sexta-feira, 31 de julho de 2015

[1613] Bento Levy, deputado por Cabo Verde à Assembleia Nacional de Portugal

Falamos do senador Augusto Vera-Cruz, falamos do Dr. Adriano Duarte Silva, mas por vezes esquecemos a figura de Bento Levy, como os anteriores grande defensor dos interesses de Cabo Verde em Lisboa. 

Aqui ficam pois uma notícia encontrada hoje no "Diário de Lisboa" de 9 de Março de 1962 e a sua biografia oficial existente no Parlamento português.



Biografia do Parlamento de Portugal

BENTO BENOLIEL LEVY

Legislaturas: VIII, X.

Data de nascimento
 1911-08-03.

Localidade
 Cidade da Praia / Cabo Verde.

Habilitações literárias
 Licenciatura em Direito (Ciências Jurídicas) pela Universidade de Lisboa
(1939).

Profissão
 Advogado;
 Jornalista.

Carreira profissional
 Fundador da Rádio Clube de Cabo Verde (1944);
 Responsável pela criação do Boletim Cultural e Informativo de Cabo Verde. (1949);
 Fundador do semanário O Arquipélago (1962).

Perfil político-ideológico
 Defensor indefectível da política ultramarina do Governo.

Carreira político-administrativa
 Administrador do Concelho da Praia;
 Director dos serviços de Propaganda e Informação de Cabo Verde;
 Director do Centro de Informação e Turismo de Cabo Verde;
 Director-técnico da Imprensa Nacional de Cabo Verde;
 Chefe dos Serviços de Administração Civil de Cabo Verde.

Carreira parlamentar
Legislaturas Círculo Comissões
VIII Cabo Verde Política e Administração Geral e Local.
X Cabo Verde Política e Administração Geral e Local.

Intervenções parlamentares

VIII Legislatura (1961-1965)

1.ª Sessão Legislativa (1961-1962)
 Faz considerações sobre problemas de interesse para a província de Cabo Verde.
 Ocupa-se de problemas de Cabo Verde.
 Presta homenagem a dois portugueses de Cabo Verde condecorados por actos de bravura em Angola.

2.ª Sessão Legislativa (1962-1963)
 Ocupa-se de problemas relativos a Cabo Verde.
 Faz considerações sobre a situação do funcionalismo de Cabo Verde e a necessidade de revisão dos respectivos vencimentos.
 Discute a proposta de lei de alterações a Lei Orgânica do Ultramar Português.

3.ª Sessão Legislativa (1963-1964)
 Requer a generalização do debate do aviso prévio sobre política ultramarina do Governo e participa nesse debate.
 Trata do problema das comunicações aéreas com Cabo Verde.
 Participa no debate sobre as Contas Gerais do Estado (metrópole e ultramar) e as contas da Junta do Crédito Público referentes a 1962.

4.ª Sessão Legislativa (1964-1965)
 Discute na generalidade a proposta de lei acerca do Plano Intercalar de Fomento para 1965-1967 e subscreve, com outros Deputados, propostas de alteração a algumas bases da mesma proposta de lei.
 Congratula-se com a anunciada visita do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian a Cabo Verde.
 Trata de questões relativas à população de Cabo Verde.

X Legislatura (1969-1973)

1.ª Sessão Legislativa (1969-1970)
 Faz considerações sobre o patriotismo da população de Cabo Verde manifestado na recente eleição de Deputados, como prova de apoio à política de defesa da integridade nacional.
 Faz considerações sobre os vencimentos do funcionalismo de Cabo Verde.

2.ª Sessão Legislativa (1970-1971)
 Presta homenagem aos Deputados desaparecidos no desastre da Guiné e refere-se a diversos problemas da província de Cabo Verde.
 Fala, entre outros problemas, sobre o problema das secas em Cabo Verde e sobre a premente necessidade da pesquisa de água, lamentando ainda o facto de há muito estar esquecida a anunciada instalação de uma refinaria de petróleo em S. Vicente.
 Salienta o significado da visita do Sr. Presidente do Conselho a Cabo Verde.
 Subscreve a proposta de resolução da Assembleia relativa às contas da Junta do Crédito Público de 1969.
 Discute na generalidade a proposta e os projectos de lei de revisão constitucional.
 Subscreve uma série de propostas de alteração à Constituição apresentadas pela comissão eventual.
 Discute na especialidade o texto da comissão eventual referente à revisão constitucional.
 Subscreve, como membro da comissão eventual, várias propostas de alteração à proposta de lei sobre liberdade religiosa e discute na especialidade a referida proposta de lei.

