quarta-feira, 30 de abril de 2014
[0857] Notícias do Tarrafal de São Nicolau - Balanço da visita de trabalho do presidente da Câmara Municipal a Portugal
José Freitas de Brito |
Balanço da Missão a Portugal entre 18 a 29 de Abril
Caros Munícipes
A nossa missão a Portugal chegou ao fim esta terça-feira, 29, com resultados claramente satisfatórios e muito positivos para o nosso Município. Efectivamente, desde o dia 18 estive a cumprir uma agenda institucional e na hora do balanço sou a concluir que valeu a pena pois o Tarrafal merece.
Como resultados concretos desta missão em que fui acompanhado pelo meu Assessor, informo do seguinte: conseguimos reatar a cooperação com os Municípios de Constância, Maia e Ovar que se mostram disponíveis a cooperar com o Tarrafal em várias áreas, sobressaindo a formação profissional e superior, o desporto, o intercâmbio juvenil e cultural, o saneamento, o ambiente, urbanismo e infraestruturas, entre outras importantes áreas.
Em Constância, tive o privilégio de reunir com a colega presidente Dr. Júlia Amorim, com quem partilhei um conjunto de possibilidades e encontrei na senhora presidente boa abertura para uma nova cooperação com o Tarrafal.
Mesma cordialidade pudemos encontrar em Santarém, com quem estamos a ensaiar um modelo de parceria adaptado à realidade local e portuguesa, em tempos de crise. O presidente desta autarquia, Dr. Ricardo Gonçalves, igualmente mostrou-se optimista numa relação mais cordial com o Tarrafal.
Em Maia e Ovar, duas autarquias que em tempos tiveram excelente relação com São Nicolau, encetamos negociações para estabelecer, agora, uma relação directa e formal com o Tarrafal e há anuência dos colegas presidentes, Eng.º António Bragança e Dr. Salvador Malheiro, respectivamente, e tudo indica que ainda este ano assinaremos a geminação que será uma grande mais-valia para o nosso Município em áreas muito estratégicas.
Já em Oleiros onde tive a oportunidade de encontrar os nossos alunos que fazem a sua formação profissional, com apoio da autarquia, tive também a soberana oportunidade de conhecer o novo presidente da Câmara Municipal, Dr. Fernando Marques Jorge, que se mostrou disposto a continuar a relação iniciada pelo seu antecessor. Asseguramos, aqui, uma viatura ambulância, um equipamento que nos vai ser muito útil sobretudo na implementação do projecto “Enfermeiro Comunitário” que deveremos arrancar oportunamente no Tarrafal. Estive igualmente no quartel dos Bombeiros Voluntários de Oleiros onde analisei a possibilidade de formação em Tarrafal, visando a criação de um núcleo de bombeiros voluntários no Concelho. Ainda em Oleiros aguarda viagem para Cabo Verde um mini autocarro, de 20 lugares, e um conjunto de equipamentos para a área de saneamento e outros.
Mas esta nossa viagem teve outros êxitos. Asseguramos apoios significativos junto da UCCLA, da Associação Pinhal Maior e da Fundação Pró Dignitate para o apetrecho da nossa biblioteca municipal no Tarrafal, e vamos avançar para a criação de uma biblioteca digital, através da UCCLA, virada para a investigação e ensino superior.
Garantimos, ainda, e junto da Fundação da Dr.ª Maria Barroso, duas bolsas de estudo para ensino superior em áreas inovadoras, e com a Fundação Mário Soares discutimos cenários de cooperação para a recuperação das ruínas do Campo de Concentração no nosso Tarrafal que vigorou entre 1931 e 1936. A propósito do Campo de Concentração, tive também o privilégio de encontrar com o Edmundo Pedro, um ex- preso político que viveu no Tarrafal de Santiago, um homem que guarda memórias da sua passagem de nove anos pelo campo da morte lenta.
E a nossa missão principiou pela cidade de Sines onde estive na Páscoa com a nossa comunidade ali residente, encontrei muitas caras de São Nicolau e do Tarrafal sobretudo. Estou grato por esta oportunidade de encontrar tanta gente que mesmo longe da terra-mãe, guardam toda a tradição e cultura da terra e do seu povo. Por isso, iremos articular com a Associação Cabo-verdiana de Sines uma relação institucional de forma a dar apoio aos nossos conterrâneos sobretudo nessa região.
