimento e valorização daqueles que se lançaram de corpo e alma, correndo riscos de vida na luta de libertação nacional – que não esquecemos – e nos levaram à independência, não é curial, que os governantes monopolizem o poder e se julguem detentores do dom da omnisciência, arvorando-se nos verdadeiros filhos da nação, porque houve outros, antes e depois, igualmente ou mais legítimos, seus irmãos, pais e avôs, que criaram as condições que permitiram que o cabo-verdiano se alçasse a um nível invejável no contexto africano, e não só. Outrossim, há lugar para todos figurarem na História e na memória da nação. Não há que substituir os antigos e muito menos denegri-los, mas acrescentar alguns desses patrícios mais jovens aos outros cuja cultura, modéstia e coragem eram admiráveis, que preferiram dar o seu contributo vivendo na sua terra-natal em condições precárias em vez de emigrarem ou de ficarem noutros países onde viveriam em condições mais favoráveis. Não cito nomes para não pecar por omissão, até porque nós todos sabemos quem foram, e são.
Em “Algumas ideias esparsas que bastas vezes irritam os detentores do poder”, publicado no Jornal de Saniclau e Esquina do Tempo, detenho-me um pouco sobre o assunto do desconhecimento que aqueles têm, que roça as raias do desprezo, pelo nosso património em várias ilhas, pelo que evito repetições, por ter outros ´gatos a chicotear´, como dizem os franceses.
Quando penso nos exageros cometidos nesse campo - da reescrita da História -, que ainda se cometem, embora em menor escala, recordo-me do que aconteceu, por exemplo, na URSS, depois de Estaline ter dominado o poder, em que a memória do seu rival Leon Trotski, o fundador do Exército Vermelho, figura de grande destaque nas revoluções de 1905 e 1917, e sucessor previsto por Lenine para continuar a revolução bolchevique, foi apagada e substituída pelas (falsas) de Estaline, este, substituindo-se a Trotski, junto de Lenine, com ambos a dirigirem a revolução. Aqueles bolcheviques que conservavam a memória do que se tinha realmente passado e realçavam o papel de Trotski, foram presos, torturados, obrigados a desdizerem-se em público, e, em seguida, executados como contrarrevolucionários e traidores.
Longe de mim a ideia de querer afirmar que chagámos a esse ponto, até porque a época é diferente bem como o contexto geral. Cito-o, tão-somente, para lembrar aos mais distraídos, desvairados ou fundamentalistas, o perigo da reescrita da História com negação dos nossos valores maiores de antanho e hipertrofia dos mais recentes. Devemos é orgulharmos deles e reservar-lhes as posições que merecem na nossa História e memória, julgando-os atendendo à época em que viveram e não na nossa, não fazendo sentido julgar o passado segundo juízos de valor do presente. É necessário que os mais jovens conheçam a sua integridade intelectual e reconheçam o seu contributo na formação da nossa identidade.
Como activista da sociedade civil e homem de ciência, cabe-me desafiar as opiniões daqueles que se encontram no poder quando discordo deles. Foi um juiz do supremo tribunal dos EUA que declarou ser função do cidadão evitar que o governo cometa erros, e não o inverso. Jefferson, o autor da Declaração da Independência dos EUA, ensinava que “toda a governação degenera se for deixada apenas aos governantes, dado que estes – pelo simples facto de governarem – acabam por abusar da confiança pública. O povo é o único repositório prudente do poder”, embora este seja fácil de enganar… Todavia, se os cidadãos tiverem um bom nível educacional que lhes confira conhecimentos – daí a necessidade de investimento numa melhor qualidade de ensino – e souberem formar as suas próprias opiniões, os detentores do poder trabalham para os cidadãos, por estes saberem escolher os melhores governantes. Bem sei que os governantes não apreciam o cepticismo que acompanha o conhecimento, mas este é absolutamente necessário para que as pessoas comecem a fazer perguntas incómodas sobre as instituições económicas, sociais, políticas ou religiosas. Somente dessa maneira é que poderemos progredir.