3.ª Sessão Legislativa (1971-1972)
 Refere-se ao problema das secas de Cabo Verde e agradece Governo o subsídio concedido para fazer face às dificuldades da província.
 Requer informações relativas à possibilidade de provocação de chuva artificial em Cabo Verde.
 Requer informações acerca dos estudos do projecto do porto da Praia, Cabo Verde.
 Presta esclarecimentos acerca de um seu requerimento apresentado em sessão anterior relativo aos estudos sobre chuva artificial.
 Subscreve, com outros Deputados, várias propostas de alterações à proposta de lei de revisão da Lei Orgânica do Ultramar e discute na especialidade a mesma proposta de lei.

4.ª Sessão Legislativa (1972-1973)
 Subscreve, com outros Deputados, a lista dos três vice-presidentes e dos dois secretários.
 Refere-se aos problemas da fome e da seca em Cabo Verde.
 Agradece os sentimentos da Assembleia manifestados por ocasião da morte de seu filho.
 Subscreve as propostas de alteração à proposta de lei sobre o registo nacional de identificação apresentadas pela Comissão de Política e Administração-Geral e Local.
 Faz um aparte à intervenção do Sr. Salazar Leite acerca da seca em Cabo Verde.
 Subscreve, com outros Deputados, propostas de emenda e aditamento à proposta de lei sobre a intimidade da vida privada.
 Lembra, a propósito do recente aumento dos funcionários, a necessidade de idêntico benefício não demorar em ser extensivo às províncias ultramarinas, em especial a Cabo Verde.

[1612] Quando para se ter água se fica sem água... Agricultores de Tabugal estão desesperados

Os agricultores do Tabugal estão desesperados e pediram ajuda à Câmara Municipal de Santa Catarina. É que, desde há três anos a esta parte, com a construção da Barragem do Saquinho, deixaram de ter água nas suas terras.

O poço a que tinham acesso para a rega ficou tapado desde a construção da infraestrutura o que os impede de cultivar as terras e garantir o sustento de suas famílias. São precisamente 243 agricultores prejudicados e, tendo em conta os agregados familiares, serão perto de mil pessoas que viram a sua situação social degradada.

Tubugal é uma zona de regadio e, desde a construção da barragem, o acesso da estrada foi também cortado, o que impede os agricultores de recorrerem a outros canais de mobilização de água, o que aumentou a sua indignação. Aliás, no período que antecedeu o avanço da obra nenhum deles foi contactado pelas autoridades, nomeadamente pelo Ministério do Desenvolvimento Rural (MDR). Ministério – diga-se – que se tem mostrado incapaz de dar uma solução ao problema. A Ministra (ao que nos dizem os agricultores) empurra para a delegada do MDR em Santa Catarina e esta, por sua vez, empurra para os serviços centrais do ministério.

A Câmara Municipal tem vindo a ajudar no que pode, nomeadamente, com o Presidente Francisco Tavares a mover alguma influência junto dos Órgãos de Soberania, de que resultou uma audiência concedida pelo Chefe de Estado aos agricultores na última quarta-feira, 29 de Julho.

Desta feita, os agricultores pediram-nos para disponibilizar espaço para uma Conferência de Imprensa e convocar a Comunicação Social para a próxima terça-feira, 4 de Agosto, às 11h00, na Sala de Reuniões da Câmara Municipal.

António Alte Pinho

[1611] Ainda Corsino Fortes, o poeta de Cabo Verde (1933-2015) - Revista "Sábado", Portugal

Juiz, diplomata, político, empresário, resistente. Acima de tudo, poeta. Dizem-no o maior de Cabo Verde. Vegetariano, racionalista, gentleman. Acima de tudo, generoso. Chamam-lhe príncipe de Cabo Verde. Interessante texto de Dulce Neto, a não perder
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Foto "Sábado", Portugal

quinta-feira, 30 de julho de 2015

[1610] AquaFun, a nova Matiota, nasceu no Morrinho do Cavalo, em São Vicente

[1609] Filme de 22.11.2014 mas ainda actual. A genuína gente da nossa praia, a nunca igualada Praia de Bote. E na Torre de Belém...