Assinamos, nesta missão, um protocolo com a Associação para o Desenvolvimento 24.º Oeste, sediada em Coimbra, visando um trabalho tripartido (Câmara, Associação e Parque Monte Gordo) tendo em vista a candidatura do Parque Natural do Monte Gordo ao projecto Geoparque. A ideia é de, em conjunto, se apresentar uma proposta no âmbito da preparação, implementação e candidatura do projecto Geoparque, bem como a classificação da Ilha de São Nicolau como Monumento Natural, preservando assim o seu património geológico.
Termino, deixando palavras de agradecimentos a quantos nos acolheram nesta missão a Portugal, assegurando a nossa cordial amizade e vontade de aprofundar a nossa relação.
Por Tarrafal, continuamos a nossa missão com determinação e espírito positivo.
................................
O Autarca regressa hoje a Cabo Verde e aproveita para desenvolver entre sexta e segunda-feira, uma outra agenda na Cidade da Praia, com a seguinte calendarização:
Dia 2/05, sexta-feira
· 10h00 - Assinatura de Protocolo com o Laboratório de Engenharia Civil
· 11h00 – Encontro c/ o Presidente da IFH
· 16h00 – Encontro c/ Gugas Veiga s/ festival Praia Tedja
Dia 05/05, segunda-feira
· 09h30 - Encontro c/ a Administração da Cabo Verde Investimento
· 11h00 - Encontro c/ o Cônsul da Guine Bissau em Cabo Verde, Dr. Cândido Barbosa
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O Autarca regressa hoje a Cabo Verde e aproveita para desenvolver entre sexta e segunda-feira, uma outra agenda na Cidade da Praia, com a seguinte calendarização:
Dia 2/05, sexta-feira
· 10h00 - Assinatura de Protocolo com o Laboratório de Engenharia Civil
· 11h00 – Encontro c/ o Presidente da IFH
· 16h00 – Encontro c/ Gugas Veiga s/ festival Praia Tedja
Dia 05/05, segunda-feira
· 09h30 - Encontro c/ a Administração da Cabo Verde Investimento
· 11h00 - Encontro c/ o Cônsul da Guine Bissau em Cabo Verde, Dr. Cândido Barbosa
terça-feira, 29 de abril de 2014
[0856] Presidente da República de Cabo Verde fará amanhã uma declaração à Nação, sobre o Sistema de Justiça e Constituição da República
Dr. Jorge Carlos Fonseca - PR de Cabo Verde |
ENVIADO PELA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA DE CABO VERDE AO Pd'B
"Aproveitamos para informar que, pela primeira vez, o Chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca fará uma Declaração à Nação.
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, fará amanhã, pelas 11h00 (hora de CV) uma Declaração sobre o Sistema da Justiça e Constituição da República de Cabo Verde, depois de ouvido o Presidente do STJ, o Presidente do CSMJ, o Presidente do Conselho do Ministério Público, OA, Presidente do MPD, Presidente da UCID, Presidente do Sindicato dos Magistrados de CV e o Líder Parlamentar do MPD."
[0855] "As curtas do Zeca Soares": desta vez, um saboroso petisco para os que "percebem" de Soncente lá atrás, na década de 50 do século XX...
Zeca Soares |
PARA RECORDAR, RELEMBRAR, E IDENTIFICAR VELHOS AMIGOS E/OU CONHECIDOS
Teodoro Gomes, o "Mestre Cunco" (ou Cunque, na pronúncia local) e seus discípulos na Escola Profissional da Pontinha em São Vicente, por volta dos anos cinquenta do século passado.
Um petisco saborosíssimo para os frequentadores do Praia de Bote:os que participam (dando o seu contributo escrito, sempre apreciado) e os mudos (que lêem mas nunca dizem nada, o que é uma pena pois ainda por cima é de borla e de borla já pouca coisa há...). Mestre Cunco, que o Pd'B não conheceu (ou pelo menos dele não se lembra) mas que sabe que foi figura de proa do ensino industrial do Mindelo, tendo formado várias gerações de jovens bem preparados que deram forte contributo para o desenvolvimento de Cabo Verde na sua área. Uma das várias figuras quase lendárias dos tempos de diazá - neste caso, não tão distantes como isso. Um braça pertóde para o Zeca Soares que aqui deixa esta fotografia que vale ouro.
