e uma boa Páscoa!
sábado, 31 de março de 2018
sexta-feira, 30 de março de 2018
[3673] "O Crioulo de Cabo Verde, surto e expansão", livro de António Carreira
O livrinho tem apenas 96 páginas (Lisboa, 1984, 2.ª edição com adaptações, edição do autor - a 1.ª, de 1982, esgotou-se rapidamente), mas é um poço de qualidade. Entrou ontem na biblioteca do Pd'B e foi logo lido/devorado/mastigado em cerca de duas horas. Carreira foi nosso professor, na cadeira de Antropologia Social - que era partilhada com Mesquitela Lima. Dois cabo-verdianos, portanto, na lisboeta Avenida de Berna, numa Universidade Nova (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas) que era de facto nova, em idade e filosofia. E quem teve a sorte de frequentar as aulas deste duo de luxo, sempre cheias, não os esquece.
António Carreira - Foto blogue Barros Brito |
Curiosa é a reprodução na página 77 e na contracapa, de imagens de páginas de um jornal de Curaçao (Antilhas, próximo da Venezuela) onde se pode ler o seu papiamento, próximo do nosso crioulo. Enfim, um bom livro que se consegue por preço assaz reduzido, neste momento. Mas para isso, é preciso ir à caça, obviamente... e este, nós caçámo-lo!
quinta-feira, 29 de março de 2018
[3670] Uli uns mnis ta brincá c'sês carrim d'lata e madêra...
Neste caso, conhecemos pessoalmente o destinatário, poeta português alentejano residente em Almada. O postal foi-lhe remetido do Paul de Santo Antão, em 8 de janeiro de 1980. Uma bela imagem, demonstrativa do engenho de quem não tem brinquedos de loja e os fabrica com imaginação, em madeira, lata e arame. NOTA: Entretanto, substitui no título "mnine" por "mnis" que acho que é mais correcto. Se alguém achar o meu crioulo meio farrusco, agradeço que mo diga. Só assim se melhora.
[3669] Monte Cara em fundo... cenográfico
Em tempos, já mostrámos uma foto deste militar da Armada (especialidade despenseiro) Ver AQUI. Agora, descobrimos outra foto sua, mas de pose em pleno cenário de Porto Grande, feita na Foto Melo.
quarta-feira, 28 de março de 2018
[3665] Um livro de Bento Levy, "Deputado da Nação pelo círculo de Cabo Verde" em Lisboa
Quanto a este curioso livro (edição "fora do mercado" do autor) de 126 páginas, composto e impresso na Imprensa Nacional de Cabo Verde em 1963, andou perdido (melhor dizendo, desaparecido) na nossa biblioteca cabo-verdiana desde meados de Outubro do ano passado - quando o desenterrámos no estaminé de um alfarrabista da Calçada do Combro, Lisboa, e foi colocado no meio de muitos outros, afinal a poucos metros do sítio onde hoje deu entrada, após porfiada busca para trabalho que temos em mãos. Ou seja, repetindo o velho ditado, "Tudo o que é vivo, aparece..."
Para além do óbvio interesse histórico do livro, sublinhamos o autógrafo (oferecido na Praia a amigo que desconhecemos, Manuel Orlando de Oliveira) do mesmo ano.
[3663] Unesco pode dar apoio técnico a Cabo Verde na candidatura do ex-Campo de Concentração do Tarrafal
Já que a morna é quase garantidamente Património Mundial (se o fado, o cante alentejano e o tango são, logo...), este campo de morte pode vir a ser o terceiro Património Mundial de Cabo Verde.
Ver AQUI
terça-feira, 27 de março de 2018
segunda-feira, 26 de março de 2018
[3659] Todos os caminhos (e todas as celebridades) vão dar a Vila Viçosa... ou a Pardais...
Contemos a coisa de maneira curta:
1 - Pardais (ver AQUI) é uma freguesia rural de Vila Viçosa, onde está a decorrer a primeira Feira da Laranja. (ver fotos AQUI)
1 - Pardais (ver AQUI) é uma freguesia rural de Vila Viçosa, onde está a decorrer a primeira Feira da Laranja. (ver fotos AQUI)
2 - O Padre Ilídio Graça (natural de São Nicolau, Cabo Verde) é desde há meses pároco da igreja de São João Evangelista, também conhecida como de São Bartolomeu (ver AQUI e AQUI), em Vila Viçosa.
3 - O Padre Ilídio Graça foi visitar a Feira da Laranja e levou um amigo seu, cabo-verdiano.