[1608] Um stóra de Germano Almeida

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[1607] 3.ª edição do Cavala Fresc na nossa rua e na nossa praia, um sucesso

[1606] História de Cabo Verde, acontece na Praia


[1605] CV - Análise aos acontecimentos da semana, por Manuel Brito-Semedo (Jornal da Noite, 26.Julho.2015)

[1604] Praia de Bote desce a Sotavento e mostra dois bravos heróis da Brava... e um rapaz de bigodaça...

Diz-se no verso do postalinho (sic): "A chegada dos dois arrojados marinheiros Caboverdeanos, José Lima [Capitão] e Benjamim Rosa (Piloto) a ilha Brava, após a travessia do Atlantico, num pequeno barco de vela Nettie Com 57 dias de viaje." (o texto foi reproduzido exactamente como está grafado no original).

E a saudá-los, entre muitos bravenses, um rapaz de bigodaça... Veja-se entretanto a notícia de 17 de Julho de 1962 que nos dá melhor conta do significado desta cena passada em 1934.




[1603] Água para São Vicente. Finalmente!!!

Lá de cima, o Sr. Alhinho regozija-se com a água que vai existir na sua Ribeira de Vinha e regá-la. Parece que as obras hidráulicas longamente desejadas em São Vicente irão agora finalmente ser levadas a cabo.
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[1602] Emblema da "Morna a Património Imaterial da Humanidade" criado pelo Praia de Bote utilizado pela Rádio Vaticano sem referência à autoria

Praia de Bote criou, Rádio Vaticano copiou sem indicação de autoria. Mas como o interesse é mesmo divulgar a ideia, Praia de Bote perdoa o pecado. Neste caso, que copiem, copiem e copiem. E se não referirem quem fez o boneco não faz mal porque nós sabemos quem o inventou...
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quarta-feira, 29 de julho de 2015

[1601] Hoje, em Lisboa, na rua... não confundir com Rua de Lisboa... (em três imagens)

Quatre mnis de Soncente foram à ginjinha no Largo de São Domingos, em Lisboa (um é o fotógrafo, pelo que não surge nas imagens) e envolveram-se em calorosa discussão sobre as qualidades da ginja, do cognac e do grogue, situação que quase fez com que a pliça aparecesse e os levasse para a staçom... Felizmente estava lá um famoso fotógrafo (que realizou a sua aprendizagem na Foto Melo), para registar o momento.






domingo, 26 de julho de 2015

[1600] Mais um texto do nosso colaborador e grande comentador Adriano Miranda Lima

Adriano Miranda Lima
MEMÓRIAS DE CRISTAL (3)
Força de Cretcheu

Naquele tempo, tanto quanto me lembro, não havia aulas à tarde, no velho Liceu Gil Eanes, a não ser em situações pontuais de ajuste de cargas horárias. Por regra, a programação escolar cingia-se ao período da manhã, o que actualmente talvez seja inconcebível devido ao aumento exponencial do efectivo discente. Assim, a tarde era normalmente destinada aos trabalhos de casa e ao estudo, para os alunos que a isso se predispusessem, claro.

Andava eu nos meus 15 ou 16 anos e estava embrenhado na preparação para uma prova escrita de Física que ia realizar-se no dia seguinte. A minha mãe, Isabel, estava a passar a ferro alguma roupa da casa, o que às vezes fazia cantarolando uma que outra morna. Ela tinha especial predilecção pelas composições do Eugénio Tavares. Possuía o dom de uma voz agradável, de boa dicção e um ouvido para a música que o filho primogénito nem pouco mais ou menos lhe herdou geneticamente. Era um daqueles dias em que o vento fustiga desalmadamente a ilha, arrastando tudo na sua estrepitosa voragem. As persianas das nossas janelas rangiam fazendo lembrar flautas grotescas e desafinadas, com as suas tabuinhas transversais ameaçando desconjuntar-se. 

A dada altura, talvez para ensaiar um dueto com o vento, a Isabel começou a cantarolar enquanto as peças de roupa iam deslizando debaixo do seu ferro de engomar. Nesse dia, escolheu a morna Força de Cretcheu. Sempre o Eugénio Tavares! 