[0854] Notícias do Tarrafal de São Nicolau (e de Portugal)
UCCLA e Pinhal Maior vão apoiar Tarrafal no apetrecho de bibliotecas
Duas boas parcerias foram ontem conseguidas em Portugal: a UCCLA vai apoiar o Tarrafal na instalação de uma biblioteca virtual, conectada com uma ampla rede internacional, enquanto a Pinhal Maior vai enviar vários títulos para o Município para o apetrecho da biblioteca municipal.
Duas boas parcerias foram ontem conseguidas em Portugal: a UCCLA vai apoiar o Tarrafal na instalação de uma biblioteca virtual, conectada com uma ampla rede internacional, enquanto a Pinhal Maior vai enviar vários títulos para o Município para o apetrecho da biblioteca municipal.
O presidente José Freitas de Brito assegurou esta segunda-feira, em Lisboa e Oleiros, apoios significativos para a instalação de uma biblioteca virtual e municipal, através da UCCLA e da Pinhal Maior.
Com Rui Lourido, coordenador cultural da UCCLA |
A Pinhal Maior, uma associação de desenvolvimento, na região do Oleiros, assegurou de imediato, apoio de um expressivo número de títulos que serão embarcados oportunamente para São Nicolau para apetrechar a biblioteca municipal em fase de afirmação.
Por sua vez, a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, UCCLA, garantiu apoiar a instalação de uma biblioteca virtual, virada para a investigação e ensino.
Um e outro apoio, foram conseguidos durante encontros realizados em Lisboa e Oleiros, na última etapa da visita do presidente José Freitas de Brito a Portugal.
Fundação Pro Dignitate assegura duas bolsas de estudo para jovens do Tarrafal
Acordo foi conseguido segunda-feira, 28, durante encontro realizado na capital portuguesa. A Fundação dos Direitos Humanos vai assegurar já no próximo ano lectivo duas bolsas de estudo para cursos superior, em áreas inovadoras, entre elas a comunicação social.
O presidente José Freitas de Brito assegurou esta segunda-feira, durante encontro realizado na sede da Fundação Pró Dignitate, em Lisboa, o financiamento de duas bolsas de estudo para jovens do Tarrafal, com efeito a partir do próximo ano lectivo 2014/2015.
Na Pro Dignitate |
São privilegiadas áreas inovadoras, entre elas a comunicação social, e as bolsas destinam-se a jovens habilitados com o 12.º ano de escolaridade, com aproveitamento muito bom. Com este apoio, a Pro Dignitate amplia a sua relação com o Tarrafal, iniciada no ano passado com o seu apoio financeiro para a realização da semana da comunicação social, que reuniu em São Nicolau profissionais de vários países, nomeadamente, Portugal, Estados Unidos, Guiné-Bissau, Moçambique e África do Sul e que contou com excelente participação de jovens do Concelho.
As duas bolsas totalizam um apoio financeiro na ordem dos 800 euros/mês, 100 por cento suportados pela Fundação Pro Diginitate.
O presidente José Freitas de Brito reuniu-se a meio da manhã, em Lisboa, com o Secretário-geral da Fundação, António Pacheco – a presidente Maria Barroso esteve ausente em Roma, na cerimónia de santificação dos papas João XXIII e João Paulo II – e para além do apoio para a formação superior assegurou apoio da Fundação em material para o apetrecho da biblioteca municipal do Tarrafal.
Ainda sobre a formação, a Pro Dignitate está disponível para promover uma formação de longa duração em jornalismo de paz e desenvolvimento, na esteira do que aconteceu durante a semana da comunicação social.
[0853] Notícias do Tarrafal de São Nicolau (e de Portugal) - Município de Oleiros oferece ambulância à Câmara do Tarrafal
Fernando Marques Jorge e José Freitas de Brito |
Oferta foi feita ontem, pelo novo Presidente de Oleiros. José Freitas de Brito teve oportunidade de visitar o equipamento que está em bom estado e que será uma mais-valia para o Município.
