segunda-feira, 30 de outubro de 2017
[3228] Intervenção do jornalista, radialista, poeta e escritor, amigo de Cabo Verde e sobretudo de Ribeira Grande de Santiago, Nuno Rebocho, na hora da despedida
Texto proferido por Nuno Rebocho a 28 de Outubro, no VII Encontro de Escritores de Língua Portuguesa na Praia, à beira da partida definitiva de Cabo Verde (e da Cidade Velha), país a que deu notável contributo, felizmente já a ser reconhecido. Excepção (mais que justa) à regra de não publicarmos textos de quem não comenta com regularidade os posts do Pd'B.
Quando o meu amigo Tober me meteu na encrenca de falar neste Encontro promovido pela UCCLA, fiquei sem jeito. Pior ainda quando me pediu para lhe propor um tema. Apesar do meu passado de radialista, não gosto de me dirigir a um público. Sempre disso me acanhei desde que, há mais de 50 anos, Manuel da Fonseca me colocou na enrascada de perorar no Ginásio Atlético Clube da Baixa da Banheira. Decididamente, fiquei lixado e lixado fico em situações como estas. Ao público que me assiste, peço desculpa pelas minhas atuais dificuldades de me expressar.
Não me considerando propriamente um escritor – mas mais um escrevente, ou se o quiserem, um escriba – senti-me a vestir uma farda que não é minha. Atendendo, porém, que nesta sala estão pessoas que fazem o favor de ser minhas amigas, transformei as tripas em coração e atrevi-me à faladura, de imediato me lembrando da pergunta que qualquer aprendiz de jornalista usa fazer quando, em períodos de estágio, interpela um profissional da escrita: por favor, diga-me lá o que o trouxe a esta função? Porque e quando começou a escrever?
Digamos que esta é uma questão que a mim mesmo bastamente me ponho. Porque escrevo? Por modos de quê, usando daquela expressão de bom português que evoluiu para o crioulo – pamodi? Porque sinto necessidade de relatar a outros o de que sou testemunha, o que sinto, o que penso, o que interpreto? Ou seja: porque sinto necessidade de comunicar a outrem situações que comigo se passam? Este facto relaciona de perto a função de repórter ao mister de escritor. Com efeito, não será por acaso que muitos dos nomes da escrita começaram precisamente por se dedicar à função jornalística: entre muitos outros, citar-vos-ia os exemplos de John Kerouac ou de Ernest Hemingway, para não vos referir o dos meus amigos cabo-verdianos Arménio Vieira, Danny Spínola ou Daniel Medina.
A propósito, lembrarei acesa discussão que, na cidade da Praia, tive certa noite com dois insignes cultores das letras (cujos nomes, por respeito, não apontarei) sobre a obra da Germano de Almeida. Contestavam eles que Germano fosse “escritor”, designando-o antes por “contador de histórias”, ao que eu contrapunha – “mas o que é um escritor senão um contador de histórias?”. De histórias que ele soube, ouviu ou imaginou? Que no sigilo do seu escritório de advogado, no Mindelo, Germano de Almeida escutou? Claro que Germano de Almeida, ao rotular-se a si mesmo de “contador de histórias”, legitima que alguns se recusem a considerá-lo escritor – o que, efetivamente é – e prefiram dar-lhe designações que, com outras palavras, quererão dizer o mesmo.
No meu caso pessoal, em que apenas sou autor de um romance publicado, “A Segunda Vida de Djon de Nha Bia”, pesou o que pude ver numa deslocação à ilha de Santo Antão - cruzado com a visão nessa viagem de possíveis protagonistas da história que os acontecimentos de Cabo Verde (e os incidentes do novo acordo ortográfico) me sugeriam, bem como com as oportunidades que resultavam de, na ocasião, estar por responsável da redação de um jornal editado na Praia e nele precisar de ocupar espaço disponível. Tudo isso esteve na origem de que tal romance fosse desbobinado.
Dir-se-á que há romances ou livros sem história narrada. E excelentes textos – abundam por aí os nouveaux romans em que a narrativa é desprezada. E mesmo recordarei aqui a excelente obra de Jorge Carlos Fonseca recentemente editada (“O Albergue Espanhol”) na qual o enredo é pretexto mais que secundário: um poema que quis ser romance e acabou por ser prosa poética. Estes casos, porém, não subvertem que a função de escrever decorra da necessidade de transmitir a outrem quanto o escritor recolhe do mundo que o rodeia.