Ca tem nada na es vida
Mas grande que amor
Se Deus ca tem medida
Amor inda é maior
Maior que mar, que céu
Mas, entre tudo cretcheu
De meu inda é maior
………………………...

E foi assim pela tarde dentro. Enquanto eu procurava rever matérias como – sei lá – as propriedades dos sólidos e fluídos, óptica, acústica, etc., a música do nosso poeta e compositor bailava melodiosamente nos lábios da minha mãe. O ambiente era assim um compósito de faina escolar, engomadaria e estúdio musical, tendo como pano de fundo a ventania. Esta portava-se como um lençol ondulando atrabiliariamente, em cuja superfície as cenas daquele quotidiano doméstico se projectavam na sua histriónica diversidade.  

Houve um momento em que as janelas quase que se desarticulavam, tal a violência da rabanada de vento que subitamente as açoitou. Seguiu-se então um silêncio semelhante àqueles que se verificam no olho dos ciclones, e a mãe aproveitou para me perguntar se eu não ia tomar o lanche. Este era quase sempre, e para meu gosto, um “barão” com manteiga de terra e café com leite. Não me fiz rogado porque “barão” era o produto de panificação que eu mais apreciava. Foi pena que, durante largo tempo, tivessem interrompido o seu fabrico, mas notei em recente visita a S. Vicente que o dito cujo regressara ao mercado, e, curiosamente, creio que por iniciativa de um empresário português, embora eu possa não estar suficientemente informado. Mas o certo é que no mês de Maio deste ano comprei-os várias vezes num dos estabelecimentos de venda desse dinâmico empresário. Infelizmente, sabem ligeiramente a baunilha, diferente dos de antigamente, que se distinguiam pelo gosto puro e simples da mistura de trigo e cevada, conforme eu preferia. Enfim, julgo que essa substancial bolacha de forma quadrada bem dispensava perfume para fazer jus ao título nobiliárquico de…barão.

Mas a melodia que saía dos lábios da Isabel era verdadeiramente o que dulcificava a aspereza da tarde ventosa:
………………….. 
Cretcheu más sabe
É quel que é di meu
Ele é que é tchabe
Que abrim nha céu
Cretcheu más sabe
 É quel qui crem
Ai sim perdel
Morte dja bem
………………

O vento bem se esforçava para lhe abafar a voz, mas em vão. E houve até um momento em que parou de soprar, como que rendido à mestria do compositor e à voz da cantora. Ou será que uma forma de desarmar a raiva da natureza é cantar-lhe baixinho, ao ouvido? O certo é que à Isabel pouco importava este tipo de indagação meteorológico-filosófica. O que ela queria era despachar rapidamente a roupa da casa enquanto anestesiava a fadiga do corpo com o que há de melhor no nosso reportório musical.
…………………....
Ó força de cretcheu
Que abrim nha asa em flôr
Dixam bá alcança céu
Pa'n bá odja Nôs Senhor
Pa'n bá pedil semente
De amor cuma ês di meu
Pa'n bem dá tudo djente
Pa tudo bá conché céu.

Ah, não havia nada a fazer. Naquele dia, Força de Cretcheu mereceu sucessivos “bis”, sem dar oportunidade a outras composições que normalmente a Isabel cantarolava enquanto entregue aos seus afazeres. Lá para o fim da tarde, o vento aplacou o seu furor e já só se lhe ouvia um fiozinho de voz a insinuar-se nas frinchas das janelas, como que envergonhado de ter feito má figura no dueto com a cantora.

Devo confessar que o pouco que nessa idade fui apreendendo do nosso canto tradicional – a morna – foi por intermédio da minha progenitora. Também foi graças a ela a minha admiração crescente pelo talento do compositor e poeta que foi o grande Eugénio Tavares. Pela vida fora, e por onde andei, de vez em quando vinham-me ao ouvido esses momentos musicais que espontaneamente nos proporcionava a nossa mãe. Ainda há uns 12 anos, pedi-lhe para cantar Força de Cretcheu e ela satisfez-me o pedido, e, entusiasmando-se, cantou ainda mais duas mornas. Ela teve o dom de conservar incólume uma voz límpida e de bom timbre até ao fim da sua vida. Tanto que por vezes, ao telefone, lhe dizia: – Ah, graças a Deus que conserva a sua voz de menina, ao que ela se ria com gosto. 