Foi a primeira vez que o Presidente José Freitas de Brito se encontrou com o seu homólogo de Oleiros, eleito nas últimas autárquicas em Portugal e que renovou a vontade de manter o protocolo com o Tarrafal, iniciado em Agosto de 2012 pelo seu antecessor.
Fernando Marques Jorge, Edil de Oleiros, recebeu o Autarca do Tarrafal no seu gabinete, e reforçou seu desejo pessoal e da sua equipa em continuar o protocolo com Tarrafal e garantiu estar aberto a novas colaborações e logo, depois de ouvir as carências do Tarrafal, decidiu ofertar uma viatura ambulância que deverá seguir para o Tarrafal oportunamente.
A ambulância está totalmente equipada, pronta para uso, e foi substituída há precisamente um mês pelos Bombeiros Voluntários de Oleiros.
Para além desta unidade, o novo Autarca de Oleiros garante ir dar seguimento aos acordos anteriormente conseguidos com o seu antecessor, apoiando o nosso Município a nível do saneamento. A este propósito, o Vice-Presidente da Câmara de Oleiros, Victor Antunes, informou que os equipamentos acordados na anterior visita só não seguiram devido ao momento político que se viveu no país, com as eleições municipais.
Uma outra viatura, de 20 lugares, para transporte escolar – oferecida em 2013 – também aguarda viagem para Tarrafal e deverá seguir juntamente com a ambulância e outros equipamentos de saneamento, nomeadamente, fardamentos, e carinhos de limpeza urbana.
Outra garantia conseguida em Oleiros é a formação de um núcleo de bombeiros voluntários no Tarrafal, um processo que contará com apoio da corporação local, uma das mais prestigiadas de Portugal, a nível de formação no sector.
O Presidente José Freitas de Brito, teve oportunidade de visitar o quartel dos bombeiros voluntários e a residência estudantil que acolhe os dez jovens do Tarrafal em formação profissional, com financiamento da Câmara de Oleiros.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
[0852] Outro flash (ver post anterior, directamente relacionado com este)
Ildo Lobo |
"(...) Um dos últimos acontecimentos que presenciei no Eden Park foi o que teve como protagonista o Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra que ali cantaram e encantaram na noite de 26 de Julho de 1999 (e não de 1998), como por lapso se indica no site do próprio coro. Foi a Dr.ª Ana Cordeiro, do Centro Cultural Português, quem me ofereceu o bilhete para o espectáculo, do qual o pai era um dos componentes. Lembro-me de que fui acompanhado pela minha amiga, professora D. Zinha Lima. A sala estava a rebentar pelas costuras. O coro arrancou, o público num silêncio impressionante, apenas interrompido por trovoadas de aplausos de cada vez que as peças terminavam. Até que se aconteceu uma surpresa: o Ildo Lobo surgiu no palco do Eden Park, para acompanhar o coro. Tchapéu di Padja e Sôdad foram duas das canções em que a hoje saudosa voz rouca do homem dos Tubarões acompanhou a mais doce dos doutores de Coimbra.
Após uma primeira parte de canções, seguiu-se outra de tradicional fado coimbrão. No fim do espectáculo, como é hábito, um dos componentes do coro chamou os elementos do público que tivessem sido antigos alunos da Universidade de Coimbra para, em conjunto com os orfeonistas, cantarem a canção da despedida. Logo, um grupo de umas duas dezenas de pessoas se dirigiu ao palco. Entre elas, encontrava-se a Dr.ª Isaura Gomes… (...)"
[0851] Flash de novo livro
Cais acostável, dia de chegada de vapor, anos 60/70, séc. XX |
Já anda perto das 400 páginas o novo/futuro book (descobri-o ontem, em sessão de trabalho que se arrastou noite dentro), fruto de artigos no Liberal e de outros textos dispersos por jornais de Cabo Verde (digitais e em papel) ou de Portugal, com pontaria de saída para o Natal deste ano. Nada a ver com as muito mercóne "Crónicas do Norte Atlântico", guardadas para outra aventura, a seguir a esta.
Num dos textos (no caso, gileânico..., li este excerto que aqui partilho convosco (por muito comum aos habitués da Praia de Bote e que qualquer um de vós podia ter escrito).