Lisboa, Março de 2014
Arsénio Fermino de Pina
[1290] Ontem, quase novo record
Ontem, apenos menos 6 visualizações que o record do Praia de Bote (584, a 22 de Janeiro). O blogue começa a fixar-se entre mais de 400 e menos de 600 visualizações diárias - num ou noutro dia, excepcionalmente, abaixo de 400.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
[1289] Um sujeito (ou sujeita) com imensa imaginação
Leia-se o postal que este marmanjão (ou marmanjona, qui sait?) que se assina como J.F. enviou de Santiago (mas com foto do Mindelo) para Marselha, na "Francia" (cheira-me a espanholada que anda a tentar aprender franciú mas qua não sabe escrever "France"). Apaguei algumas referências mas posso dizer que o endereço é o da agência de uma importante companhia de seguros. Que imaginação, de facto.
[1287] O Will vem de Nova Iorque, está no Mindelo e escreve para a Austrália
Estamos a 11 de Dezembro de 1904. O Will escreve para miss Berry, em Melbourne, Austrália. Chega ao Mindelo, vindo de Nova Iorque e pimba, pega logo num postalinho com a Rua D. Carlos (futura de Lisboa) e dá-lhe notícias. Aquele "safely" diz tudo da viagem... safaaaaaaaaa!!!
[1286] Um texto já antigo mas muito interessante de Arsénio de Pina
DO DIÁLOGO E DA ÉTICA
Quando falamos de política, justiça e outros assuntos afins, vem à baila a expressão leis do Estado, que não têm, como é bem de ver, um caracter absoluto nem imutável, segundo nos recorda o cardeal não conservador Carlos Maria Martini, já falecido, numa interessante conversa com o escritor Umberto Eco, fixada no livro Em Que Crê Quem Não Crê? As leis exprimem a consciência comum da maioria dos cidadãos e esta consciência comum é submetida ao livre exercício do diálogo e das propensões alternativas que subentendem profundas convicções éticas.
Arsénio de Pina |
Vou aproveitar aspectos, que me interessam agora, desse diálogo entre Umberto Eco e Carlo Martini para algumas reflexões extensíveis às pretensões e sentimentos dos que se enfileiraram na marcha do Movimento para a Regionalização de Cabo Verde, isto é, tentarei puxar a brasa para a nossa sardinha colectiva.
Afirma ainda o cardeal Martini sobre o dever de proximidade e de solidariedade, sem recorrer a um Deus Pai e criador de todas as coisas, que o outro está em nós, de resto, dentro de uma máxima também cristã de fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós, ou a mesma frase na negativa.
O conceito do outro em nós é considerado como o fundamento essencial de toda a ideia de solidariedade.
Como sabemos, é o outro, é o seu olhar que nos define e nos molda. Nós próprios não somos capazes de compreender quem somos sem o olhar e o respeito do outro, isto na opinião de Umberto Eco. Esta, uma das razões por que ficamos irritados quando falamos ou nos dirigimos a alguém e não obtemos resposta, isto é, quando, como costumo dizer, ês ca ta cdi, não acusam a recepção da nossa pergunta, proposta, mensagem ou crítica (ês referindo-se, claro, aos do poder).
Assim sendo, porque há, ou houve culturas que aprovam ou aprovaram massacres, genocídios, canibalismo e a humilhação de outros?
Era aí que queria chegar na abordagem do diálogo, da tolerância, das propensões alternativas e da ética destas duas personalidades ímpares da nossa época.