Na crónica, a necessidade que impende sobre quem escreve fica, no entanto, mais óbvia. Estão neste Encontro nomes que se vêm distinguindo neste género de escrita e que sobre ela poderão falar melhor do que quem, como eu, apenas tenha dois livros de crónicas publicados. Quanto à poesia, se o que se vê é em parte determinante (e a minha poesia tem muito de visual), sobrepesa a transmissão dos sentimentos, das emoções que se querem transmitir a outros.
Como quer que seja, o ato de escrever, a função de escrever, surge como um ato de comunicação, burilado por quanto se recebe dos mestres que cada um encontrou na sua formação (no meu caso, foram excelentes mestres – os nomes falam por si: Cansado Gonçalves, Cardigos dos Reis, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira ou Bénard da Costa, entre outros) - e do que os amigos e companheiros de estrada que o acaso nos proporcionou, ou trabalhado pelo que nos passa pelas mãos e é recolhido nos escaparates, nas bibliotecas, ou que as oportunidades nos oferecem.
A interrogação que, tantas vezes, ponho a mim próprio – porque ocupo parte dos meus dias no exercício da escrita? – começa a ser de alguma forma respondida. Acrescento: a circunstância de ter sido um profissional da informação (nos jornais e na radiodifusão) me empurrou para que não me circunscrevesse à obrigação profissional de preencher laudas e laudas destinadas a leitores e/ou ouvintes. A outra escrita foi complementar dessa atividade, procurou ultrapassar a curta vida da notícia e ganhar expressão na literatura. Animador cultural e literato foram, assim, tentativas para procurar sobreviver ao efémero da comunicação das notícias.
Neste desejo de me projetar para lá do limitado espaço da Informação, já começo a encontrar outra resposta às interrogações que normalmente se colocam a quem escreve, independentemente da qualidade do seu escrito: afinal, para que se escreve? Qual o objetivo? Pa kuzé?, se pergunta em bom crioulo. Em termos simples: o ato de escrever representa uma tentativa para superar a brevidade do escritor. Dizemo-lo sem recorrer às habituais citações que costumam enfeitar as intervenções e que, no dizer de um amigo meu com quem muito me aconselho e repeti ao falecido meu amigo Eduardo do Prado Coelho, por norma traduzem que muito se lê e pouco é o que sobre o que se lê se matuta. Dispensarei esse recurso até porque, mesmo que o quisesse, nas atuais condições, me é impossível a ele me socorrer.
Ou seja, resumindo: quem escreve fá-lo para se projetar, isto é, usando de um linguajar simplista, para fazer figura. O escriba que sou aqui o reconhece e confessa.
Recordo os anos de 60 e 70, quando inchava o peito se os meus textos apareciam publicados nalgum jornal ou revista. Metia a publicação debaixo do braço e pavoneava-me com ela. Exibia-me. O texto publicado aparentemente me dava outra dimensão daquela que, depois, percebi que realmente eu tinha. A meu modo, imitava o que, mais tarde, justamente condenei: que, com o seu exibicionismo, alguns se fizessem “cabides ambulantes”. Enfim, destas águas quase todos bebem um pouco. Estou certo: não fui, não sou exceção.
A consciência do valor do texto elaborado, da mensagem transmitida, justifica que se dê dimensão ao que se escreve, que se encaminhe para o público aquilo que se produz. Ao fim e ao cabo, a comunicação deverá chegar a destinatários. Quem escreve, fá-lo para os outros. Pelo menos, é o que tantas vezes se afirma. Será verdade? Tenho dúvidas!
Com este círculo quase perfeito, vender-se-ia - a quem me escutasse com atenção - uma excelente fábula. Se correspondesse à verdade, se tivesse fundamento, ficaria bem na fotografia. Melhor dito – ficaríamos todos bem numa fotografia de família. Contudo, todos o sabemos, tal não corresponde à verdade.
Infelizmente (ou felizmente), o escritor é um bicho solitário e fortemente individualista. No ato e no momento de escrever, está por norma ensimesmado. Difere por certo a forma como o faz. Mas regra é esta – por norma, o escritor fica isolado consigo mesmo. Escreve, debatendo-se com o seu pensamento. É um combate feroz, violento, por vezes mesmo doloroso. E em conflito com seus confrades, procurando a afirmação da sua individualidade. Escreve para si – é isso. O universo dos outros é algo que se desenha depois, quando passa à fase da edição e a tiragem começa a preocupá-lo.