Algarve, 16 de Julho de 2015

[1599] Uma das muitas tragédias de Santo Antão. Esta, de 1961...

A notícia é do "Diário de Lisboa" de 1 de Outubro de 1961, p. 2. E é mais uma das tragédias de chuva das ilhas que aqui fica como memória. Lá diz o velho ditado ilhéu: "Si ca tem tchuba, morrê di sede; si tchuba bem, morrê fogode”


[1598] Na derradeira hora do adeus, Corsino Fortes passa pela Praia de Bote

[1597] Saída do funeral de Corsino Fortes do Palácio do Povo (Foto Lusa - Luxemburger Wort)


sábado, 25 de julho de 2015

[1596] Lançamento em Lisboa do livro "Crónicas da Terra Longe", de Luiz Andrade Silva

Dado que enviámos uma reportagem sobre o evento para o jornal Terra Nova (Cabo Verde), por agora só aqui deixamos estas notas sobre o mesmo. Prometemos no entanto que logo que o número do jornal em que a reportagem será publicada saia divulgaremos integralmente no Pd'B o texto e mais algumas fotografias.

Primeira parte da sessão de autógrafos, antes do lançamento
Ontem, dia 24 de Julho deste 2015, data para sempre trágica pela morte do poeta e diplomata Corsino Fortes, foi lançado em Lisboa o livro do sociólogo cabo-verdiano residente em França Luiz Andrade Silva, "Crónicas da Terra Longe" (Chiado Editora, 442 pp.), colectânea de textos de reflexão escritos nas três últimas décadas sobre problemáticas diversas do seu país. O evento ocorreu na Livraria Desassossego, a São Bento, zona de grande e antiga tradição cabo-verdiana da capital portuguesa. Situada frente a um prédio onde residiu episodicamente o poeta Fernando Pessoa em 1905, daí lhe vem o nome, por via do "Livro do Desassossego" deste.

Com sala cheia, o lançamento teve apresentação do médico Arsénio de Pina e do professor da Universidade de Aveiro José Fortes Lopes, ambos também cabo-verdianos. Para além do prefácio de Arsénio de Pina, o livro ostenta na contracapa um texto alusivo, do coronel aposentado do Exército Português Adriano Miranda Lima, cabo-verdiano de São Vicente.

Para já, o livro pode ser adquirido AQUI e AQUI

A mesa, os intervenientes
O público
Arsénio de Pina, no uso da palavra
A alocução de José Fortes Lopes
Rui Machado e António Castilho Semedo
O discurso de Luiz Silva
Os acepipes finais...

[1595] Corsino Fortes: análise das notícias de semana em Novembro de 2014 (ver oito posts anteriores)

[1594] Corsino Fortes: documentário de 1997 (ver sete posts anteriores)

[1593] Corsino, ele próprio (ver seis posts anteriores)

[1592] Corsino recordado em Lisboa (ver cinco posts anteriores)

[1591] Ecos da morte de Corsino Fortes (ver quatro posts anteriores)

[1590] Presidente da República de Cabo Verde evoca Corsino Fortes (ver três posts anteriores)

[1589] No funeral de Corsino Fortes (ver dois posts anteriores)

[1588] Cabo Verde e os mindelenses despedem-se de Corsino Fortes com todas as honras (ver post anterior)

Fotos do jornal A Semana. Ver reportagem do jornal AQUI






sexta-feira, 24 de julho de 2015

[1587] Morreu hoje em Cabo Verde o poeta e diplomata Corsino Fortes (Mindelo, 1933 - Mindelo, 2015)

Ver AQUI, AQUI, AQUIAQUIAQUI e AQUI
Praia, Palácio da Cultura (hoje de Ildo Lobo), 4 de Abril de 2002, durante o lançamento do romance "Capitania". Corsino Fortes, de branco; à direita, o também poeta e editor da "Rosa de Porcelana", Filinto Elísio

segunda-feira, 13 de julho de 2015

[1586] Luiz Silva duas vezes em Lisboa, em 24 de Julho: em pessoa e em livro (entretanto, comente os posts imediatamente anteriores, desde o 1579)