"(...) Coisas boas, havia-as em maior número. A camaradagem formidável; os momentos irrepetíveis da espera por um professor que não vinha e a consequente observação atenta da sineta que através do toque da tolerância nos libertaria para explorações dos arredores do liceu ou sessões de anedotas e falatório sobre últimos filmes vistos no cinema do Tuta ou no Eden Park, sentados nos bancos da pracinha do liceu; as exposições de final de ano (o que eu passei para fazer um cavalo em guache num azulejo, ordem do saudoso professor Chantron, que se desmanchava quando lhe aplicava verniz); o sobe-e-desce das escadarias, com corridas por aquela varanda do primeiro andar; as disputadas trocas de cromos comprados na casa do Celso Leão; as sessões culturais (lembro-me da presença de José de Azeredo Perdigão, da Fundação Calouste Gulbenkian); e a ginástica no pátio, à tarde, que acabava muitas vezes num passeio ao cais acostável com o "Bintin" ou o "Picau", eu sei lá que mais, tanta, tanta coisa boa de recordar. (...)"
domingo, 27 de abril de 2014
[0849] Amanhã, na Escola Industrial e Comercial do Mindelo Guilherme Dias Chantre - VEJA E COMENTE DIVERTIDOS POSTS ANTERIORES
Guilherme Chantre - Foto JS |
Deste gileanista, seguem fervorosos parabéns aos seus professores, aos colegas formados na Escola Técnica e aos que nos tempos actuais a frequentam.
(clique na imagem, para a ver melhor)
[0848] Vamos à ópera!...
in "Almanach-Luso Africano" para 1895 (ed. Almedina, Coimbra, 2011), p. 204
Toque-emboque
[texto como no original]
Teatro Nacional de São Carlos, Lisboa |
A um europeu - empregado publico em Cabo-Verde, que estava em Lisboa, em goso de licença, achando-se no theatro de S. Carlos, com varios amigos - lembrou-se um d'estes de lhe fazer a seguinte pergunta:
- "Então, F., em Cabo Verde ha d'isto?"
Pergunta feita no fim d'uma opera magistralmente executada. Ao que elle redarguiu promptamente:
- "Ha d'isto, ha!... O que não ha, é individuos que façam perguntas d'estas."
Eugenio Pinto
sábado, 26 de abril de 2014
[0847] Polícia corajoso...
in "Almanach-Luso Africano" para 1895 (ed. Almedina, Coimbra, 2011), p. 160
Um bravo em tempo de paz
[texto como no original]
[texto como no original]
Praia - Banda de Música da Polícia Indígena (anos iniciais do séc. XX) |
Um certo sargento da polícia civil, na cidade da Praia, Cabo Verde, em 1874, homem prudente… e de uma coragem nunca vista, estando de serviço, ouvira apitar e grande vozearia, - indicio certo de desordem e baralha.
O nosso heroe, não podendo conter-se pelo seu mau genio,
dirige-se com a maxima cautela… a uma distancia respeitável da rua da desordem.
- Psiuh!... Estes desordeiros da Praia, meu comandante,…
andam sempre armados do famoso manduco… e para evitar que eles fujam, me dirigi
pressuroso á rua oposta á da desordem, afim de conseguir a captura dos
desordeiros!!, caso para ali se dirigissem.
O commandante sorriu-se da chalaça e seguiu…
O nosso bravo oficial inferior, quando teve a certeza de que
os desordeiros estavam debaixo de escolta e em segurança, immediatamente se dirigiu á porta da cadeia, onde já os presos se
achavam, e então, por aquelle seu mau genio, deu um murro em um dos presos,
dizendo para os seus camaradas: "Ah! este meu mau genio".
D'este calibre ha muitos por este mundo de Christo.
João Baptista Nobre Leite
(Caboverdeano)
[0846] Uma anedota de tchuc e senhoras, a finória lisboeta e a cabo-verdiana que não se deixou enrolar por ela, tudo na Avenida da Liberdade, Lisboa, nos finais do século XIX... - NA PRÓSIME POST, Pd'B TA BÁ MOSTRÁ UM STÓRA D'PLIÇA D'PRAIA... GATXÓDE
Praia de Bote está hoje de anedota. Mas para que ela se compreenda bem, há que fazer um resumidíssimo intróito.