O resto, os comentadores que comentem, pois mais uma vez Vila Viçosa e Cabo Verde se encontram e logo com gente brilhante vinda das ilhas.
sexta-feira, 23 de março de 2018
[3651] Um postal (ou dois...), um erro e uma personalidade interessante
Nesta coisa de postais ilustrados, quando a gente pensa que já viu tudo, há sempre ainda algo interessante para descobrir ou para relacionar. É o que acontece com estes dois que hoje mostramos. Um, cuja imagem já tínhamos de há muito no nosso arquivo e outro que nos foi há pouco cedido pelo amigo e "sgrovete" Artur Mendes.
No primeiro, o nosso, alguém escreve de São Vicente, por volta do início do século passado, para a sua querida Lulu (amor cuja força reforça com um final "qui t'adore") dizendo que está a meio do caminho para o destino traçado. Tem o postalinho o interesse acrescido da troca de legendas, fazendo da procissão Carnaval e do Carnaval o inverso... Mas este "enviador", porque "franciú", não topou o gato...
Já o postal do Artur tem outra relevância, a do seu visível remetente que escreve (curiosamente também em francês) de bordo no navio de guerra da marinha portuguesa "Pero d'Alenquer". Mais arguto que o gaulês de cima, José Eduardo de Carvalho Crato emenda a legenda para não gerar confusão. Ora este militar da Armada, que faleceu sem descendência, era tio-bisavô do ex-ministro Nuno Crato e oficial de grande carreira e prestígio. Não vale a pena estar a adiantar mais, pois pode ver-se a biografia do distinto capitão-de-mar-e-guerra que em passagem por Cabo Verde enviou o postal que agora comentamos, AQUI (mas vejam mesmo, pois achamos que muitos dos AQUIS que vamos pondo não têm observadores... e no entanto é nos AQUIS que está muitas vezes o maior interesse dos posts.
quarta-feira, 21 de março de 2018
[3645] Porto Grande: os antigos pescadores de moedas
28.Abril.1907 |
(...) Ao princípio da tarde, vimos a primeira lancha. Um oficial e três marinheiros, irrepreensivelmente fardados, constituíam a tripulação do barco que transportava cerca de três dezenas de passageiros. Pouco antes da atracadura, com o à-vontade de quem estava habituado a andanças daquele tipo, alguns começaram a arremessar moedas ao mar, na mira de que os muitos miúdos dependurados nas protecções que bordejavam o cais se atirassem à água. Estes, não se fizeram rogados. Bons nadadores, quase todos, era para eles empresa de pouca monta descer os escassos metros que separavam a superfície do fundo, que a forte luz do sol e a limpidez do oceano permitiam ver com clareza. O brilho do metal atiçava-lhes o desejo, e a competição gerava remoinhos e salpicos que obrigaram algumas misses mais idosas a levantar-se dos bancos cobertos de sarja azul para se chegarem até ao compartimento do motor, onde se sentiam protegidas da chuva que os mergulhos e a luta pelos pence provocavam. O Nhelas foi um dos primeiros a atirar-se. Deu-me a roupa a guardar e, em cuecas, deixou-se cair na água. Catch the coin, boy, catch the coin!, dizia-lhe um gordíssimo inglês. (...)
[3644] No Dia Mundial da Poesia, celebremos a vida com Teobaldo Virgínio
MENINO
Tu és o tesouro perdido
que desde a primeira hora
procuro no coração do homem.
Há tanta doçura nos teus olhos redondos
tanta independência nos teus gestos
tanta certeza em ti mesmo
que não duvido seres o ideal
que o tempo desflora...
Sei que tu és simples
que o teu mundo é puro cheio de nobreza
que ainda não aprendeste
na escola que deturpa os dons.
Os dons que ficaram no berço
e nunca mais se encontraram tão puros
depois da primeira hora
da infância perdida.
Menino
por isso te busco
a ti estendo a minha mão
para sermos camaradas
independentes
no rutilar dos dons!
[3642] Um livro! E seres fantásticos, escondidos debaixo da SUA cama!!!
Luís Romano, como sabemos, foi personagem de interesses multifacetados. E este é um dos seu mais curiosos trabalhos (de teor antropológico) que conseguimos encontrar, ainda por abrir, 48 anos depois de ter sido dado à estampa. É a segunda edição, de 1970, publicada pela revista "Ocidente", de Lisboa (212 pp), com curto prefácio de Luís da Câmara Cascudo, historiador, antropólogo, jornalista e advogado residente no Natal, como Romano.
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