[1585] Página "Crónicas do Norte Atlântico" do jornal "Terra Nova" de Cabo Verde prestes a comemorar três anos ininterruptos de publicação, em prol da história e cultura de CV (veja o post anterior, sobre Luiz Silva)


Eis o final da crónica de Julho, a penúltima antes do 3.º aniversário:

(...) Após 31 dias de viagem, em Outubro a escuna [trata-se da Valkyria] reentra em Providence. Continua a comandá-la o capitão Rose/Rosa e o veleiro transporta passageiros e carga para Frank Silva, da mesma cidade. Ainda a vemos a chegar à Brava, procedente de New Berdford, de onde saíra a 12 de Agosto, mas está para breve a sua derradeira viagem. Saída de Providence a 23 de Outubro para Cabo Verde, com 14 tripulantes, cinco passageiros e 100 toneladas de carga no valor de 2000 dólares, naufragou em alto mar. Cansado de 38 anos de vida, o ex-baleeiro não resistiu ao temporal e afundou-se, levando consigo dois tripulantes. A restante equipagem e passageiros foram milagrosamente recolhidos pelo navio-tanque Oyleric. Actos heróicos houve-os também, por entre a desgraça. Mas esses contá-los-emos na edição do "Terra Nova" de Setembro, altura em que a página "Crónicas do Norte Atlântico" comemora três anos de publicação ininterrupta. E integralmente, copiando notícias da época, como espécie de anexo ao presente texto. Quanto ao capitão Henrique Rosa, esse era sentenciado em 29 de Dezembro de 1930 com pena de um ano e dez meses de cadeia a cumprir na Prisão de Atlanta, pelo crime de tentar fazer entrar 11 passageiros clandestinos nos Estados Unidos, enquanto comandante do John R. Manta… Mas também esse caso será tratado no nosso próximo artigo. 

[1584] Luiz Silva no "Terra Nova" de Junho, em artigo de Frei Fidalgo de Barros

Trata-se do 5.º texto escrito pelo fundador e longo director do jornal Terra Nova sobre "Figuras que contribuiram para o sucesso do Terra Nova". Nunca é demasiada repetição dizer que para ver melhor deve clicar na imagem.


[1583] Voaram 270.000 da Caixa Económica do Mindelo

Ver AQUI

[1582] As grandes penalidades de ontem

[1581] Mindelense, sempre!!! Três vezes consecutivas campeão nacional, conquista campeonato de Cabo Verde pela 17.ª vez


Mindelense é tricampeão de Cabo Verde. A equipa da (e do) Praia de Bote soma e segue. Parabéns aos bravos da Rua de Praia, aos chutadores da baía de São Vicente, aos mnis do Porto Grande.
Ver AQUI e AQUI

sábado, 11 de julho de 2015

[1579] Janeiro de 1961: um empurrãozinho da TAP para o fim do Império. É o que dá ser-se ridículo, sobretudo com o último quadradinho. Foi por estas e por outras que... (clique na imagem, para a ampliar)

Regra do blogue: novo post, só quando este tiver cinco comentários de comentadores diferentes (ou mais...). 


[1578] Do Mindelo, para a Hungria comunista

Regra do blogue: novo post, só quando este tiver cinco comentários de comentadores diferentes (ou mais...). 

O assunto é simples e conta-se em poucas palavras. Abílio Almeida Lemos, envia de de São Vicente, em Outubro de 1950 uma carta ao Dr. Kubinyi András, residente em Budapeste (a qual só chegaria ao destino no início do mês seguinte). Desconhecemos qual seria o conteúdo da mesma. Mas sabemos que o Dr. András nasceu e morreu na capital da Hungria (1929-2007) e que foi um renomado historiador, arqueólogo e pesquisador, interessado por estudos sobre a época medieval e membro da Academia de Ciências Húngara. O que tinha Abílio Lemos a ver com Kubinyi András, ficará escondido nas páginas desta missiva para sempre. Seis anos mais tarde, dar-se-ia a sangrenta revolta húngara contra o domínio soviético...