Por regra, o escritor é um narcisista. A ideia de que são os outros que diretamente o motivam (sabemo-lo) não passa de uma balela. Por mim falo, apesar de, como vos disse, não me considerar escritor.
Recusando a fórmula sugerida pelas conveniências e usando a sinceridade máxima, verifico que as perguntas, as três perguntas fundamentais que me trouxeram aqui, continuam a requerer respostas. Porquê? Para quê? Por quem? Nunca encontrei respostas satisfatórias. Provavelmente, precisaria de outros 70 anos de vida para achar respostas às três perguntas aparentemente simples. Aparentemente simples.
Em conclusão: não tenho respostas a propor-vos. Sei que escrever é difícil. Usando a palavra que me salta da boca: escrever é mesmo lixado.
domingo, 29 de outubro de 2017
[3226] Resultado do 1.º concurso da 2.ª série do Pd'B que terminou sem vencedor (post 3223)
O Concurso: Ver AQUI
A resposta ao concurso era relativamente fácil, pela palavra inicial que se podia ver e pelo grande espaço anterior ao "Ld.ª" (que inevitavelmente levaria mais que uma palavra). Pois era a EMPRESA DE CONSERVAS ULTRA, Ld.ª, da Boavista. A empresa tinha fábricas em Sal-Rei (Boavista) e no Tarrafal (Santiago) e era associada da Atlântida da Praia (Santiago). Teve sede na Rua da Madalena, 119 - 1.º, Lisboa, como se pode ver no envelope, mas também na Travessa do Almada, 20 - 2.º Dt.º. Terminou ingloriamente em anos recentes mas para além de ter ficado na memória das gentes de Cabo Verde repousa nos livros de Germano Almeida "Estórias Contadas" (texto "Uma Forma de Identidade Africana") e "A Ilha Fantástica" (pelo menos nestes dois, que nos lembremos). Reproduzimos um documento de 1955 (Génova, Itália), exemplificativo da dinâmica internacional desta fábrica conserveira. Mais uma vez, um agradecimento ao infatigável Adriano Lima pela participação. Ao contrário dele, havia 4.187.635 pessoas que sabiam a resposta mas não participaram...
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
[3223] 1.ª edição da 2.ª série de concursos do Pd'B
Pergunta única: qual a empresa (dissolvida em 2013) que utilizava estes envelopes? Tinha sede na Rua da Madalena, 119, em Lisboa (prédio que vemos abaixo), e mais qualquer coisa no Tarrafal e na Praia. Mas não só... E por aqui nos ficamos. Concurso aberto até às 22h00 de domingo 29.
[3222] A chegada de Corsino Fortes, primeiro embaixador de Cabo Verde, a Lisboa. Era também a primeira embaixada do País no mundo (com som)
Oiça aqui as palavras de um homem sábio
Ver AQUI[3221] O último 10 de Junho da época colonial no Mindelo
Raras imagens em filme do professor e escritor António Aurélio Gonçalves (Nhô Roque) e de muitas de outras figuras de então da ilha de São Vicente. NOTAS: O filme demora um pouco a surgir. Seja paciente; no final, há uma reportagem sobre um aviário que já não tem nada a ver com ele.
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
[3219] Política cultural/arquitectónica/urbana de São Vicente
Nota: este edifício não estava em São Vicente. É apenas um exemplo ilustrativo da deliberada política de destruição da memória histórica e cultural da ilha levada a efeito nos últimos anos
terça-feira, 24 de outubro de 2017
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
[3215] Visita de Leão Sacramento Monteiro a Lisboa
Leão Maria Tavares Rosado do Sacramento Monteiro era governador de Cabo Verde desde 1963. A 21 de Julho de 1968 (o seu mandato terminaria no ano seguinte), vem a Lisboa com a esposa (a senhora macaense que se vê nas imagens) e no dia 24 almoça no Palácio de Belém com o Presidente da República.
Já o disse, mas repito: a primeira vez que pisou tchom de Mindelo na qualidade de Governador, fê-lo entrando pela Capitania dos Portos (viera de barco da Praia, ao qual a lancha da Capitania o foi buscar), seguindo depois pela Rua da Praia de Bote. Como diz o outro, "eu estava lá e vi!".
Nascido em Nelas, Viseu (1920) e falecido na Parede, Cascais (2005), tinha ligações familiares em Cabo Verde, como sabemos.