A razão do não respeito dos outros, da falta de solidariedade e de tolerância é consequência de o outro se limitar a respeitar unicamente a comunidade tribal, étnica ou religiosa, considerando os restantes, “bárbaros”, seres não humanos, à semelhança dos romanos da Antiguidade e os Cruzados na Idade Média, que não consideravam quem não fosse romano, humano, nem quem não era cristão. Os bárbaros eram escravizados, e os infiéis – crianças, mulheres, velhos e adultos - chacinados pelos cruzados sem dó nem piedade, sem nem terem em conta que o Deus dos cristãos e muçulmanos é o mesmo. Até os gregos da Antiguidade, tão sensíveis, racionais e inventores da democracia, escravizavam, sem estados de alma, os outros povos não gregos.
Embora haja noções comuns a todas as culturas - como a do alto e do baixo, de uma esquerda e de uma direita, de um seco e um molhado, do perceber, recordar, gozar, sofrer, etc. -, que são a base para uma ética, segundo Eco, e que levam a que se respeitem os direitos de moralidade dos outros, outras noções são conjecturas, comportamentos humanos, um tanto problemáticas que variam segundo as épocas.
Não me vou meter na questão da fé e da transcendência discutida por esses dois bodonas da intelligenzia mundial na explicação de alguns factos porque, nos nossos dias, as pessoas estão mais empenhadas nos problemas da convivência (quando não de fofoquices) do que nos da transcendência, além de poderem levar-nos para discussões que não nos interessam neste momento.
Quando observamos o que se passa na maioria dos países africanos – limito-me a estes por aí ter trabalhado largos anos e observado de perto o fenómeno – damo-nos conta de que os governantes - presidentes da república, primeiros-ministros e ministros - escolhem os seus colaboradores entre gente da sua família, tribo e etnia, numa manifestação clara de tribalização da política. Os outros que não pertencem a esse extracto familiar e populacional são praticamente considerados “bárbaros”, o que tem impedido a criação do sentimento de pertença a uma nação nesses países, por falta de cimento de solidariedade, de proximidade e de identificação do outro como igual permitindo-lhes falar no plural, em nós, incluindo o outro. O poder central, nessa circunstância, prioriza o centralismo à volta da tribo e da etnia.
Com os islamitas radicais acontece o mesmo relativamente aos povos não muçulmanos: para ganharem as delícias do Paraíso pensam de modo idêntico aos cristãos do tempo das Cruzadas – liquidar os infiéis, mesmo vivendo em liberdade, respeitados e com muito melhor qualidade de vida no país dos outros do que nos seus próprios países de origem. Para os radicais islâmicos não há lugar à liberdade como entendida no Ocidente, nem de tolerância como princípio da possibilidade de convivência com aquilo que não se partilha, e muito menos de amor ao próximo, se esse não for muçulmano, considerado infiel e inimigo a abater.
Temos aí exemplos de fundamentalismos religiosos e políticos, exemplos do que é, inegavelmente, sumamente perverso.
Entre nós, nos últimos anos, vem-se manifestando uma modalidade sui generis de fundamentalismo político-cultural que só aceita ser genuinamente cabo-verdiano os hábitos, costumes e manifestações culturais dos habitantes de Santiago, considerando todas as realidades e manifestações das restantes ilhas não autenticamente cabo-verdianas, contaminadas por influências espúrias bem longe das de matriz africana, tomada como referência, desde a música, a língua, passando por certos hábitos e costumes, como se nós-outros pertencessemos a etnias e tribos diferentes, quando, em verdade, a nossa maior e melhor particularidade, riqueza e vantagem é sermos produto de grande miscigenação que se caldeou com uma maioria de elementos africanos com uma minoria de europeus, criando uma cultura híbrida e simbiótica de predominância europeia por condicionalismos coloniais; tal facto fez esquecer e desaparecer o tribalismo, fundindo as populações num único molde, numa nação que veio a preceder e facilitar a constituição do Estado na pós-independência.