Mas seria Abílio Almeida Lemos natural da ilha? Aquele BIDC n.º 3 significa Bateria Independente de Defesa da Costa n.º 3 que teve base na Horta, Açores. Terá depois passado para São Vicente? Mistérios que só um certo coronel mindelense-templário poderá talvez explicar, descobrindo até quem terá sido o nosso Abílio Lemos...



sexta-feira, 10 de julho de 2015

[1577] A vil "queda" de Camões

E foi assim que num dia de 1974 ou 1975 um bando de ignorantes (chamar-lhes "revolucionários" seria exagerado elogio; pelo contrário, apelidá-los de "seguidores" do pai da nação, teria teor de significativa ofensa a este - não foi ele quem disse “A língua portuguesa é uma das melhores coisas que os portugueses nos deixaram”?) fez cair Luís Vaz do pedestal onde de há muito via com o seu olho único os milhares (milhões) de passantes que "ta rudiá" Praça Nova lhe faziam companhia diária (sobretudo nocturna). 

Esses mesmos, ou outros por eles, logo depois, aperceberam-se da supina asneira e com todo o esmero repararam o mal feito. Luís Vaz lá voltou então ao pedestal onde, com duas orelhas atentas, ouve o povo do Mindelo falar tanto português como crioulo, ambas música celestial para os seus ouvidos de poeta máximo da lusitanidade. Resumindo: tudo está bem quando acaba em bem. 

Praia de Bote, que anda sempre à caça e já desesperava por não ter provas visuais do crime de "lesa Luís", deu finalmente com um postal ilustrado onde se vê o pedestal sem o vate. Ele aqui fica, como memória de uma tonteria dos tempos de chumbo, remediada pela inteligência dos mindelenses.

Pormenor do postal acima reproduzido
Nota: nem falamos de Sá da Bandeira, atirado ao chão por ser o horrendo patife que eliminou a escravatura, Adriano Duarte Silva o ignominioso vilão que fez tudo para haver um cais acostável moderno em São Vicente, José Lopes, irritante por ser um dos melhores poetas das ilhas e Diogo Afonso que só merecia derrube por ter cometido o crime de ter povoado ilhas desertas... Claro que também nestes casos os mindelenses de bom senso deram mais tarde significativa lição de grandeza, repondo as figuras nos mesmos locais ou até em melhores enquadramentos (caso de Diogo Afonso).


quinta-feira, 9 de julho de 2015

[1576] Memórias de Cristal (2)

PELO 93º ANIVERSÁRIO DA MINHA MÃE

Adriano Miranda Lima
Mãe, por momentos, pensei que, hoje, dia 9 de Julho, não iria enviar-te um beijo, pelo teu aniversário natalício. Claro, sempre admiti, com insuportável mágoa, que alguma vez esse dia ia acontecer.

Mas não me conformei, montei uma cilada à Fatalidade, armando-me com a música do verbo e a veemência do sentimento. E, por estranho sortilégio, trocaram-se as voltas à Fatalidade: o rouxinol fechado numa gaiola de fogo continuou, indiferente, a entoar o seu lindo canto; escreveu-se na água a palavra memória e ela permaneceu legível e inalterável como se gravada com cinzel na pedra dura. Depois, dei comigo a voar, qual pomba pressurosa, entre os dias 1 e 9 de Julho, espalhando flores pelo caminho. Desliguei a voz das palavras e deixei que por um instante elas fossem simplesmente flores e, livres, escolhessem os seus vasos de cristal. E então percebi que a corola de uma rosa contém a graça genesíaca de acordar as vozes adormecidas na incerteza do amor ou na incontinência do esquecimento. Esquecimento…esse buraco negro que tragicamente suga o amor.

Por isso é que o meu beijo deste ano para ti, Beza, tem o coração de uma estrela, a sua luz radiosa e a força ígnea do seu núcleo. É uma estrela que construo sob o signo de Julho e ilumino com uma acendalha de fé. Ninguém será capaz de ofuscar a luz dessa estrela, porque ninguém conhece a incandescência do fogo como um filho de Julho. E nada consegue deter essa estrela porque a palavra nada não existe no vocabulário de um sonho. Coração de estrela, esse beijo é também a coroação de um desejo, o mais sentido.

Sim, Mãe, este ano será o de todos os teus aniversários, os do teu passado de menina e moça, os da tua maturidade, e os da tua eterna presença nas luzes que todas as noites acendemos. Antes de a noite chegar, já és luz; antes de as nossas luzes fenderem a escuridão, já és a maior e a mais brilhante luz no trânsito das nossas vidas.

Tomar, 9 de Julho de 2015
Adriano Miranda Lima