Já o disse, mas repito: a primeira vez que pisou tchom de Mindelo na qualidade de Governador, fê-lo entrando pela Capitania dos Portos (viera de barco da Praia, ao qual a lancha da Capitania o foi buscar), seguindo depois pela Rua da Praia de Bote. Como diz o outro, "eu estava lá e vi!".
Nascido em Nelas, Viseu (1920) e falecido na Parede, Cascais (2005), tinha ligações familiares em Cabo Verde, como sabemos.
domingo, 22 de outubro de 2017
[3214] Vai um Falcão?
O anúncio é de um jornal cabo-verdiano de 1936. Mas surpresa, surpresa, é que os cigarrinhos ou ainda existem ou pelo menos em 2011 ainda existiam. Vejamos estes recortes da SCT, Sociedade Cabo-Verdiana de Tabacos, do seu Relatório e Contas desse ano:
[3213] Em 1961, andavam submarinos estrangeiros a rondar o Fogo... E a PIDE foi logo contar ao Chefe. Grandes coscuvilheiros...
Cá para mim, o comandante queria acender o cachimbo directamente no bulcón... Documento do arquivo de Salazar na Torre do Tombo.
[3212] Os Simentera e a sua excelente versão de "Tchapéu di padja"
Já era uma grande música cabo-verdiana e na versão dos Simentera parece ainda ter melhorado. Ouvi ao vivo em 1999 uma outra versão, pelas vozes do Orfeão dos Antigos Alunos da Universidade de Coimbra no Eden Park. Com eles, cantou como convidado especial o Ildo Lobo. Inesquecível!!! Para ouvir e ouvir e ouvir...
sábado, 21 de outubro de 2017
[3211] Um cónego amigo de Cabo Verde e da Guiné, um bom cristão, segundo parece
Endinheirado, o cónego Adriano Reimão de Serpa Pinto, capitular da Sé de Cabo Verde falecido no Porto, na hora da morte não se esqueceu das gentes menos afortunadas de Cabo Verde e da Guiné, por onde passou. O testamento é longo e a muita mais gente ele deixou prendas, mas só nos interessa a parte aqui divulgada.
[3209] 1968. Viagem do Presidente da República, Américo Thomaz, à Guiné e a Cabo Verde
São três fitas longas, nalguns casos com som, noutros, não. Há um resumo analítico por baixo de cada filme que deve ser lido, para se compreender melhor o que se vê. Isto é que vai ser recordar locais cunchide, mesmo para quem não esteve presente...
[3208] Partida do Presidente da República, Américo Thomaz, para a viagem de 1968 à Guiné e a Cabo Verde
Pd'B lembra que, tal como o presente, filmes deste género muitas vezes não tinham som, pois eram destinados ao telejornal e por isso eram divulgados com voz off de locutores por cima do filme. Veremos alguns que até só têm som quando há aplausos ou vivas, em alturas de multidões.
Nesta despedida, muitas caras de que ainda nos recordamos, do antigo regime, estão presentes: personalidades do Governo de Salazar (ele próprio também) e da Igreja. Talvez esta "actualidade" (levada de avião, ao contrário de Américo Thomaz que foi de paquete) tenha sido vista no Eden Park, dias antes de o PR chegar às ilhas.
Ver AQUI
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
[3207] Nhô André, o "sargento da Armada" tocador de concertina...
A cartola foi talvez herdada de finório endinheirado da ilha. Mas o resto, decerto foi prenda de algum primeiro-sargento da Armada promovido a sargento-ajudante que não desejou manter a farda com marcas das divisas anteriores (que tinham de ser retiradas). Portanto, farda nova para o nosso sargento e fatiota de categoria para Nhô André. Nem mais. As medalhas, não imagino de onde terão vindo. Repare-se nas sandálias artesanais de um tipo que ainda conhecemos bem, em versão mais modernizada, com solas de pneu...
[3206] Foi lá por Junho de 1968. Esculturas de (madeira) de Leonel Warton (eventualmente Wahnon) Madeira no Grémio Recreativo do Mindelo
Eu não vi. Mas gostava de ter visto!!! Ou seja, gostava de ter visto os trabalhos em madeira, de Madeira... Leonel Madeira nasceu em 1916 e faleceu em 1995. Era natural da cidade da Praia, Santiago.