Repito: todo o fundamentalismo que leve à tribalização política é mau, porque fruto da ignorância e do obscurantismo prevalecentes em épocas remotas da Humanidade, ou da inadaptação religiosa à evolução natural das sociedades e do progresso, o que não deixa de ser paradoxal e de difícil explicação em Cabo Verde por alguns corifeus do nosso fundamentalismo serem laicos e cultos, cultura bebida no Ocidente. Bem sei que os dirigentes Khmers Vermelhos, esses facínoras inqualificáveis, frequentaram, na juventude, universidades francesas, o que não impediu que tivessem cometido genocídios do seu povo, que ainda ninguém conseguiu explicar cabalmente, mas paradoxos desses são, como presumo, irrepetíveis nos tempos que correm, embora algo semelhante tenha ocorrido, não há muito tempo, na ex-Jugoslávia.
Quando destruímos a solidariedade entre os cidadãos de uma nação, quando deixamos de ter objectivos comuns, deixamos igualmente de ter uma comunidade no verdadeiro sentido do termo. Essa nossa cepa intelectual e política com laivos fundamentalistas precisa é de ter juízo e de reconhecer que se extraviou perigosamente do caminho da quase totalidade da nação. Ao ofício de pensar – para a minoria que se dá ao trabalho de pensar - não cabe o acto de construir a verdade, mas sim o de criar um espírito de verdade. Será com esse espírito de verdade, de solidariedade, de diálogo e das propensões alternativas com profundas convicções éticas, que poderemos discutir, debater os problemas do país visando a sua solução, sem rejeitar o contributo do outro e sem que ninguém tente erguer-se acima dos outros. É deste modo que gostaríamos de debater a regionalização do país e outros assuntos pertinentes de interesse geral que criam bolor em gavetas ministeriais.
Termino, ad cautelum, formulando uma pergunta: haverá lugar para a ética na política, como queria Hegel, ou simplesmente astúcia, como ensinava Maquiavel? Cabe aos políticos responder, não com palavras, de que já estamos saturados, pela sua vacuidade, mas com decisões que permitam alternativas e conjugação de esforços.
Parede, Fevereiro.2013
Arsénio Fermino de Pina
[1284] Ainda o 28.º concurso do Pd'B (ver post anterior)
Foto Joaquim Saial |
A frase latina está de facto na campa do nosso mais que estimado Baltazar Lopes da Silva, grande literato, investigador, escritor e igualmente ilustre professor que foi (e é e será) de todos nós.
Um dos motivos que me levou ao cemitério do Mindelo em 1999 (vários foram, na realidade, e alguns até de nível artístico) foi o de fazer uma romagem de saudade à campa do saudoso intelectual.
Já mostrei algures esta foto, mas mesmo assim é quase desconhecida. Aqui fica, pois, como memória, pos o Pd'B para isso também serve.
Gostaria de saber quantos no Mindelo (dos que lá vivem) conseguiriam acertar nesta resposta...
E parabéns à vencedora. Quem persiste, consegue. Coitada, faz-me alguma pena, agora com as rádios, jornais e televisões de Cabo Verde tudo à porta, a conceder entrevistas em catadupa, mas é o preço da fama, que se há-de fazer?
[1283] 28.º concurso do Praia de Bote
Pergunta simples e directa: Onde podemos ver esta frase latina e sua tradução para português, no Mindelo? Concurso aberto até amanhã, pelas 22h00 (hora de Lisboa)
[1282] Pesca em Cabo Verde
O filme tem mais de dois anos mas mantém o seu interesse, pelo conteúdo informativo propriamente dito e pelas imagens de locais dos quais muito gostamos. Vale a pena ver.
[1281] Mais fotos recentes de Nelson Fortes Lima
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
[1277] Notícias do Tarrafal de S. Nicolau - Município comemora Dia do Pescador
Dia do Pescador assinalado no Tarrafal
Vereador Elton Sequeira diz que é necessário celebrar “com dignidade” o Dia do Pescador. Programa elaborado pelo Pelouro contempla várias atividades
O recém-criado Pelouro da Pesca vai comemorar o Dia do Pescador, assinalado a nível nacional no dia 5 de Fevereiro. Um conjunto de atividades estão programadas conforme adianta o vereador Elton Sequeira, que tutela a referida pasta, no executivo municipal.