Comecemos pela Avenida da Liberdade, de Lisboa. Antes, era o Passeio Público, criado pelo marquês de Pombal, após o terramoto, para que os lisboetas ali passeassem. Tinha o equipamento de lazer mais ou menos como limites o sítio dos actuais Parque Mayer (ou Rua das Pretas) e obelisco aos Restauradores. Mas, nesse século XVIII, tal como neste XXI, os alfacinhas eram pouco dados a passeios, tanto mais que essa zona estava nos confins da cidade e para além deles só havia hortas ou campos de agricultura. Coisa longe, que não agradava a ninguém e o Passeio Público, murado, com estátuas, fontes e bancos, para ali ficou ao abandono. Até que chegou a Lisboa o segundo marido da rainha D. Maria II, Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, homem culto e amante das artes, proveniente de uma Europa cosmopolita e civilizada que ao saber do Passeio o começou a frequentar. Claro que por mimetismo toda a Corte e burguesia de Lisboa também para ali convergiu, para o ver e para ser vista… E o Passeio tornou-se um sucesso, muito depois de ter sido criado.
A então nova Avenida da Liberdade |
Mas entretanto surge Rosa Araújo como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, um homem sério e de visão que percebeu que para a cidade se desenvolver havia que desmantelar o Passeio e prolongá-lo para Norte numa Avenida que daria possibilidade de aparecimento a novos bairros e avenidas que de facto se rasgaram e ainda hoje se chamam "Novas". Aconteceu isso a partir de 1879, com muitos protestos, como de costume. Mas a Avenida lá vingou e é ainda hoje a mais bela de Lisboa e uma das mais caras do mundo…
Posto isto, passemos aos Condes de Santa Cruz. Não nos interessa a história dos ditos que também se cruza tragicamente com o marquês de Pombal, mas tão só que alguns deles se tornam donatários de Santo Antão: Francisco de Mascarenhas (1593-1608), mais um Martinho, um João e outro Martinho que por ali se manteve até 1676.
Fica assim feita a cama para se perceber a anedota que copiámos do nosso "Almanach Luso-Africano", de 1899 (pág. 356), reeditado pela Livraria Almedina (Coimbra) em 2011. Dois exemplares preciosos, o de 1895 e este de onde saiu a inesperada anedota.
NA AVENIDA (grafia e pontuação como no texto)
A uma senhora caboverdeana, perguntava uma lisbonense na Avenida, para ridiculariza-la.
- Em Cabo-Verde há porcas, minha senhora?
- Porcas não há, respondeu a africana, porque foram exportadas todas para Lisbôa no tempo dos Condes de Santa Cruz, para aqui se multiplicarem e depois perguntarem se ainda há por lá alguma avózinha…
sexta-feira, 25 de abril de 2014
[0844] Mais uma "curta" (mas dupla) de Zeca Soares
Zeca Soares |
Para que fiquem mais tranquilos em relação aos projectos "tud p'tjom", eis aqui o nosso MADEIRAL, sem água, mas de pedra e cal. Pelos vistos não corre esse perigo nos próximos tempos. O mesmo não se pode dizer em relação aos "Belenenses" do Mindelo, o CASTILHO. Parece que está a ser ultrapassado no tempo, se tivermos em conta o seu passado no panorama desportivo e cultural em São Vicente (clique nas imagens, para as ver melhor).
Nota do Pd'B: Já aqui o dissemos e repetimos. Não conseguimos arranjar imagens decentes dos emblemas do Castilho, do Derby ou do Amarante. Não há uma alma caridosa que se dê ao trabalho?
quinta-feira, 24 de abril de 2014
[0843] "Como pode ver pela fotografia, o Liceu é bom"...
Tanto pode a frase ser ironia, devido à falta de pintura do Liceu Gil Eanes (veja-se o postal abaixo, editado pela "Casa do Leão" retratando bem a triste sina de "pele esfolada" que persegue esta Casa) como de admiração pelo edifício que de facto tinha e tem agradável desenho e boa organização de espaços, amplos, arejados e funcionais. A verdade é que a remetente (que só assina por primeiro nome e de cuja identidade suspeitamos, intelectual cabo-verdiana de grande prestígio) escreve do Mindelo a uma amiga e colega professora portuense em 9 de Julho de 1952, falando de saudades de que deixou na "Invicta" mas de certeza agradada pela ilha que encontrou (ou reencontrou), como não podia deixar de ser. Há 52 anos, quase exactos...