[3205] A posse do governador Peixoto Correia
Filme mudo, de 17 de Outubro de 1957, onde se vê Raul Rodrigues Ventura (ver AQUI), ministro do Ultramar, a conferir posse ao comandante Peixoto Correia, no cargo de Governador de Cabo Verde. A propósito de o filme ser mudo, lembro que a televisão nasceu em Março de 1957, sendo portanto este um dos primeiros de reportagem que surgiram. Posteriormente, colocavam-lhe voz de locução em cima. Mas já vi alguns filmes da RTP (que oportunamente aqui observaremos) em que há som mas só de aplausos ou de vivas. Logo falaremos disso.
Ver AQUI
António Augusto Peixoto Correia nasceu em 1913, em Vila Nova de Gaia. Fez carreira militar como oficial da Armada, tendo atingido o posto de capitão-de-fragata em 1959. A cronologia seguinte é do arquivo do Parlamento de Portugal.
Carreira político-administrativa
1955 – Governador do distrito da Huíla (Angola);
Chefe de gabinete do Ministro do Ultramar;
1957-1958 – Governador de Cabo Verde;
1958-1962 – Governador da Guiné;
1962-1965 – Ministro do Ultramar;
1969-1970 – Chefe da 2.ª Repartição do Ministério da Defesa Nacional;
1960-1970 – Vice-presidente do Conselho Ultramarino;
Procurador à Câmara Corporativa, pela província da Guiné, como representante do comércio ultramarino (IX Legislatura) e das conservas das províncias ultramarinas (IX Legislatura).
domingo, 15 de outubro de 2017
[3204] É já na próxima sexta-feira!...
TAP e TACV fazem ponte aérea com mindelenses a chegar de meia em meia hora a Lisboa para assitirem à palestra que sexta-feira pelas 15h30 terá lugar em Almada sobre escultura e humor, a proferir por conhecido conferencista são-vicentino.
Sabe-se que os hotéis da zona estão lotados a 100% e que muitas pessoas estão a deslocar-se para Setúbal e para a capital de Portugal (até para o Algarve e Marrocos, nalguns casos), na mira de obterem alojamento.
Encontram-se também já na margem sul do Tejo (rio que como se sabe desagua no Porto Grande) dezenas de equipas de imprensa escrita, rádio e televisão que irão fazer a cobertura do memorável acontecimento. Uma delas, da RTSL (Rádiotelevisão de Santa Luzia), veio expressamente dessa populosa ilha cabo-verdiana, sendo esta a sua primeira reportagem de exteriores.
ÚLTIMA HORA: Praia de Bote acaba de ser informado pelo nosso correspondente Djosa de nha Bia, também porteiro em part-time do condomínio-fechado 18-2/8 de São Vicente, que "Nha Marquinha", temida figura da ilha do Monte Cara, estará presente na palestra.
Ao que parece, a senhora obteve alojamento no Cemitério dos Prazeres, onde se encontrará e poderá receber visitas e flores até ao dia da palestra, regressando depois à sua residência do Mindelo.
Sabe-se que os hotéis da zona estão lotados a 100% e que muitas pessoas estão a deslocar-se para Setúbal e para a capital de Portugal (até para o Algarve e Marrocos, nalguns casos), na mira de obterem alojamento.
Encontram-se também já na margem sul do Tejo (rio que como se sabe desagua no Porto Grande) dezenas de equipas de imprensa escrita, rádio e televisão que irão fazer a cobertura do memorável acontecimento. Uma delas, da RTSL (Rádiotelevisão de Santa Luzia), veio expressamente dessa populosa ilha cabo-verdiana, sendo esta a sua primeira reportagem de exteriores.
Nha Marquinha, no seu lar habitual |
ÚLTIMA HORA: Praia de Bote acaba de ser informado pelo nosso correspondente Djosa de nha Bia, também porteiro em part-time do condomínio-fechado 18-2/8 de São Vicente, que "Nha Marquinha", temida figura da ilha do Monte Cara, estará presente na palestra.
Ao que parece, a senhora obteve alojamento no Cemitério dos Prazeres, onde se encontrará e poderá receber visitas e flores até ao dia da palestra, regressando depois à sua residência do Mindelo.