Segundo adianta, haverá corrida de botes e na praia, provas de natação, futebol de 7 e outros jogos, como bisca, ‘guritapau’ e damas, tudo numa perspetiva de permitir um forte intercâmbio entre os profissionais da pesca no Município.
Assinalar o Dia do Pescador, frisa o vereador, é uma forma de “homenagear” aqueles que, muitas vezes em condições adversas, enfrentam o mar em busca da subsistência para eles e suas famílias. “A vida de pescador é muitas vezes ingrata e pouco valorizada”, reconhece o vereador que é também um amante da pesca, e que dedica parte do seu tempo ao mergulho.
Celebrar “com dignidade” este dia dedicado aos homens do mar, é o objetivo central do programa, enfatiza o vereador que reconhece a pesca como sendo uma das áreas que “impulsionam” o desenvolvimento e crescimento do Município.
No dia 5 de Fevereiro, será promovida uma visita guiada às instalações do Museu de Pesca do Tarrafal, pelas 18 horas, e na oportunidade os pescadores poderão visitar uma exposição fotográfica e de seguida será apresentado uma curta-metragem alusivo ao dia.
Nas provas desportivas, que se realizam nos dias 7 e 8 Fevereiro, fim-de-semana, a organização prevê premiar os três primeiros classificados na corrida de botes: a dupla vencedora vai encaixar o valor de 10 mil escudos e medalhas, enquanto a dupla que ficar no segundo lugar leva 6 mil escudos e medalhas, e para o terceiro lugar é reservado o valor de 4 mil e medalhas.
Na natação há medalhas para os três primeiros, mais valores pecuniários na ordem dos 8, 5 e 3 mil escudos, respetivamente, para o primeiro, segundo e terceiro classificados.
Prémios monetários e medalhas serão também entregues aos vencedores de guritapau, bisca, damas e corrida na praia, enquanto no torneio de futebol de 7, haverá taças para as duas melhores equipas.
Os prémios são suportados pela Câmara Municipal e por alguns parceiros que se associaram ao programa.
[1275] Do Diálogo e da Ética, por Arsénio de Pina
Como este meu esclarecimento não foi publicado [Arsénio de Pina não se refere ao Praia de Bote, obviamente], embora o tenha enviado logo após as reacções ao artigo, e desconhecendo o motivo, vou a fazê-lo sob a forma de artigo, conservando o texto original e acrescentando-lhe algo mais.
Não costumo responder às reacções aos meus artigos, até por boa parte não passar de arroto ritual automático marcado pela indigência. Hoje, porém, abro uma excepção à de Marsianu nha ida, que se me dirige com relativa e sofrida cordialidade, merecedora de algum esclarecimento, extensível aos que o apoiam no texto. Faço-o, também, porque se identifica; geralmente, os que se engasgam com as minhas críticas e propostas, e aqueles a quem são dirigidas, têm à mão agentes transmissores de recados, no anonimato, os quais, pela mediocridade intelectual, só conseguem ofender ou caluniar, seguindo a máxima, falsamente atribuída a Beaumarchais, “caluniai, caluniai, porque ficará sempre algo disso…” Alguns entretêm-se a trocar ofensas e piropos com outros opinadores, pondo de lado o assunto do artigo que não discutem. Os que me entendem até se dão à tarefa de me defender, quando não a apresentar críticas civilizadas.
Ora bem. Vamos tentar, embora contrafeito, proporcionar alguns esclarecimentos prevenindo futuras imprecisões dos meus críticos.
Não resido em Portugal, mas sim em S. Vicente, onde tenho casa própria. Passo, é certo, longas temporadas em Lisboa, onde vivem os filhos, que não conseguiram obter empregos em Cabo Verde, e os netos, e ainda dou apoio a duas clínicas médicas no ramo da Pediatria. Não digo isso por menos consideração aos da diáspora por saber que são mais metediços, mais realistas, mais avisados por conhecerem o mundo e terem adquirido outras experiências. É absolutamente necessário contar com eles e envolvê-los, por terem algo a fornecer, na sociedade civil e na reforma do Estado.