"Como pode ver pela fotografia, o Liceu é bom...", refere ela. Sim, todos nós sabemos isso. Tanto em tempo colonial como em tempo de República, a coisa repete-se, repete-se e repete-se...
terça-feira, 22 de abril de 2014
segunda-feira, 21 de abril de 2014
[0837] Ainda mais Belenenses (estes, de Cabverd) para o nosso amigo e colaborador Valdemar Pereira
Emblema do "Sanjoanenses" |
E, como não podia deixar de ser, "Os Belenenses" têm pelo menos uma filial em Cabo Verde (se mais houver, que o digam os sábios do futebol das ilhas).
Trata-se de "Os Sanjoanenses", de Ribeira de Patas, Porto Novo, Santo Antão. O futebol é assim...
Ver AQUI (demora um bocadinho)
[0833] Notícias do Tarrafal de São Nicolau - José Freitas de Brito em Sines, Portugal
Imagens da visita do Presidente da Câmara Municipal do Tarrafal de São Nicolau, José Freitas de Brito, à comunidade cabo-verdiana residente em Sines, Portugal - localidade do litoral, onde reside vasto conjunto de naturais de São Nicolau.
[0832] Notícias do Tarrafal de São Nicolau - Presidente da Câmara Municipal cumpre agenda em Portugal
Agenda do Presidente tem início em Sines, onde José Freitas de Brito passa a Páscoa com a comunidade cabo-verdiana e visita uma comunidade habitada por expressivo número de cabo-verdianos, originários de São Nicolau. Santarém, Constância, Ovar, Maia e Oleiros são outros pontos da agenda
O Presidente José Freitas de Brito cumpre até o próximo dia 30, em Portugal, uma intensa agenda de contactos, na perspectiva de aprimorar relações de cooperação com algumas Autarquias e instituições, e lançar novas relações de colaboração. É nesta ordem de ideia que tem agendado deslocações a Santarém, Constância, Ovar, Maia e Oleiros em que vai analisar a cooperação entre estas Autarquias e o nosso Município.
A viagem ocorre depois das eleições municipais em Portugal, tendo-se registado alternância de equipas em algumas destas Câmaras que já têm relações de amizade e/ou cooperação com o Município do Tarrafal. “É fundamental conhecermos as pessoas e relançar as relações institucionais junto destas Câmaras”, observa o Presidente que parte confiante em como é possível abrir novas portas em terras lusas.
Um dos momentos mais importantes desta agenda acontece no Município de Sines, já no fim-de-semana de Páscoa, dias 18 e 19, uma região que acolhe expressiva comunidade de cabo-verdianos, originários do Tarrafal. “Vou poder conhecer as suas experiências de integração, o seu apoio no mercado de trabalho em Sines sobretudo na pesca e, naturalmente, irei convidar os nossos patrícios a virem fazer investimentos aqui na terra”, antecipa o Edil.
Ainda em Sines, José Freitas de Brito irá encontrar-se com a Associação Cabo-verdiana de Sines – que apoia a visita no terreno – devendo conhecer o trabalho desta ONG que ambiciona uma forte ação a nível social junto dos crioulos naquela região.
Na bagagem, a vontade de relançar a cooperação com municípios como Constância, Maia, Ovar e Santarém, daí aproveitar para se reunir com os Autarcas desses municípios. “Há a crise, mas não devemos ficar de braços cruzados a lamentar”, diz o Presidente que observa ser fundamental ir ao encontro dos parceiros e mobilizá-los para novas oportunidades de cooperação”.
Ainda em agenda, um encontro com um grupo de empresários em Ovar, promovido pelo município local, um encontro que se afigura ser uma ocasião para apresentar as potencialidades que o Tarrafal oferece para o investimento externo.
domingo, 20 de abril de 2014
[0829] O Mindelense soma e segue... VER POST ANTERIOR SOBRE AS COMEMORAÇÕES BENFIQUISTAS NO MINDELO E NO MAPUTO
O Clube Sportivo Mindelense, a grande equipa da Rua de Praia, agremiação de que a Praia de Bote muito se orgulha, prossegue uma senda de sucesso.