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
terça-feira, 10 de outubro de 2017
[3201] A cábrea do Porto Grande, essa velha senhora que ainda presta serviço na baía
Diz o Zeca Soares, em comentário ao post 3198: "Aproveitando agora esta deixa de cais acostável, lembrei-me de um elemento que foi fundamental na construção daqueles dois cais (Porto Grande e Porto Novo). Estou a falar da cábrea General João de Almeida. Seria bom que o Djack acrescentasse mais sobre este senhor pois ela ainda hoje, e apesar da idade avançada, continua a prestar o seu serviço na Baía do Porto Grande."
Para satisfazer o nosso amigo, fomos ao infindável baú do Pd'B (todos os dias ampliado com ofertas e aquisições) e demos com uma imagem da grande máquina, decisiva para a construção do cais acostável do Porto Grande (infelizmente má; ainda assim, mostra-a, no canto inferior esquerdo).
Mas temos mais: este programa que existe no nosso arquivo conta quase toda a história não só do cais de Santo Antão como do de São Vicente. A verdade (ali se informa) é que a cábrea flutuante tinha e tem uma capacidade de elevação de 60 toneladas. E querem saber quanto custou? 1800 contos, uma fortuna colossal para a época. Muitas mais coisas poderia contar, mas há mais que fazer e o tempo não chega para tudo. De modo que ficamo-nos com esta: no cais acostável do Porto Grande trabalharam diariamente 400 operários, todos portugueses, sendo que 90% deles eram cabo-verdianos...
Quanto ao nome de baptismo da cábrea, é o de um general do Exército que foi ministro das Colónias e governador de Cabo Verde, durante o ano de 1927. Pode ver-se AQUI a sua biografia.
[3200] Ainda a inauguração do cais do Porto Novo, Santo Antão (ver post 3198)
Para que a coisa fique sedimentada, há que relembrar: o primeiro barco a atracar oficialmente no cais do Porto Novo foi o N/M "Ana Mafalda", da Sociedade Geral (Portugal), no dia 2 de Setembro de 1962, pelas 10h00. O NRP "Vouga" ficou ao largo. Meia hora depois, atracou o "Santo Antão", também da Sociedade Geral. Mistério para nós é saber os nomes dos dois outros barcos que atracaram a seguir e qual foi o terceiro e o quarto. Como se diz no programa, seguiram-se ao "Santo Antão" "duas unidades representativas das frotas de pesca e de pequena cabotagem". Arriscamos que o que representava a pequena cabotagem seria o "Carvalho", muito provável mas ainda assim duvidoso... Para rematar. aqui fica a planta do cais que já sofreu significativas melhorias mas no entanto tem 55 anos.
[3199] Concurso Praia de Bote: nova série
A primeira série do concurso do Praia de Bote compreendeu momentos altos e outros baixíssimos. Isto é, nalgumas vezes, grande e renhida participação: noutras, nenhuma. De qualquer modo, o saldo parece positivo e por isso vamos dar início a segunda série, terminada a primeira com um principal motivo: a desaparição do amigo sempre colaborante Zito Azevedo, perda nunca colmatada.
Assim, os três primeiros lugares foram para s seguintes participantes, sendo que nos casos do asterisco o número foi aumentado meio ponto (em ambos os casos havia já mais meio ponto nas classificações, resultantes de concursos semi-vencidos). Não podemos deixar de agradecer também ao Djosa Lopes, ao Fernando Frusoni, à Nita Ferreira, ao Val e ao Djosa Soares, as suas participações que animaram esta actividade concursal. Está dito, venha a segunda série...
1.º - Adriano M. Lima - 32*
2.º - Zito Azevedo - 15
3.º - Ondina Ferreira - 8*
[3198] Programa da inauguração do Porto Novo de Santo Antão
Ganhou o Zeca Soares, por uma unha negra ao Adriano, questão de minutos. Já lá tem o ponto no Hall of Fame. Em breve, organizaremos nova carreira de concursos, dado que esta já não tem razão de ser, devido ao desaparecimento de um dos mais persistentes e ganhadores concorrentes, o nosso amigo Zito Azevedo.
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
[3196] Três barcos juntos serão um tribarco?
Num dia de 1962, estava o dono deste blogue a preparar-se para partir no mês seguinte para o Mindelo. Na mesma altura, estes barcos que aqui mostramos encontravam-se juntos, na mesma missão. Perguntamos aos três mosqueteiros, Adri, Val e Djosa (e também aos outros que nunca ou só raramente dão o ar da sua graça): que tarefa "cabo-verdiana barlaventista" tinha este terceto naval?
NRP Vouga (foto site Reserva Naval) |
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