Quando me aposentei – há cerca de treze anos -, apresentei ao Governo a minha disponibilidade (não pedi, nem exigi nada) para algum cargo que bem entendesse, que não fosse ligado à Saúde, visto ter trabalhado largos anos nesse sector e necessitar de fazer uma higiene mental, de praticar a chamada lei do ritmo, trabalhando noutras matérias. Como fui funcionário das Nações Unidas (OMS) como conselheiro técnico na minha área de especialização, durante onze anos, em vários países africanos, cargo que tem o estatuto de diplomata, e adquiri alguns conhecimentos dos problemas políticos, económicos, sociais, culturais e outros desses países - que os meus livros atestam -, julgava poder ser útil ao país numa dessas áreas, se o Governo assim entendesse.
Como deve saber, caro Marsianu, fui condecorado pelo Presidente da República, em Abril de 2004: “1ª classe da Medalha de Mérito com reconhecimento pela sua devoção profissional e abnegação ao serviço da Saúde em Cabo Verde”; homenageado pela Ordem dos Médicos Nacionais e condecorado pelo Governo, em 2012, pelo trabalho desenvolvido na criação e consolidação da PMI/PF. Sou, ainda, Combatente da Liberdade da Pátria (cartão nº 154/09).
Participei nas eleições autárquicas, como independente, na lista do PAICV, para a Câmara Municipal de S. Vicente, como candidato a Presidente da Mesa da Assembleia Municipal, em apoio ao amigo Leonildo Monteiro, que teve de se sacrificar, por o candidato natural previsto, Inocêncio de Sousa, não ter aceitado concorrer contra Onésimo Silveira. Também dei o meu contributo às legislativas, na última fase de governação do MpD, numa altura em que muitos militantes do PAICV se retraíam, defendendo o retorno do Partido rejuvenescido à governação, o que convenceu muitos descrentes a darem a cara, como eu, que nada tinha a ganhar pessoalmente com essa tomada decisiva de posição: lutava em defesa dos meus ideais, convencido da redenção dos pecados e da autocrítica do PAICV durante a travessia do deserto. Se tiver dúvidas quanto a isso, suspeitando que pudesse ter estado em busca de algum interesse pessoal, informe-se melhor, porque descobrirá que, se assim fosse, não teria declinado os convites para ministro da saúde, nos primeiros anos da independência, nem posteriormente, na governação do MpD, por razões que expliquei e poderá encontrar num dos meus livros.
Sôré, caro Marsianu, por estar a aborrecê-lo com esses factos, mas a culpa é sua por me ter obrigado a isso. Falar do que não se conhece tem dessas consequências colaterais desagradáveis.
Não obstante esses presumíveis méritos, nunca se lembraram de utilizar a disponibilidade ofertada após a reforma para nenhum cargo. Intrigante, não?! Obviamente que, actualmente, na minha idade, limito-me a entreter-me com os netos, nas consultas pediátricas, a destilar e partilhar algumas reflexões de pura heresia centralista, a denunciar alguns vícios que vêm comprometendo a gestão da coisa pública, na minha irreprimível tendência para intervir como elemento da sociedade civil.
Na companhia de Jaime Dias intriga-se com o facto de não me fixar em Cabo Verde para criar um partido político, ou acoplar-me ao PTS, para fazer vingar as minhas ideias e propostas. Se tivessem tido o cuidado de se informarem melhor – o que aconselhava o bom senso – escusariam de se intrigar e me aconselhar, e conheceriam as razões de não ser, nem vir a ser, militante de nenhum partido político, mormente nos tempos presentes em que há um grande descrédito relativamente aos partidos, cada vez mais incaracterísticos. Há necessidade, não de mais partidos, mas de melhores partidos, urgência numa renovação dentro de cada um dos partidos, um arejamento de bafios antigos persistentes, uma revisão dos seus programas e ideais, a criação ou revitalização de centros de estudos dentro dos partidos para melhor conhecerem, convivendo com elas, as comunidades e seus problemas crónicos prioritários.