Ver AQUI, no semanário Expresso, de Portugal.
O que é certo é qu'ês sabê djgá e o resto são... mornas...
Ver AQUI, no semanário Expresso, de Portugal.
O que é certo é qu'ês sabê djgá e o resto são... mornas...
[0828] Hoje, o Benfica também venceu no Mindelo... e no Maputo igualmente (pelo menos)... Ver link abaixo da foto ampliada.
Foto enviada por José Fortes Lopes.
Quando em 2000 publiquei num jornal de Portalegre uma crónica sobre uma das minhas passagens pelo Sal em trânsito para São Vicente, intitulada "Um dia no Sal", dizia a dado passo:
(...) Do táxi Toyota que me conduz a Espargos, onde pernoitarei, vejo barracões com a sigla da transportadora aérea portuguesa. Lá dentro, apesar da iluminação acesa, não se vislumbra vivalma. Pendurado no retrovisor do carro, um galhardete do Sporting; na rádio, passa ruidoso funaná. Parece comprovar-se o que me disse um amigo foguense, Aníbal Teixeira de Sousa, hoje médico em Torres Novas e antigo condiscípulo do Liceu Gil Eanes: que na rádio, festas, bares e clubes nocturnos, sobretudo nos frequentados por gente jovem, o funaná tende a suplantar as mornas e coladeiras. Pelos vistos, nos táxis, também. Ainda meto conversa com o motorista, sobre futebol português, mas logo desisto. Ele sabe muito mais do assunto que eu. E quando lhe pergunto se é do clube do galhardete, responde-me: «Não senhor. O meu patrão é que é. Eu sou do Benfica!». Emprego oblige... (...)
Portanto, não me admiro nada da foto oferecida pelo José Fortes Lopes. Até porque nos meus dois regressos a São Vicente, em algumas daquelas pacatas tardes de domingo em que não acontece nada na ilha, vi que a dados momentos o anfiteatro do Mindelo se enchia de berros de "Goooooooooooolo do Benfica!!!" (ou do Sporting ou do Porto). Gritaria, gente na rua aos pulos e regresso ao interior das casas para continuarem a ouvir ou a ver o desafio... Cá fora, retornava-se ao nada...
Mas no Maputo não ficaram atrás do Mindelo. Ver AQUI
[0827] Porto Grande em fim de tarde e à noite (sempre sob a protecção do Monte Cara) e Torre de Belém em perspectiva pouco habitual
Ofertas pascais do nosso amigo José Fores Lopes, a quem agradecemos. Felizmente, hoje já ca tem caizim nem aquel tcher de Pac Rabane...
sábado, 19 de abril de 2014
[0826] Mais uma "curta" de grande interesse, por Zeca Soares - VEJA POST ANTERIOR SOBRE EMPREGADAS CABO-VERDIANAS DA WESTERN TELEGRAPH
Zeca Soares |
Estas são as ruínas de Caieta ("Calheta" em português), uma aldeia piscatória, em tempos muito famosa pelo seus peixe seco, localizada no estremo Sul da ilha de São Vicente, mais precisamente, entre as praias de Palha Carga e Flamengos, estas mais conhecidas por terem acesso facilitado com estrada.
Por razões que desconheço, (talvez devido a seca persistente e outros factores ligados a uma vida sacrificada), há mais de 40 anos que uma parte dos seus habitantes se mudou para a aldeia piscatória de São Pedro e outra para a zona de Fernando Pó, dando origem a uma rua conhecida por “Rua D’Caieta - Rua de Calheta” [Nota do Pd'B: esta rua situa-se na Ribeira de Craquinha, região de Passarom, Mindelo], precisamente porque seus primeiros moradores eram originários dessa aldeia. Tenho conhecimento de pelo menos três gerações oriundas de Caieta que não tem poupado esforços em preservar o que resta dessa aldeia, uma vez que guardam recordações de uma vida vivida naquele lugar.
Existem descendentes de gente dessa aldeia espalhadas pela emigração, que sempre que regressam de férias não se importam de fazer uma caminhada de mais de quatro horas, ida e volta, para verem o que resta dessa aldeia.
De facto, com o desenvolvimento do turismo este é mais uma oportunidade a não desprezar.
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