Também descobriria, caro Marsianu, em vários artigos e livros meus que, pela minha matriz democrática, nunca pretendi impor nenhuma política nem estratégia, porque, em democracia, não pode haver obediência disfarçada em disciplina partidária, mas sim acordo após debate aturado. Tenho, realmente, utilizado bastas vezes os media para apresentar matérias da minha especialidade, reflexões sobre leituras e experiências, propostas e críticas construtivas para discussão e estudo, incluindo, nos últimos tempos, a descentralização e regionalização, estas em consonância com as do Senhor Presidente da República, que, infelizmente, têm caído em saco roto, ou desvirtuadas. Como activista da sociedade civil creio que “não existe activismo colectivo sem activistas individuais; sem esta vontade inconformista, rebelde e insurgente nenhuma luta social e política significativa contra a injustiça e opressão institucional poderá ser bem sucedida”, como bem escreveu o Prof. Boaventura Sousa Santos.
Reconheço alguma pertinência ao que diz um anónimo sobre a prática de alguns intelectuais de se servirem de pensamentos de autores famosos para se inspirarem para a produção de artigos. Poderá, realmente, ser fastidioso para quem lê bastante, mas como os bons hábitos de leitura se perderam há já algum tempo, acho um benefício para quem lê pouco, dispor de digestões retocadas e enriquecidas de assuntos aplicáveis ao país tratados de modo pedagógico e de referências ou citações identificadas, como me esforço por fazer, por ser um tipo de pessoa que sabe um bocadinho de uma-data-de-coisas – sou um devorador de livros e observador atento da realidade -, isto é, um colecionador de factos. Gostaria de perguntar ao anónimo, como é que participaria na transmissão de reflexões sobre problemas candentes para o esclarecimento da sociedade civil e na crítica ao poder político sem assumir a responsabilidade e sem dar a cara por ideais e soluções bem-sucedidas noutras paragens. Também condena os pastores que utilizam as parábolas dos profetas?
Alguém até me acusa de ter ido buscar ao Onésimo Silveira a definição de fundamentalismo, o que só denota ignorância do que venho escrevendo há largos anos sobre o assunto. Se se irritou com o conceito, por o julgar de origem islâmica, informo-o de que tem paternidade cristã, surgido no Sul da Califórnia, em 1920, de um grupo de protestantes evangélicos.
Parede, Janeiro de 2014
Arsénio Fermino de Pina
[1273] Mais cinco fotografias, de São Vicente, de Nelson Fortes Lima
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
[1272] Início de publicação de fotos recentes do nosso também recente amigo Nelson Fortes Lima
Jovem ex-tenente fuzileiro da Armada portuguesa e actual piloto da TAP, Nelson Fortes Lima esteve na semana passada na ilha dos seus antepassados próximos, juntamente com o colega Filipe Conceição e Silva. E hoje mesmo nos enviou um ctchada de fotos de São Vicente que gostosamente iremos reproduzir aqui nos próximos dias... começando já hoje. Sem legendas, porque mal de nós se não conhecêssemos o que aqui vai surgir. Poderá, no entanto, haver um ou outro comentário da nossa parte. Hoje, a rua e a praça mais amadas (tirando a Rua de Praia, claro...) e um edifício dos finais do período anterior à independência: então, albergava o Comando Naval, a Defesa Marítima e a Capitania dos Portos.
[1271] Amanhã, vários motivos de interesse no Praia de Bote
- Fotografias recentíssimas de São Vicente (semana passada)
- Fotografia antiga da Capitania dos Portos como ainda não a tínhamos visto
- Artigo de Arsénio de Pina
- "Etc.", o tipo de posts mais interessantes que há...
- Fotografia antiga da Capitania dos Portos como ainda não a tínhamos visto
- Artigo de Arsénio de Pina
- "Etc.", o tipo de posts mais interessantes que há...
[1270] Resultado do Concurso 27 do Pd'B: a frase latina...
Foto Joaquim Saial |
A frase em latim quer dizer mais ou menos "O trabalho tudo vence". Não era preciso ser latinista, pois com esta frase no tradutor do google era canja. Quanto ao resto, eu disse um milhão e mais quinze vezes "Olhemmmmmmmmmmmmm!!!" E ninguém olhou, ninguém viu que a frase está ali do lado direito do blogue, inserida numa foto em que se vê o brasão velho de São Vicente, afinal fazendo parte dele. A foto está lá há anos (um pouco abaixo da lista dos vencedores do concurso), quase desde o início do Praia de Bote. Ninguém viu. Quanto ao escavar, era investigar, obviamente. E uma frase deste tipo, quase só podia estar na CMSV já que todos sabemos que ela nunca esteve no Gil Eanes e na Escola Técnica disse eu que não (e noutros sítios).
Quanto ao sobe e desce, quer dizer escadas, claro. Sobe-se o primeiro lanço de escadas e ali está o azulejo, intacto. Depois há outro lanço e estamos numa espécie de vestíbulo que dá acesso ao salão nobre do edifício municipal. Portanto o azulejo não fica no topo das escadas, como disse o Zito, mas sim a meio da escadaria ou então no topo do 1.º lanço. Era preciso ser exacto, como se pediu. Mas a gerência do Pd'B perdoa o pequeno deslize... Oito ramos de acácia no papo, portanto.
E quanto à frase vestuária, ela aqui está, já conhecida do Adriano e do Valdemar, pelo menos, do antigo fotolog que morreu de velho. Lá se vê o azulejo a brilhar, entre os dois lanços da escadaria camarária. Reparem na última palavra que alguém distraidamente escreveu mal mas que ninguém tinha emendado tempos depois.
Foto Joaquim Saial |
[1269] Hoje à tarde, na Praia, nomeações para os Cabo Verde Music Awards
Praia de Bote não poderá ir, pois ainda não arranjou escudos cabo-verdianos para pagar o Imposto de Circulação Automóvel 2015 (ver post 1266)...
[1267] Acabou o sonho. Cabo Verde eliminado do CAN devido a mais um empate
A notícia é curta mas não precisa de ser mais longa. Para tristeza, basta o mínimo. De qualquer modo, um abraço do Praia de Bote aos rapazes da selecção de Cabo Verde que saem da contenda sem derrotas. Na próxima, seremos melhores. Esperança ca ta cabá! Tubarões azuis, sempre!
Cabo Verde e Zâmbia eliminados
Cabo Verde diz adeus à CAN
Cabo Verde e Zâmbia procuravam um lugar nos quartos de final da Taça das Nações Africanas, mas o nulo significou a eliminação das duas seleções.
[1266] Recebi há minutos esta terrível (e assaz dispendiosa) mensagem, directamente da Praia
Que acham os meus amigos? Pago o ICA na Praia? Enfim, ainda não fui nomeado Cidadão Honorário da capital e, que eu saiba, ainda não tenho carro no burgo. Ou será que alguém de lá me ofereceu um sem eu saber? Pode ser que pague na Cidade Velha, por oficialização da coisa cidadã (ali só ICS - Imposto de Circulação de Sapatos), ou no Mindelo (também ICS), por adopção extra-oficial, mas na Praia, onde sou mero transeunte, acho um abuso.
Agora é que eu vejo que aquês mnine d'Platô é más budzóde que nós de Soncente. Gente ca ta fazê cosa desse. O texto abaixo não é brincadeira, recebi-o mesmo.
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